A trama de Pedra sobre Pedra se passa na fictícia cidade de Resplendor, na Chapada Diamantina, sertão da Bahia. Murilo Pontes (Nelson Baskerville, na primeira fase) e Jerônimo Batista (Felipe Camargo) pertencem a famílias rivais e são apaixonados pela mesma mulher, Pilar (Cláudia Scher, na primeira fase). A moça é noiva de Murilo, mas o abandona no altar, pois desconfia que sua melhor amiga espera um filho dele. Para se vingar, Pilar decide se casar com Jerônimo, com quem tem uma filha, Marina. Sua amiga morre durante o parto da filha, e Pilar assume a criação da menina, batizando-a de Eliane (Carla Marins, na segunda fase), o mesmo nome da mãe. Murilo, por sua vez, casa-se com Hilda (Andrea Murucci, na primeira fase, e Eva Wilma, na segunda), tem um filho chamado Leonardo e se muda para Brasília para seguir carreira política. Vinte e cinco anos depois, Pilar (agora Renata Sorrah) quer fazer de Marina (Adriana Esteves) a prefeita de Resplendor. Murilo (agora Lima Duarte) deseja o mesmo futuro para seu filho Leonardo (Maurício Mattar). Arqui-inimigos, os Batistas e os Pontes travam uma batalha: o herdeiro que vencer a eleição restabelece o poder de uma das duas famílias na cidade. Mas Pilar e Murilo, que na verdade escondem o amor que ainda sentem um pelo outro, não contavam com a paixão arrebatadora que une seus filhos, Marina e Leonardo.
Autoria: Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares | Colaboração: Marcia Prates e Flávio de Campos | Direção: Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota e Luiz Fernando Carvalho | Direção-geral: Paulo Ubiratan | Período de exibição: 06/01/1992 – 01/08/1992 | Horário: 20h30 | Nº de capítulos: 178
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre a novela Pedra Sobre Pedra com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
ABERTURA
Para a abertura de Pedra Sobre Pedra, o designer Hans Donner misturou elementos naturais com a forma feminina. Fez uso da computação gráfica e transformou o corpo da modelo Mônica Fraga em rochas e montanhas. As gravações da abertura foram feitas em Lençóis, na Chapada Diamantina (BA), onde a paisagem natural era ideal para a montagem desejada. Depois, em computador, as pernas de Mônica se transformavam nas margens de um rio, e seu rosto e colo ganharam o contorno da chapada, coberta por vegetação.
Abertura da novela Pedra Sobre Pedra (1992).
TRAMAS PARALELAS
Um dos personagens de destaque de Pedra Sobre Pedra é o trambiqueiro Cândido Alegria (Armando Bógus). Apaixonado por Pilar Batista, ele também deseja tomar o poder em Resplendor e conta com o apoio da ambiciosa Eliane (Carla Marins) para controlar os passos de Marina (Adriana Esteves) e Leonardo (Maurício Mattar). A jovem, criada pela família Batista, nem desconfia que Cândido Alegria é seu verdadeiro pai. Vilão sorrateiro e dissimulado, no final da história ele vira uma estátua de pedra.
PERSONAGENS
O realismo fantástico está presente na trama de vários personagens de 'Pedra Sobre Pedra'. Sérgio Cabeleira (Osmar Prado), por exemplo, sente-se fortemente atraído pela lua cheia. Sua irmã, Lola (Tânia Alves), chega a prendê-lo para evitar que ele cometa uma loucura nessa fase do mês. Apesar disso, ele acaba se deixando levar pelo satélite. Dona Quirina (Míriam Pires), por sua vez, apesar dos 120 anos de idade, conserva uma memória prodigiosa e está sempre atenta a todos os acontecimentos de Resplendor.
BASTIDORES
'Pedra Sobre Pedra' contou com a maior cidade cenográfica construída até então pela TV Globo. Pela primeira vez, foi usado também um calçamento em pé-de-moleque de verdade, colocado sobre uma base de concreto, para não ser danificado por chuva ou lama. A construção do acampamento cigano, com três tendas de 60 m², exigiu um rigoroso trabalho de pesquisa. Na construção da gruta de 1.500 m², onde os personagens de Adriana Esteves (Marina) e Maurício Mattar (Leonardo) se encontravam às escondidas, a produção fez uso de fibra de vidro e materiais naturais, como pedra e areia.
CURIOSIDADES
'Pedra Sobre Pedra' figura na relação de novelas assinadas por Aguinaldo Silva que têm vários elementos em comum, como a ambientação em uma cidade fictícia que faz as vezes de microcosmo do Brasil, cenas de realismo mágico e personagens com características parecidas. As outras novelas são 'Roque Santeiro' (1985, ele foi coautor de Dias Gomes), 'Tieta' (1989, em coautoria com Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn), 'Fera Ferida' (1993, novamente com Ricardo e Ana Maria), 'A Indomada' (1997, junto com Ricardo Linhares) e 'Porto dos Milagres' (2001, de novo com Ricardo).
JORGE TADEU
A morte do fotógrafo Jorge Tadeu (Fábio Jr.) rendeu uma das cenas mais marcantes da novela. Seu corpo apareceu coberto de borboletas, numa imagem montada com efeitos especiais. A direção contou com a consultoria de biólogos para a realização da cena. Houve todo um mistério sobre o assassino, só revelado nos capítulos finais: Gioconda (Eloísa Mafalda).
Cena em que Alva (Lilia Cabral), Adamastor (Pedro Paulo Rangel) e Lola (Tânia Alves) encontram Jorge Tadeu (Fábio Jr.) morto.
CENAS MARCANTES
Cena em que Léo (Maurício Mattar) e Marina (Adriana Esteves) conversam sobre a aceitação do romance pelos seus pais.
Cena em que Yago (Humberto Martins) e Carlão Batista (Paulo Betti) se enfrentam. Sentindo-se humilhado ao perder a luta, Yago prefere se matar. A novela marca a estreia de Eduardo Moscovis, no papel do cigano Tíbor.
Cena em que Jorge Tadeu (Fábio Jr.) fotografa Suzana (Isadora Ribeiro).
Cena em que dona Quirina (Míriam Pires) aconselha seu bisneto, Jerônimo Batista (Felipe Camargo).
Cena em que Francisquinha (Arlete Salles) põe toda a delegacia a postos para qualquer eventualidade no reencontro dos inimigos Pilar (Renata Sorrah) e Murilo (Lima Duarte), mesmo sendo o delegado o seu marido, Queiroz (Nelson Xavier). Com Kleber (Cecil Thiré), Ximena (Nívea Maria), Diamantino (Ênio Gonçalves) e Arquibaldo (João Carlos Barroso).
Cena em que Pilar Batista (Renata Sorrah) e Murilo Pontes (Lima Duarte) brigam, mas acabam se beijando.
Cena em que Francisquinha (Arlete Salles) e Arquibaldo (João Carlos Barroso) vão à casa de Suzana (Isadora Ribeiro) atrás de Jorge Tadeu (Fábio Jr.). Ele foge, Ximena (Nívea Maria) o acoberta e o fotógrafo dá em cima dela. Com Olímpia (Maria Mariana).
Cena em que Francisquinha (Arlete Salles) e Arquibaldo (João Carlos Barroso) fazem blitz no quarto de Jorge Tadeu (Fábio Jr.).
Cena em que Úrsula (Andréa Beltrão) tem uma crise de ciúmes de Jorge Tadeu (Fábio Jr.), mas acaba cedendo aos encantos do fotógrafo.
Cena em que os apelos de Úrsula (Andréa Beltrão) pela ressurreição de Jorge Tadeu começam a ser atendidos: nasce em plena praça a árvore que dará as flores afrodisíacas que fazem aparecer o fotógrafo.
Cena em que Úrsula (Andréa Beltrão), Francisquinha (Arlete Salles), Rosemary (Elizangela), Suzana (Isadora Ribeiro) e Ximena (Nívea Maria) comem a flor de Jorge Tadeu (Fábio Jr.) e reencontram com ele.
Cena em que Adamastor (Pedro Paulo Rangel) se declara para Carlão (Paulo Betti).
Cena em que Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) é sugado pela Lua.
Cena em que Cândido Alegria (Armando Bógus) vira pedra.
FONTES
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Aguinaldo Silva (01/08/2000), Arlete Salles (30/01/2002), Eduardo Moscovis (24/04/2006), Eva Wilma (11/05/2001), Lima Duarte (22/05/2001), Osmar Prado (14/06/2002), Pedro Paulo Rangel (12/06/2002) e Renata Sorrah (20/03/2002); Boletim de Programação da Rede Globo, número 991; Centro de Documentação da TV Globo (Cedoc); ANDRADE, Patrícia. “Fusão de curvas ‘diamantinas’” In: O Globo, 06/01/1992; COHEN, Sandra. “Vôo direto de Lisboa para Resplendor” In: O Globo, 02/02/1992; “Corpo-a-corpo na TV Globo” In: Jornal do Brasil, 23/01/1992; DONNER, Hans. The Universe of Hans Donner; “E a desavença continua” In: Jornal do Brasil, 08/07/1992; FERNANDES, Ismael. Memória da Telenovela Brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1977, p.383; “Muda mais uma vez o título da novela” In: Jornal do Brasil, 08/12/1991; MAGALHÃES, Tânia. “Público imita personagem de sucesso” In: O Dia, 21/06/1992; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; MEMÓRIA GLOBO. Entre Tramas, Rendas e Fuxicos – O Figurino na Teledramaturgia da TV Globo, Editora Globo, 2007; MEMÓRIA GLOBO. Guia Ilustrado TV Globo – Novelas e Minisséries. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2010; MEMÓRIA GLOBO. Autores – Histórias da Teledramaturgia. São Paulo, Editora Globo, 2008; “Pedras na mão” In: Veja, 29/01/1992; “Novela da Globo terá co-produção da televisão estatal portuguesa” In: O Globo, 1910/1991; SILVA, Aguinaldo. “A novela continua” In: Jornal do Brasil, 28/01/1992; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 03/2006; videoshow.globo.com, acessado em: 01/2012. |