PRODUÇÃO
Mandala teve cenas gravadas em Brasília.Alguns takes exigiram uso de efeitos especiais, como quando Jocasta (Giulia Gam na 1ª fase e Vera Fischer na 2ª) e Édipo (Felipe Camargo) têm visões. As cenas de Argemiro (Marco Antônio Pâmio na 1ª fase e Carlos Augusto Strazzer na 2ª) também demandaram efeitos, já que, além de ter poderes paranormais, o guru ficava sob uma pirâmide iluminada para se energizar. A passagem de tempo foi feita com a ajuda de recursos especiais. Uma sequência, por exemplo, mostrou a orla de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ganhando prédios e mais prédios até atingir a paisagem contemporânea. Para mostrar a mudança de época, utilizou-se uma maquete, de cinco metros quadrados, gravada quase quadro a quadro, com o acréscimo progressivo de pequenas reproduções em papelão.
FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO
O ator Nuno Leal Maia deu palpites à equipe de figurino em relação à caracterização do seu personagem, o bicheiro Tony Carrado. Ele, que já tinha feito um papel semelhante no cinema, em O Rei do Rio (1985), de Fábio Barreto, acreditava ser interessante agregar colorido ao visual de Tony. A figurinista Sônia Soares se lembra de que o figurino do personagem fez tanto sucesso que ela recebia telefonemas de bicheiros e de pessoas ricas querendo saber como podiam conseguir aqueles ternos coloridos.
Felipe Camargo e Vera Fischer
CURIOSIDADES
Mandala foi escrita por Dias Gomes até o capítulo 35. O autor foi substituído por Marcílio Moraes, que contou com a colaboração de Lauro César Muniz para escrever os capítulos finais da novela.
Fabio Sabag integrou o núcleo de diretores quando a novela já estava no ar.
Mandala foi a primeira novela do ator Marcos Palmeira na Globo. Ele já havia feito participação no humorístico Chico Anysio Show.
A novela marcou a estreia, na Globo, de Chico Diaz, Giulia Gam, Jandir Ferrari e Marcos Breda.
Mandala foi exibida em países como Bolívia, Nicarágua, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana e Venezuela.
Felipe Camargo e Lúcia Veríssimo na novela Mandala
Mandala enfrentou uma série de problemas com a Censura Federal, que chegou a vetar a sinopse da novela, alegando que a história tratava de temas impróprios para o horário das 20h30, como incesto, uso de drogas e bissexualismo. A emissora só conseguiu que a sinopse fosse liberada após ter se comprometido a fazer alterações no original. Já com a novela no ar, a Censura voltou a atuar, proibindo um beijo entre Jocasta (Vera Fischer) e Édipo (Felipe Camargo). A alegação era de que a cena seria muito agressiva para os telespectadores. Após negociações, a passagem, essencial para a trama, foi finalmente liberada: como os personagens desconheciam sua condição de mãe e filho, a Globo conseguiu que o beijo dos dois não fosse vetado. Os primeiros capítulos da novela tinham forte conotação política, o que também foi criticado pelos censores, e os autores foram obrigados a modificar o texto.
O personagem Tony Carrado (Nuno Leal Maia) fez grande sucesso entre o público, sobretudo pelas frases engraçadas que dizia, como: “Depois da tempestade vem a ambulância”, “Tu pensa que eu estava deslizando no macio?”, “Vê se tu vai decorar necrotério, que dá mais certo” e “Sou seu súbito”. O bordão “minha deusa”, repetido por Tony ao se referir à sua amada Jocasta (Vera Fischer), foi uma criação de Marcílio Moraes, um dos colaboradores da novela. Nuno Leal Maia conta que o ritmo de gravações, reflexo do sucesso do personagem, era intenso.