Os primos Charlote II de Alcântara Pereira Barreto, a Charlô (Irene Ravache), e Otávio II de Alcântara Rodrigues e Silva (Tony Ramos) tiveram um romance na juventude, que se transformou em ódio mútuo. Desde então, Charlô II, uma feminista radical, e Otávio II, machista e prepotente, vivem brigando. A trama, ambientada em São Paulo, começa com os dois se reencontrando para a leitura do testamento dos tios Otávio Alcântara Rodrigues de Silva (Paulo Autran) e Charlote de Alcântara Barreto Pereira de Silva (Fernanda Montenegro). Depois de muito brigarem, os tios Otávio e Charlô se casaram, e viveram felizes até morrerem de um “infarto duplo”, depois de uma intensa noite de amor. Eles deixaram a mansão onde moravam e as lojas Charlô’s, como herança, para os únicos membros de sua família: seus sobrinhos. Como estão falidos, os sobrinhos comemoram, mas são surpreendidos por uma cláusula que impede que vendam suas partes para pessoas que não sejam da família. Ou seja, eles só podem negociar suas novas posses entre eles. Se não quiserem vender um para o outro, devem ser sócios na empresa e morar na mesma mansão para o resto da vida. Desesperados, Charlô e Otávio se veem em uma armadilha, como a que os tios “caíram” na década de 1980 (na primeira versão da novela). Otávio se nega a negociar com a prima, pelo simples fato de ela ser mulher (“ou seja, incompetente”), e Charlô não admite as grosserias do primo. A partir daí, a guerra é declarada. Para que os dois consigam conviver, a mansão é dividida ao meio por seus novos habitantes. Charlô, ou Cumbuqueta – apelido que ganhou do primo –, mora na ala direita; e Otávio, ou Bimbinho – apelido dado por Charlô –, na esquerda. Quem tem que se desdobrar para atender aos caprichos e loucuras dos dois é a governanta Olivia (Marilu Bueno), que já havia passado por maus bocados com seus primeiros chefes, Charlô I e Otávio I.
O império das lojas Charlô’s é administrado pelos primos-sócios. Cada um tem sua equipe, e os departamentos são divididos entre homens e mulheres. Mesmo com todo o cuidado para não se esbarrarem em casa ou na empresa, quando eles se encontram é discussão na certa. Um simples café da manhã juntos vira briga e se transforma numa batalha de comida.
Charlô é mãe adotiva de Felipe (Edson Celulari), pai de Juliana (Mariana Ximenes) e Analú (Raquel Bertani), que moram com a avó. Para desgosto de sua mãe, o atrapalhado e mulherengo Felipe, diretor-administrativo das lojas da família, é braço-direito de Otávio. Felipe tem o mesmo temperamento e ideologia do tio, o que faz com que discorde de sua mãe. Charlô e sua família são os únicos parentes de Otávio. Apesar de ter desavenças com a prima, ele ama Felipe e suas filhas. O sexagenário de bigode marcante é cheio de manias e adora fazer discursos falando mal das mulheres. Ele dirige 50% das lojas Charlô’s e conta apenas com homens nos departamentos que coordena. Em relação às mulheres da loja, prefere apenas admirar a beleza do sexo oposto. Seu motorista, Nando, é seu confidente e aliado.
As rusgas entre os primos os levam a fazer uma aposta colocando a herança em jogo. Depois de mais uma briga – e de Otávio dizer que duvida que as mulheres possam administrar a Charlô’s sem a ajuda masculina –, Charlô se compromete a administrar as lojas só com sua equipe de mulheres, além de aumentar o faturamento. Fica acertado que quem ganhar a aposta abre mão de sua parte na herança, em nome do outro.
De um lado, a trapaceira e ardilosa dupla Otávio e Felipe; do outro, Charlô, Juliana, Vânia (Luana Piovani) – executiva da loja –, e a viúva Roberta Leone, dona da marca Positano, fornecedora da Charlô´s.
Em menos de cem dias, as mulheres se organizam e conseguem fazer com que a loja tenha lucro. As mulheres, no entanto, têm uma pedra no sapato: a ambiciosa Carolina (Bianca Bin), sobrinha de Roberta, que trabalha na ala feminina da loja. Como ela quer conquistar Felipe, transforma-se em informante dos homens.
Carolina percebe que as mulheres vão vencer, e sabota a aposta. As mulheres perdem, mas Charlô tem certeza de que foi passada para trás. Depois de levar a briga à justiça, a vitória é dada às mulheres.
Otávio some misteriosamente e, ao mesmo tempo, o primo Dominguinhos, sósia de Otávio – sem o bigode –, chega para visitar Charlô. A prima custa a acreditar que ele é um primo vindo de Portugal mas, aos poucos, apaixona-se pelo português, e os dois se envolvem. Até que o primo some e Otávio reaparece, deixando Charlô convicta de que os dois são a mesma pessoa.
Sem que Roberta soubesse, Vitório, antes de morrer, vendera 62% da Positano para Otávio. O diretor da Charlô’s, no entanto, não esperava que o empresário tivesse lhe dado um golpe. O marido de Roberta negociou a fábrica com documentos adulterados e falsificou a assinatura de sua mulher, que possuía parte da fábrica. Com o dinheiro que recebeu, comprou diamantes, planejando fugir do país sem ser percebido, e escondeu as joias em uma boneca russa que deu à esposa.
Após sua morte súbita, Veruska (Mayana Moura) – sua amante e cúmplice – e Nenê (Daniel Boaventura), irmão malandro de Nieta (Drica Moraes) e Roberta, tomam conhecimento da existência dos diamantes e entram na caça à boneca russa, que some da casa de Roberta. Veruska encontra a boneca e tenta fugir, mas é surpreendida por Charlô (Irene Ravache), que recupera os diamantes e entrega a Roberta, para que ela salde sua dívida com Otávio.
A certa altura, Otávio passa um dia fora e, quando chega à mansão, é surpreendido por Charlô. A prima logo inicia uma discussão. Assustado e sem jeito, Otávio coloca a mão no rosto tentando esconder algo.
Charlô desconfia, ele tenta despistar dizendo que está doente, mas, diante das provocações, sem querer acaba revelando o que queria ocultar: seu bigode, que era grisalho, está preto. Charlô não acredita nas desculpas e recruta Olivia para desvendar o “mistério do bigode preto”. Em uma das saídas misteriosas de Otávio e Nando, Charlô e Olívia os seguem. As duas ficam emocionadas quando desvendam o mistério: os dois atuam como palhaços em um circo para crianças carentes. Para interpretar o palhaço Bimbinho, Otávio pinta o bigode de preto. A história sensibiliza Charlô, que começa a ver o primo com outros olhos.
Com o passar do tempo, os dois voltam às discussões, em uma briga por causa da aposta sabotada. Charlô afronta Otávio e, num desabafo, ele confessa que prejudicou a prima para tê-la sempre por perto, pois a ama. Para ele, a única maneira de tê-la próxima era fazendo com que ela perdesse a aposta e dependesse dele financeiramente. Emocionada, Cumbuqueta diz que também o ama, e os dois se beijam. Eles se casam meses depois, em uma festa na mansão.
'Guerra dos Sexos - 2ª versão' (2012): Começa a cerimônia de casamento de Otávio e Charlô
No último capítulo da novela, Otávio e Charlô são informados sobre um testamento secreto, que só poderia ser aberto no dia 1º de abril de 2013. O documento diz que, a partir deste dia, eles passam a dividir a herança com dois primos. Ou seja, os dois juntos ficam com apenas 50% da herança total. Assim que a novidade é anunciada, os primos Domingos Plácido de Alcântara, o Dominguinhos (Tony Ramos), e sua esposa e prima, Maria Altamiranda de Fátima Alcântara Além Castro (Irene Ravache), entram em cena. A confusão se instala quando fica claro que todos vão morar juntos na mansão.
Bimbinho e Cumbuqueta tentam anular o novo testamento, mas não conseguem. O jeito é tentar conviver. No primeiro chá dos quatro juntos, em um momento romântico, Otávio presenteia Charlô com um colar com os diamantes que eram seus. A prima Altamiranda fica revoltada e arranca o colar das mãos de Charlô, afirmando: “Tudo nesta casa é 50% nosso”. Otávio fica furioso e pega o colar de volta. Guerra declarada. Os casais de primos começam a discutir, jogando comida uns nos outros.
'Guerra dos Sexos - 2ª versão' (2012): Charlô e Otávio descobrem que precisarão dividir a fortuna com Dominguinhos e sua esposa