Tonico Bastos
Tonico Ramiro (Marcelo Serrado), filho de coronel Ramiro Bastos (Antonio Fagundes), é dono do cartório da cidade. Apesar de ser casado com a ciumenta Olga Bastos (Fabiana Karla), com quem tem quatro filhos, consegue escapar todas as noites, sem ser descoberto, para ir ao Bataclã e aproveitar a companhia das meninas.
Para Olga, ele faz pose de santo e cara de coitado. Mas Tonico é tão safado que, durante o almoço, no Vesúvio, se joga em cima de Gabriela pelas costas do amigo Nacib. Aliás, é Tonico que convence o amigo a se casar com a moça.
Torna-se padrinho de casamento do casal, e, apesar disso, acaba por seduzir Gabriela, levando-a para a cama. Acontece que os dois são flagrados por Nacib, que quer matá-los. Sobrevivem, mas o casamento de Gabriela acaba, assim como a amizade entre Nacib e Tonico.
Olga vive acusando as mulheres de tentarem seduzir seu marido. Quando descobre a verdade, não perde tempo em traí-lo com Ezequiel (José Rubens Chachá). Os dois são flagrados por Tonico, mas Olga não recua: diz ao marido que sabe de suas traições. Depois de muitas brigas, o casal fica junto.
A coragem de Malvina
Filha única do coronel Melk Tavares (Chico Diaz), Malvina (Vanessa Giácomo) tem o espírito independente, adora ler os livros proibidos que João Fulgêncio (Pascoal da Conceição) lhe vende. Quer ter uma vida diferente da de sua mãe, Marialva (Bel Kutner). Josué (Anderson Di Rizzi), o professor do colégio e poeta nas horas vagas, suspira por Malvina, mas é o forasteiro Rômulo (Henri Castelli), engenheiro vindo da capital, que mexe com o coração da menina. Sem saber que Rômulo é casado, Malvina apaixona-se. Rômulo volta para Salvador e Malvina foge de casa, em busca de uma nova vida na capital. Ela e Josué, que também está deixando Ilhéus, se encontram por acaso na estação e partem juntos.
Sinhazinha e Coronel Jesuíno
Sinhazinha (Maitê Proença) teve um casamento arranjado com o mais bronco e duro dos coronéis, Jesuíno (José Wilker). Tratada com frieza, não sabe o que é amor: nunca foi beijada nem sentiu prazer. Devota fervorosa de São Sebastião, é ajudante de padre Cecílio (Frank Menezes) e exemplo moral para a sociedade.
É uma dor nos dentes que a levará a conhecer o Dr. Osmundo (Erik Marmo).
Durante o tratamento dentário, os dois conversam, se conhecem e se apaixonam. Eles vivem um romance perigoso, cheio de emoções e angústias. Os poucos momentos que passam juntos são os mais felizes de suas vidas. E é justamente durante um encontro amoroso que Jesuíno flagra Sinhazinha e Osmundo e faz o que era esperado de um marido traído: mata a mulher e seu amante.
Apesar dos crimes, Jesuíno não espera ser preso, pois a sociedade da época tolera esse tipo de “acerto de contas”. Ele é chamado a depor, mas não é preso. Depois, casa-se com a ingênua Iracema (Amanda Richter), a quem pede que vista as roupas de Sinhazinha. Acontece que Ilhéus já não é a mesma cidade, e finalmente seu crime é julgado e Jesuíno é condenado.
O Bataclã
Regido pelas mãos de ferro – e unhas carmim – de Maria Machadão (Ivete Sangalo), o Bataclã é um bordel alegre, cheio de música e prazer. É onde rebrilham os anos 20. As belas mulheres-damas, como são chamadas as prostitutas, vêm de todos os rincões do país.
As regras do local são rígidas: quando uma das moças é chamada para sentar-se à mesa com um coronel, passa a ser “propriedade” dele. E quando um homem fica de “chamego” com uma das moças, significa que ela é exclusiva dele.
É no Bataclã que Nacib (Humberto Martins) e Zarolha (Leona Cavalli) mantêm um chamego, antes de Gabriela (Juliana Paes) chegar à cidade. Zarolha irá liderar uma revolta contra as beatas, defendendo a participação das meninas do Bataclã na procissão da cidade. A contenda culmina com uma greve de sexo.
Zarolha não suporta a ideia de perder Nacib para Gabriela, e faz tudo para separar os dois, mesmo após se casarem. No final, ela acaba por realizar o sonho de transformar-se em dama da sociedade, casando-se com Manoel das Onças (Mauro Mendonça).
Maria Machadão, apesar de manter as funcionárias em rédeas curtas, é também muito amiga das meninas, e as ensina a tirar mais dinheiro dos coronéis. Um de seus maiores segredos é seu passado com Ramiro Bastos (Antonio Fagundes). Com o tempo, os dois voltam a ficar juntos e Maria Machadão chega a fechar o Bataclã para dedicar-se ao seu homem. Antes que esse sonho se concretize, porém, Ramiro morre. Sem alternativas, Maia Machadão reabre o bordel.
Coronel Coriolano (Ary Fontoura), conhecido por seus casos extraconjugais, não frequenta o Bataclã porque já tem seu chamego: Glória (Suzana Pires), que ele leva para morar na antiga casa de sua família. Proibida de sair à rua, a moça passa o dia na janela vendo a vida passar. A amante é considerada uma afronta à moral de Ilhéus.
Todos falam mal da moça. Apenas Josué (Anderson Di Rizzi) ousa aproximar-se dela.
Os dois vivem um tórrido romance, e Glória começa a presentear o amante com roupas compradas com o dinheiro do coronel. Não tarda para que Corliolano descubra tudo e expulse Glória de casa. Mas ela não está preocupada: já recebeu propostas de outros coronéis para ser amante.
Lindinalva (Giovanna Lancelotti) é a típica moça da classe média de Ilhéus, cujos pais, donos de um armarinho, sacrificam-se para lhe dar uma vida de sinhazinha.
Apaixonada pelo noivo, Berto (Rodrigo Andrade), um dos dois filhos do coronel Amâncio (Genézio de Barros), Lindinalva vê sua vida mudar quando seus pais morrem e ela descobre as dívidas do armarinho. Lindinalva aceita o auxílio de Berto, mas em troca tem que deitar-se com ele antes do casamento.
Logo, o sexo pré-nupcial vira assunto da cidade e Berto não fala mais em casamento.Desesperada, a moça pede abrigo à madrinha, Florzinha (Bete Mendes), e sua irmã, Quinquina (Angela Rebelo). Diante da fama da menina, as beatas se recusam a ajudá-la. Sem dinheiro, Lindinalva se apresenta a Maria Machadão e passa a trabalhar no Bataclã. Apesar de tudo, Juvenal (Marcos Pigossi) apaixona-se pela moça e luta por ela até conseguir sua mão.
Douglas (Jackson Costa), dono do jornal mais forte de Ilhéus, pede a Ramiro Bastos (Antonio Fagundes) a verba necessária para que o jornal deixe de ser semanal e passe a ser diário. Com medo de o periódico voltar-se contra a sua política coronelista, Ramiro decide não investir. Douglas procura, então, Mundinho Falcão, que resolve patrocinar o jornal. Assim, o veículo de Ilhéus veste a camisa dos progressistas, com manchetes e denúncias contra o intendente Ramiro Bastos e os coronéis conservadores.