Por Memória Globo

Acervo/Globo

PRODUÇÃO

Uma equipe da Globo visitou as cidades de Santo Antônio do Leverger e Chapadas, pacatos municípios no interior do Mato Grosso, para observar os costumes dos seus habitantes, uma pesquisa que ajudou Janete Clair a pautar o comportamento dos moradores da fictícia Divinéia.

Dina Sfat, Sonia Braga, Abel Pera, Tony Ferreira e Jardel Filho em 'Fogo sobre Terra', 1974 — Foto: Acervo/Globo

CENOGRAFIA E ARTE

A cidade cenográfica de 'Fogo Sobre Terra' foi construída no interior do Rio de Janeiro, em Barra de Maricá, que, na época, era apenas uma vila de pescadores com pouco mais de 30 casas. A cidade cenográfica acabou se tornando uma atração turística, recebendo visitantes nos finais de semana. Ao fim da novela, a região onde foram realizadas muitas cenas da trama adotou o nome da cidade fictícia e passou a se chamar Divinéia.

Elenco e equipe técnica de 'Fogo Sobre Terra', 1974 — Foto: Acervo/Globo

CENSURA

A Censura Federal, que já havia proibido a sinopse de 'Fogo Sobre Terra' um ano antes, teve influência decisiva na trajetória da novela depois que esta foi ao ar. A primeira intervenção ocorreu quando Pedro Azulão (Juca de Oliveira), para evitar a demolição de Divinéia, convocou os cidadãos da cidade a pegar em armas para defendê-la. Os censores viram nisso um estímulo à guerrilha e proibiram as cenas. Janete Clair teve que alterar a história, e o personagem terminou preso, acusado de invasão de domicílio, sequestro e tentativa de homicídio. Quando, desiludido, o herói decide se sacrificar junto com a cidade, os censores intervieram novamente. Não queriam que o personagem se tornasse um mártir. No final que foi ao ar, Pedro desiste do plano pouco antes da inundação, mas a autora marcou sua posição fazendo Nara (Neuza Amaral) persistir no seu protesto e morrer afogada. Os cortes impostos pelos censores obrigaram Janete Clair a reescrever em poucos dias capítulos já gravados.

Juca de Oliveira em 'Fogo Sobre Terra', 1974 — Foto: Acervo/Globo

A autora se queixou, em entrevista, das interferências da Censura: “É preciso dizer que não tem sido fácil escrever Fogo Sobre Terra. Por vezes o telespectador deve ter achado um capítulo sem nexo, truncado, e deve ter imaginado que eu enlouqueci. Não é fácil dizer a verdade. E, às vezes, ela vai ao ar mutilada por mil injunções. Em 'Fogo Sobre Terra', de uma só vez, tive que rasgar 12 capítulos. E muitas cenas saíram de minha máquina e não chegaram ao vídeo”.

O personagem de Herval Rossano, intérprete de um homem casado que tinha uma amante negra, também sofreu várias intervenções da Censura.

CURIOSIDADES

Por ocasião do lançamento de 'Fogo Sobre Terra', Janete Clair falou sobre sua intenção de fazer da novela uma espécie de estudo do choque existente entre o homem do campo e o homem da cidade. “Sem abandonar o lado romântico, marca registrada e característica principal da minha maneira de escrever, achei que estava na hora de apresentar um trabalho mais realista”, afirmou a autora.

Na sinopse proibida pela censura, o título original da novela era Cidade Vazia. O novo nome foi decidido de uma forma inusitada. Daniel Filho conta que ele e Boni combinaram de jogar o I-Ching e batizar a novela com os elementos que aparecessem nos hexagramas. O resultado mostrou os elementos “fogo” e “terra”.

Dina Sfat em 'Fogo Sobre Terra', 1974 — Foto: Acervo/Globo

Dina Sfat atuou grávida de sua terceira filha durante a novela. Já Regina Duarte havia dado à luz a filha Gabriela há apenas 45 dias quando começou a gravar. Para dar conta do trabalho e das obrigações de mãe – ela tinha que amamentar a criança de três em três horas –, a atriz se mudou para o prédio em frente à emissora, no Jardim Botânico, onde eram gravadas as cenas de estúdio.

Para interpretar a personagem Bárbara, vítima de cegueira psicológica, Regina Duarte foi conhecer de perto esse universo.

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