Por Memória Globo

João Miguel Júnior/Globo

Figurino e Caracterização

A inspiração para o vestuário de Ester (Grazi Massafera) veio da cultura do Rio Grande do Norte, com suas clássicas rendas Renascença e os bordados da cidade de Caicó. Bordadeiras locais ajudaram na confecção das peças.

Grazi Massafera em 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

Imensas peças de renda foram transformadas em roupas. Uma grande toalha de mesa, por exemplo, virou um vestido ou o bordado das roupas do núcleo cangaceiro de Veridiana (Laura Cardoso). Uma equipe ficou responsável por envelhecer, tingir, lixar e bordar as peças para lhes dar a impressão de terem sido usadas e estarem surradas.

O forte calor da região e o ar praiano exigiram o uso de uma maquiagem bem leve, natural, quase imperceptível. Foram utilizados três ou quatro tons diferentes de bases douradas que funcionavam como base, corretivo, blush e sombra. Muito filtro solar no rosto, no corpo e nos cabelos.

Grazi Massafera em 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

O visual de Ester era leve: cabelo repicado somente nas pontas, mantido na cor natural, mas com dois tons de luzes que ficavam entre o mel e o dourado. O babyliss dava um movimento praiano aos fios.

Henri Castelli, Sthefany Brito e Jean Pierre Noher em 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

Amaralina, personagem de Sthefany Brito, chamou a atenção dos moradores de Vila dos Ventos com seu visual exuberante. Seu cabelo com mechas rosas e seus olhos bem marcados refletiam sua personalidade cosmopolita.

Cenografia e Arte

A equipe de cenografia montou cenários no Rio Grande do Norte de maneira que não interferissem na natureza. A beleza da paisagem foi usada como pano de fundo. Na região, foram instalados dois cenários importantes: a feira dos pescadores de Vila dos Ventos e a cabana onde Cassiano (Henri Castelli) e Ester (Grazi Massafera) se encontravam.

Grazi Massafera em 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

'Flor do Caribe' contou com duas grandes cidades cenográficas. A primeira, na Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, abrigou a vila dos pescadores e a cabana, trazida da Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. A segunda, a maior delas, com 8.350 m², ficava no Projac e foi dividida em três grandes áreas: Vila dos Ventos, a mansão de Alberto (Igor Rickli) e o sítio de Veridiana (Laura Cardoso). O destaque eram as dunas com mais de quatro metros de altura, construídas para gravar as cenas em que Ester (Grazi Massafera) e Taís (Débora Nascimento) levavam turistas em buggies.

Gravações de 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

Foram meses de viagens e pesquisas até que a equipe de produção de arte construísse o ambiente que cerca a fictícia Vila dos Ventos. A equipe contou com informações de moradores do Rio Grande do Norte para ressaltar o que já era natural e conceber um universo crível. A equipe adquiriu um dicionário com as gírias da região e comprou objetos reais, como jangadas e barcos, para retratar o dia a dia dos moradores.

Com consultoria do diretor de fotografia Affonso Beato, chegou-se a um olhar de cinema na televisão. Foram usadas referências do pintor Paul Gauguin, com uma palheta de cores esmaecidas, e câmeras que captavam o voo dos caças em 360°, levando os telespectadores a se sentirem parte da cena.

Em 'Flor do Caribe', foi utilizada a técnica de noite americana, também chamada de day for night, que significa filmar de dia e tratar a imagem, já no monitor, transformando-a em uma noite azulada. A técnica foi usada em gravações na Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. De dia, é possível ver o mar inteiro, com todas suas características e detalhes. Caso a filmagem fosse feita à noite, sem o uso da técnica americana, esses detalhes seriam perdidos.

Produção

Parte da equipe de 'Flor do Caribe' viajou para o Rio Grande do Norte e a Guatemala, por quase dois meses, para gravar cenas da trama. A primeira parada foi em Natal, onde os atores Henri Castelli, Dudu Azevedo, Thiago Martins, Max Fercondini e Thaíssa Carvalho gravaram as cenas de voos dos pilotos de caça, na base aérea da cidade.

Dudu Azevedo e Max Fercondi em 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

De lá, a equipe, com cerca de 100 profissionais de produção, cenografia, figurino, caracterização, produção de arte, direção, técnica e elenco, seguiu para Ponta do Mel, Dunas do Rosado, Baía Formosa, Praia da Pipa, Barra do Cunhaú, Malembar, Genipabu e para as minas de Currais Novos. Os atores Bruno Gissoni, Aílton Graça, Grazi Massafera, Igor Rickli, Débora Nascimento, José Loreto, Jean Pierre Noher, Juca de Oliveira, Raphael Viana e Luis Carlos Vasconcelos gravaram no estado.

Foram oito cidades e, aproximadamente, dois mil quilômetros rodados. Seis caminhões partiram do Rio de Janeiro com maquinário, figurino, objetos de arte, além de uma van com equipamentos. Parte dos elementos de cena e de figurino foi adquirida pela equipe nos locais das gravações. O figurino de Ester (Grazi Massafera), por exemplo, foi sendo composto, ao longo da viagem, com as rendas da cidade de Caicó. Os adereços cenográficos usados eram uma mescla dos objetos garimpados no local com os que vieram do Rio de Janeiro em três caminhões, com cerca de 20 toneladas, necessários para levar todo o material até o local das gravações.

Henri Castelli, Sthefany Brito e Jean Pierre Noher em 'Flor do Caribe', 2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

A Guatemala foi o cenário escolhido para contar as tormentas vividas por Cassiano (Henri Castelli) e Duque (Jean Pierre Noher) na prisão de Dom Rafael (Cesar Troncoso), no Caribe. Durante 20 dias, uma equipe de 80 pessoas esteve no vulcão Pacaya e nas cidades de Tikal, Lago de Izabal, Antigua e Semuc Champey para gravar cenas dos primeiros capítulos de 'Flor do Caribe'. Também gravaram no país os atores Grazi Massafera, Moro Anghileri, Cesar Troncoso, Sthefany Brito e Igor Rickli.

Curiosidades

Para interpretar pilotos de caça em 'Flor do Caribe', Henri Castelli, Max Fercondini, Dudu Azevedo e Thiago Martins receberam aulas teóricas na base aérea de Natal. Os atores aprenderam a prestar continência e a voar em caças.

Outros atores também passaram por preparações específicas para desempenharem seus papeis. Para compor o rico empresário Alberto, Igor Rickli fez aulas de esgrima. José Henrique Ligabue, que viveu Lino, recebeu aulas de sanfona. José Loreto, intérprete de Candinho, aprendeu a ordenhar cabra. As mulheres, por sua vez, se dedicaram às aulas de direção – Sthefany Brito teve aulas com tuc-tuc, carro típico da Guatemala, e Grazi Massafera e Débora Nascimento aprenderam a dirigir buggy.

A novela contou com atores estrangeiros: Moro Anghileri, da Argentina, e Cesar Troncoso, do Uruguai.

Juca de Oliveira em 'Flor do Caribe',2013 — Foto: João Miguel Júnior/Globo

Walther Negrão abordou a Segunda Guerra Mundial através, principalmente, de dois personagens, Samuel (Juca de Oliveira) e Dionísio (Sérgio Mamberti). A primeira cena da novela, inclusive, ilustrava Amsterdã, na Holanda, em 1944, e destacava as lembranças de Samuel sobre os campos de extermínio nazista que levaram à morte de seus pais. Mesmo passados 70 anos, os fantasmas desses tempos de terror e abandono ainda o assombram. Ele fica atormentado ao ouvir barulho de aviões, por exemplo. Walther Negrão se encantou pelo tema ao trabalhar como assistente de direção na peça O Diário de Anne Frank – uma jovem judia descreve o seu dia a dia, o de familiares e amigos judeus, escondidos em Amsterdã durante a ocupação nazista.

O primeiro trabalho de Jayme Monjardim como diretor-geral foi em Direito de Amar, uma novela de Walter Negrão. Monjardim apontou o vento intenso e a mudança das marés como desafios para a equipe. O visual já era outro, meia hora depois de uma cena ter sido gravada.

Jean Pierre Noher, Elba Ramalho e Henri Castelli em 'Flor do Caribe' — Foto: Rafael Sorín/Globo

A cantora Elba Ramalho subiu ao palco do bar 'Flor do Caribe', de propriedade de Cassiano (Henri Castelli) e Duque (Jean Pierre Noher). Ela interpretou Minha Vida é te Amar, parte da trilha da novela, e o forró Deitar e Rolar.

A trama contou também com a participação de Neguinho da Beija-Flor, a porta-bandeira Selminha Sorriso e a bateria da escola de samba de Nilópolis. A apresentação se deu no casamento de Natália (Daniela Escobar) e Juliano (Bruno Gissoni).

O jogador Fred interpretou o namorado de Cristal (Moro Anghileri).

Ações Socioeducativas

O bullying escolar foi retratado na novela através de Lipe (Pablo Mothé), filho de Bibiana (Cyria Coentro) e Donato (Luiz Carlos Vasconcelos). O menino, aluno exemplar, é ofendido por Matheus, colega de classe, sendo chamado de otário, medroso e frouxo. Matheus chega a quebrar o tablet de Lipe e ameaça bater no menino caso seja denunciado.

Quirino (Ailton Graça), professor de história, percebe que Matheus trata Lipe de maneira hostil. Decide, então, contar o que está acontecendo para Bibiana e Donato. O professor sugere que o casal vá à escola conversar com a direção e os professores. Com o apoio da família, Lipe consegue superar o problema.

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