PRODUÇÃO
Eterna Magia teve cenas gravadas na Irlanda, berço da cultura celta. Cerca de 20 profissionais da TV Globo, entre diretores, equipe técnica e elenco, foram a Dublin para gravar os primeiros capítulos da novela. Para dar suporte ao trabalho na Irlanda, a equipe da TV Globo contratou uma produtora local.
As equipes de efeitos especiais e visuais trabalharam em conjunto para garantir a qualidade final das cenas da novela, que apresentava imagens com texturas azuladas ou amareladas, em referência ao sol e à lua, já que a história era toda construída em cima de uma temática mística. A computação gráfica garantiu que algumas cenas tivessem um visual antigo, como no caso do flashback que mostrou a construção de Serranias, no século XVII.
Filtros digitais deram um clima lúdico às imagens, o que também garantiu que determinados elementos que não existiam na época, como antenas parabólicas, prédios modernos, postes e carros, desaparecessem do enquadramento. Esses filtros também permitiram que as cenas de flashback tivessem textura quente ou fria, em referência ao sol e à lua, respectivamente.
FIGURINO E CARACTERIZAÇÃO
O trabalho da equipe de figurino foi essencial para a narrativa. Para criá-los, a equipe usou como referência a estética de diferentes culturas, tendo como base as identidades dos personagens da história. Medéia (Araci Esteves), por exemplo, remetia à cultura grega; Eva (Malu Mader) tinha referenciais da cultura cristã; os personagens ligados à Irlanda traziam elementos da cultura celta pagã; e os habitantes de Serranias apresentavam características mais brasileiras. Houve também a preocupação em criar um figurino realista para as bruxas, sem remeter à ideia dos contos de fadas infantis.
Como os homens não faziam parte do universo de magia, a indumentária masculina foi pensada em função da personalidade, do temperamento, do papel social e do trabalho que cada personagem tinha na história.
A personagem de Malu Mader, Eva, era a que tinha o figurino mais sofisticado da trama. Para compor seu visual, a equipe buscou referências em diferentes estilistas, como a italiana Elza Schiaparelli. Pedras grandes sempre estavam presentes nas joias da personagem, e a seda pura era o tecido da maioria de suas roupas.
Já a irmã de Eva, Nina (Maria Flor), que não gostava de ostentações, tinha um figurino mais simples. Uma das inspirações foi a deusa celta Brighid.
Conrado, personagem de Thiago Lacerda, sofreu uma grande mudança com a passagem de tempo. Para marcar essa diferença, a equipe criou, primeiro, um visual mais selvagem: cabelo comprido, barba por fazer e pele bronzeada. Na segunda fase, Conrado apareceu com cabelos curtos, penteados para trás, barba desenhada, ou seja, mais vaidoso.
Zilda, interpretada por Cassia Kis, ganhou um visual inspirado na personagem da atriz Meryl Streep no filme O Diabo Veste Prada (2006). Zilda tinha cabelos brancos, olhos bem pintados e sobrancelha marcada.
As cores, tecidos – seda e lãs –, aplicações e alfaiataria marcaram a diferença entre os personagens sofisticados e os locais, que apresentavam uma imagem naïf, cujas roupas tinham um ar romântico.
Para remeter às características do povo irlandês, de pele bem clara, a equipe de caracterização pediu até mesmo que o elenco evitasse o sol.
O visual dos anos 1940 serviu de inspiração para cabelos e maquiagem. Na segunda fase da novela, foi a maquiagem o recurso usado para envelhecer os personagens.
CENOGRAFIA E ARTE
A principal cidade cenográfica de Eterna Magia tinha cerca de 5.500 m² e foi erguida em um terreno de difícil acesso da Central Globo de Produção, o Projac. O local, com muita vegetação nativa e vários aclives e declives, acabou ajudando a criar o clima de misticismo da novela. A trama contou com 51 cenários.
Várias construções da cidade cenográfica também podiam comportar gravações em sua parte interna, como a loja de Zilda (Cassia Kis), a barbearia de Zequinha (Isaac Bardavid), a confeitaria de Carlão (Carl Schumacher), o armazém da Loreta (Irene Ravache), a igreja de Serranias, a casa de Rafael (Luís Melo) e Zilda e o Museu das Bruxas.
Para construir o cenário da mineradora de Max Sullivan (Werner Schünemann), a equipe deixou de lado a madeira e construiu toda a estrutura em metal.
Foi a primeira vez que a equipe de cenografia usou essa técnica para uma construção desse porte, em um terreno como aquele. A empresa foi projetada com uma arquitetura inspirada na fase fabril do começo do século XX.
Além da cidade cenográfica principal, Eterna Magia também contava com locações em outros dois pontos da Central Globo de Produção e uma em Barra de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde ficavam o sítio de Loreta (Irene Ravache) e Conrado (Thiago Lacerda) e a casa de Medéia (Araci Esteves).
O trabalho minucioso da equipe de produção de arte garantiu à novela a atmosfera de uma pequena cidade mineira do início do século, envolvida em histórias de bruxaria e magia. Pesquisas sobre a Irlanda, costumes da época, decoração, história, misticismo, alquimia, geologia e minério deram base ao trabalho dessa equipe. Um dos desafios desses profissionais foi conceber os rituais de magia que apareciam ao longo da trama.
Um avião planejado pelo personagem Conrado, um modelo biplano de 1930 (Stearman PT-17), também demandou atenção especial da equipe de produção de arte. Outro desafio foi compor a empresa de mineração de Max e selecionar os minerais e pedras preciosas das minas.
As valentinas, mulheres que tinham o dom da magia, ganharam anéis que eram réplicas do colar usado por Valentina, a dona da marca da magia. Nas joias, foram desenhadas variações de um símbolo celta com um coração e a letra “V”.
ABERTURA
A novela contou com dois temas de abertura. Na primeira fase, a canção foi Pot-Pourri Eterna Magia, de Alberto Rosenblit. Na segunda, foi Nada Além, de Sidney Magal.
Eterna Magia (2007): Abertura