Memoria Globo

PRODUÇÃO

A equipe de Êta Mundo Bom! gravou em três cidades do interior do estado do Rio de Janeiro: Paty do Alferes, Vassouras e Teresópolis. Depois, os atores seguiram para São Paulo.

Em Paty do Alferes e Teresópolis, as gravações foram em fazendas. Para as cenas em Vassouras, o cenário foi o centro histórico. Em São Paulo, a maioria das locações foi em lugares famosos dos anos 1940, como o Viaduto Santa Ifigênia, Estação da Luz, Parque da Luz, Palácio dos Cedros, Teatro Municipal, Pátio do Colégio, Museu da Imigração, entre outros.

Cerca de 60 figurantes participaram, por dia, das gravações em São Paulo. Foram usadas 18 araras de roupas nas viagens. Cada uma delas era acompanhada por três caixas com acessórios, como chapéus, luvas, sapatos e bijuterias.

Miguel Rômulo, Jeniffer Nascimento, Camila Queiroz, Rosi Campos, Ary Fontoura, Elizabeth Savala, Dhu Moraes, Anderson Di Rizzi, Klebber Toledo e Débora Nascimento em Êta Mundo Bom!, 2016. João Miguel Júnior/Globo. — Foto: Globo

João Miguel Júnior/Globo.





Priscila Fantin em Êta Mundo Bom!, 2016. Artur Meninea/Globo.
Priscila Fantin
Artur Meninea/Globo.


Artur Meninea/Globo.

FIGURINO E CARACTERIZAÇÃONos anos 1940, muitas mulheres se vestiam inspiradas nas divas do cinema. Responsável pelo figurino da novela, Beth Filipecki criou peças confeccionadas com renda, georgette de seda e cetim para algumas personagens de São Paulo. As dançarinas do Taxi Dancing e as vilãs Sandra (Flávia Alessandra) e Ilde (Guilhermina Guinle) usavam cores “quentes”, como verde, violeta e vermelho, e os vestidos tinham decotes, sobreposições e camadas de tecido nas saias.As sobrancelhas das mulheres da cidade eram arqueadas, e os olhos eram delineados com rímel. Os batons e esmaltes tinham cores fortes, como vermelho e rosa shock. Nos cabelos, elas usavam badoches – rolos na lateral, marca dos anos 1940 –, ondas largas ou penteados com as pontas viradas para cima. No entanto, algumas personagens da capital se arrumavam de forma mais clássica. Elas usavam maquiagem básica, leve e de tons nudes.O figurino da empresária Emma (Maria Zilda) foi um desafio para a equipe. A personagem, que abre uma boutique em São Paulo, usava cintos e outros elementos que traduziam o cotidiano da mulher que trabalhava na época. No núcleo masculino, os destaques foram dos personagens Pancrácio (Marco Nanini), que usava vários disfarces, Ernesto (Eriberto Leão), que vestia um terno de linho branco, e Jack (Davi Lucas), que teve o visual inspirado em Sherlock Holmes.Os personagens do interior de São Paulo vestiam outros tipos de tecidos, como algodão e viscose, e as peças eram feitas de materiais reaproveitados. Os tons passavam pelo marrom, terra e alaranjado. A maquiagem das mulheres da fazenda era corretiva. O protagonista Candinho (Sergio Guizé) usava sempre a mesma roupa: calça pescando siri e camisa com suspensório e colete.

CENOGRAFIA E ARTE

Responsáveis pela equipe de cenografia de Êta Mundo Bom! José Claudio e Eliane Heringer pesquisaram sobre a arquitetura de São Paulo dos anos 1940 e criaram uma cidade cenográfica da Grande São Paulo nos Estúdios Globo. Em uma área de aproximadamente 11.000m² foram reproduzidos o centro da cidade, a área residencial – que abriga as mansões de Anastácia (Eliane Giardini) e do advogado Araújo (Flávio Tolezani), além da casa de Pancrácio (Marco Nanini) – e os interiores de cenários como a loja de tecidos de Severo (Tarcísio Filho) e a boutique de Emma (Maria Zilda Bethlem).

Além da cidade cenográfica de São Paulo, foi construída a sede da fazenda Dom Pedro II, onde vivia a família de Cunegundes (Elizabeth Savalla) e Quinzinho (Ary Fontoura). O estilo da propriedade é do século XIX com várias janelas iguais, piso em madeira e varandas com gradeado de metal e piso de ladrilho hidráulico.

A fábrica de sabonetes de Anastácia (Eliane Giardini), Aroma, ganhou 2.000 sabonetes feitos pela equipe de produção de arte comandada por Isabela Sá. Na época, o sabonete era artigo de luxo e tinha desenhos de frutas e flores. As embalagens e a logomarca da fábrica também foram criados pela produção de arte assim como a placa dos veículos, o dinheiro, louças, lençóis e utensílios. A equipe de Isabela Sá ainda fez o carrinho de pipoca de Candinho (Sergio Guizé) e Pirulito (JP Rufino), e a cadeira de rodas de Claudio (Xande Valois).

Klebber Toledo, Mauro Mendonça, Ary Fontoura e Elizabeth Savala em Êta Mundo Bom!, 2016. João Cotta/Globo. — Foto: Globo

João Cotta/Globo

CURIOSIDADES

O elenco de Êta Mundo Bom! teve aulas de dança e prosódia. O núcleo do Taxi Dancing aprendeu tango, bolero, charleston, mambo, entre outros ritmos. Durante três meses, Eriberto Leão, Débora Nascimento, Priscila Fantin, Rainer Cadete, Marianna Armellini, Klebber Toledo e Maria Carol fizeram aulas de dança de salão com o coreógrafo Caio Nunes.

Os atores do núcleo da Fazenda Dom Pedro II tiveram aulas de prosódia com a instrutora de dramaturgia Íris Gomes da Costa para aprenderem o sotaque caipira do interior de São Paulo. Para Dhu Moraes e Jeniffer Nascimento, as aulas foram diferentes. Elas interpretaram, respectivamente, as empregadas Manuela e Dita, que vieram do interior de Minas.

A trama foi inspirada em Cândido ou o Otimismo, de Voltaire, em Candinho, filme protagonizado por Mazzaropi em 1954, no conto O Comprador de Fazendas, de Monteiro Lobato, e no universo das radionovelas. Patrocinada pela fábrica Aroma, os personagens do folhetim acompanharam a radionovela Herança de Ódio, que ganhou transmissão no Gshow e na Rádio Globo.

Marco Nanini e Klebber Toledo em Êta Mundo Bom!, 2016. João Cotta/Globo. — Foto: Globo

João Cotta/Globo.

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