Produção
Os primeiros capítulos da novela mostraram cenas com Mariana Ximenes, Murilo Benício e Ary Fontoura gravadas na Argentina. Serviram de cenários o famoso Teatro Cólon, localizado na Avenida 9 de Julio, centro de Buenos Aires; o Rosedal, parque da cidade; e a localidade de Tigre, próxima à capital argentina.
No Brasil, o elenco gravou na Serra Gaúcha, em pontos turísticos de Gramado (como o Lago Negro), Canela (Parque das Sequoias) e São Francisco de Paula (Ponte do Passo do Inferno). Nesta última foi realizado o desfile da fanfarra de Ventura, com direito a banda, balizas e bandeiras, e uma figuração de 150 moradores da região. Também houve gravações na região serrana do Rio de Janeiro e em São Lourenço, sul de Minas Gerais.
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Cenografia e Arte
José Cláudio Ferreira dos Santos e Eliane Heringer coordenaram a equipe de cenografia da novela. A fictícia Ventura foi construída em uma área de 6 mil m2 na Central Globo de Produção (Projac), livremente inspirada em cidades que sofreram influências de várias colonizações, como Gramado e Canela, no sul do Brasil.
Os destaques da cidade cenográfica eram a fábrica de chocolates (um casarão antigo com paredes de tijolinhos, em estilo inglês do início do século XX); o hotel da personagem Margot, vivida por Rosamaria Murtinho (com fachada inspirada no hotel Quitandinha de Petrópolis, RJ, e o interior remetendo à França dos anos 1920); e a estufa de plantas localizada na praça central, onde também se encontrava uma igreja inspirada na catedral de Nova Trento, de Santa Catarina.
A equipe de produção de arte, coordenada por Isabela Sá, visitou diversas feiras de antiguidade no Rio de Janeiro, em São Paulo e Buenos Aires para conseguir os objetos de cena. Outro destaque foram os autênticos carros antigos, do acervo de um colecionador particular. O personagem de Murilo Benício usava um autêntico Ford Roadster, modelo T, de 1926 – o típico carro de playboy que, na época, ficou conhecido no Brasil como “baratinha”.
A preparação do elenco para viver seus papéis incluiu palestras sobre os anos 1920, ministradas pelo historiador André Ryoki, responsável pela pesquisa da novela. Osmar Prado, Carla Daniel e Juliana Alves ganharam noções de confeitagem, já que seus personagens eram funcionários da fábrica de chocolates. Priscila Fantin, Nívea Stelmann, Maria Maya e Sabrina Rosa fizeram aulas de baliza para as gravações do desfile da fanfarra da cidade. Os atores do núcleo rural – Laura Cardoso, Carla Daniel, Drica Moraes, Osmar Prado e Marcello Novaes – tiveram aulas de prosódia com a pesquisadora Íris Gomes da Costa para lidar com as expressões e singularidades das falas de seus personagens.
Vida na roça
O sítio da família de Ana Francisca foi ambientado no bairro de Camorim, na zona oeste do Rio de Janeiro, que já servira de locação para as minisséries 'A Muralha' (2000) e 'A Casa das Sete Mulheres' (2003). Além de uma casinha típica da roça, feita com material de demolição, foram criados no local galinheiro, viveiro, horta, estábulo, chiqueiro e um lago artificial.
A fábrica de chocolates
No estúdio, destacou-se o interior da fábrica de chocolates, compartimentada em módulos e com uma loja em estilo francês na frente. Contava com um forno cenográfico de ferro fundido do tamanho de um fogão industrial de dez bocas, um boiler, pias e bancadas de mármore e encanamento aparente. A equipe teve dificuldades em encontrar referências devido à ausência de registros.
A equipe de produção de arte, coordenada por Isabela Sá, desenvolveu a identidade visual da fábrica de chocolates, desde o logotipo vitoriano e romântico criado nas cores vinho, creme e verde, até as embalagens dos bombons, inspiradas em embalagens inglesas da época.
Toda a linha de chocolates da fábrica foi feita especialmente para a novela, que consumia nas gravações, em média, três quilos de bombons de chocolate por semana. Também foram produzidos mais de dez mil bombons cenográficos em 15 formatos diferentes.