Segundo o diretor Ricardo Waddington, filmes como 'Era Uma Vez no Oeste' (1969), de Sérgio Leone, 'Wyatt Earp' (1994), de Lawrence Kasdan, e 'Os Imperdoáveis' (1992), de Clint Eastwood, serviram de inspiração para a definição da estética da novela, que também sofreu influência dos enquadramentos de cineastas como Tim Burton, os irmãos Cohen e Quentin Tarantino. O diretor definiu a novela como um “western feijoada”, onde o tradicional faroeste vinha temperado com latinidade.
Albuquerque também era o nome da cidade fictícia de 'Estúpido Cupido' (1976), novela de Mário Prata. Essa não é a única semelhança com a antiga novela. Segundo o próprio autor, 'Estúpido Cupido' se passava em 1961, data que continua a mesma se o número for virado de cabeça para baixo. Assim como 1881, época em que se passa 'Bang Bang'.
O autor não economizou nas piadas ao incluir na trama uma medida provisória, pagamento de taxas e frases como a do personagem Bike-Boy (Raphael Rodrigues) para os bandidos – “posso tomar conta do cavalo, tio?” –, criando um elo com situações contemporâneas.
Mário Prata se afastou da novela na segunda semana de exibição. Tirou licença por tempo indeterminado por conta de uma tendinite, mais tarde diagnosticada como osteoporose. Márcia Prates, da equipe de colaboradores, assumiu a coordenação até a entrada de Carlos Lombardi, que passou a supervisor de texto. O colaborador Felipe Miguez tornou-se seu braço-direito. O novelista chegou a pensar em fazer um terremoto na história, mas a ideia não vingou. Lombardi diluiu o drama, criou mais situações cômicas e imprimiu modificações nos perfis dos protagonistas: Ben Silver (Bruno Garcia) deixou de ser bom moço, e Diana Bullock (Fernanda Lima) ficou mais romântica.
Bang Bang (2005): Ben Silver (Bruno Garcia) pega carona clandestina na carruagem onde estão Diana Bullock (Fernanda Lima) e Jeff (Guilherme Fontes).
'Bang Bang' marcou a estreia da ex-apresentadora da MTV Fernanda Lima em novelas. A atriz fez aulas de montaria e aprendeu a laçar, usar arma e lutar para viver Diana. Carol Castro teve aulas de tiro, montaria e ordenha para fazer Mercedita.
Para viver a cortesã Vegas Locomotiv, Giulia Gam usou como referência as obras de Toulouse-Lautrec; a personagem Cruella de Vil, do filme 'Cento e Um Dálmatas' (1996), com direção de Stephen Herek; a atriz e cantora alemã Marlene Dietrich; o filme 'Moulin Rouge' (2001), do diretor Baz Luhrmann; e o longa-metragem 'A Fantástica Fábrica de Chocolates' (2005), de Tim Burton, quando lhe pediram para usar uma cartola.
Ney Latorraca construiu seu personagem, o Aquárius, tendo como inspiração o cientista do filme De 'Volta para o Futuro' (1985), vivido por Christopher Lloyd.
Kadu Moliterno se lembra dos desafios que enfrentou para interpretar Denaide, um de seus personagens na trama. Além do figurino feminino, pesado e quente para o verão, precisou afinar a voz e usar uma maquiagem bem caricatural.
Bang Bang foi a primeira novela dos cantores Luiz Melodia e Paulo Miklos. Além deles, outros cantores fizeram parte do elenco: Sidney Magal (Zorroh), Evandro Mesquita (Henaide/Billy the Kid/Simon/Edilson), Thalma de Freitas (intérprete de Baiana) e Maurício Pereira (Jack Label).
A personagem Marilyn Corroy marcou a volta da apresentadora Babi Xavier às novelas da TV Globo. Seu último trabalho na emissora havia sido em Por Amor (1997), quando ainda assinava Anna Bárbara Xavier, e interpretou Aninha.
A escolha do nome Ben Silver foi uma homenagem do autor a seu bisavô, Ben Prata, que foi prefeito de Uberaba. Penny Lane foi inspirada na canção homônima dos Beatles.
'Bang Bang' estreou às vésperas do referendo nacional que decidiria pela proibição ou não do comércio de armas e munição no Brasil. Os contrários à venda de armas e munição achavam que a novela favoreceria os partidários do “Não”, enquanto os defensores do “Sim” viam as cenas de tiros como campanha pelo desarmamento. A frente parlamentar Pelo Direito da Legítima Defesa solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a suspensão da exibição da novela, sob a alegação de que a emissora estaria induzindo o voto a favor da proibição, mas a liminar foi negada. A TV Globo se manifestou, explicando que a novela não fazia apologia alguma, não tinha intenção de interferir na realidade e que o faroeste era apenas pano de fundo para uma história de amor.