Por Memória Globo, Memória Globo

Acervo/Globo

Consagração do ator

Paulo Gracindo foi a primeira escolha do autor Dias Gomes para dar vida à Tucão, embora a direção quisesse o ator Sérgio Cardoso para o papel. Grande nome do teatro brasileiro, ele chegou a trabalhar na caracterização do personagem, mas deixou o elenco pouco antes do início das gravações. O motivo, segundo o ator José Wilker, teria sido a recusa da produção em atender ao pedido do ator para que Tucão tivesse mais falas do que seu antagonista, Jovelino Sabonete. O papel terminou entregue a Paulo Gracindo, que até então havia interpretado quase sempre personagens ricos e sofisticados. Seu desempenho como bicheiro suburbano teve imensa aceitação popular e significou sua consagração na televisão.

Paulo Gracindo em Bandeira 2, 1971 — Foto: Acervo/Globo

O ator Paulo Gracindo ganhou a admiração dos contraventores do jogo do bicho. Reza a lenda que os banqueiros compraram 120 entradas para assistir a uma peça sua porque foram informados de que a frequência do público era baixa.

Censura

O bicheiro Tucão (Paulo Gracindo) teve imensa aceitação popular, inclusive entre os contraventores do jogo do bicho. Mas o sucesso não impediu que a Censura Federal exigisse a morte do personagem, sob o argumento de que o bem deveria triunfar sobre o mal.

A atriz Ilka Soares, que interpretava a esposa de um bicheiro, conta um episódio que demonstra até onde iam os militares na sua obsessão pela censura às telenovelas. Em um dos diálogos de 'Bandeira 2', a palavra “coronel” era usada em uma de suas acepções mais populares: como sinônimo de um amante rico, geralmente mais velho, que sustenta uma mulher jovem – o caso de sua personagem. Os militares interpretaram a cena como uma tentativa de depreciar a patente das Forças Armadas e proibiram que se pronunciasse a palavra “coronel”.

Comoção popular

Durante a gravação do enterro de Tucão, cerca de três mil pessoas compareceram ao cemitério, comovidas com um boato de que Paulo Gracindo teria realmente morrido. A segurança teve de ser reforçada para evitar que os visitantes se confundissem com os figurantes que participariam da cena.

O jornal carioca Luta Democrática publicou manchete que dava ao evento a importância de um fato real: “Morreu Tucão”.

No dia seguinte ao último capítulo da novela, em que foi exibido o enterro de Tucão, deu macaco no jogo do bicho. Por coincidência, o número sorteado foi o mesmo da sepultura do personagem.

Bicho e carnaval

Todas as escolas de samba do Rio de Janeiro se candidataram para participar de 'Bandeira 2'. A escolhida foi a Imperatriz Leopoldinense, na época apenas uma pequena escola sediada em Ramos, onde se passava a trama. A Imperatriz se tornou, com os anos, uma das grandes agremiações do carnaval carioca.

Bom-humor

O público da novela aprovou a trama bem-humorada do casal Apolinário (Ary Fontoura) e Zulmira (Eloísa Mafalda), cujo casamento ganhou fôlego com a prática de fantasias sexuais. A ponto de um vizinho de Ary Fontoura pedir umas dicas ao ator.

O bicho e o futebol

O ator Osmar Prado, intérprete do personagem Mingo, um jogador de futebol de origem humilde que jogava no time apadrinhado por Tucão (Paulo Gracindo), compôs seu personagem com a ajuda de ninguém menos do que o lendário Mané Garrincha, craque do Botafogo e campeão mundial pela Seleção Brasileira.

Osmar Prado e Garrincha em Bandeira 2, 1971. Acervo/Globo. — Foto: Globo

Do teatro para a televisão

Os retirantes nordestinos Severino (Sebastião Vasconcelos), Santa (Ilva Niño) e Licinha (Anecy Rocha), que se apossavam da garagem de Noeli (Marília Pêra), eram personagens originalmente criados para a peça A Invasão, de Dias Gomes, que havia sido censurada.

Jacira Silva e Grande Otelo em Bandeira 2, 1971. Acervo/Globo. — Foto: Globo

Grandes estreias

Os atores Grande Otelo e Milton Moraes fizeram sua estreia na Globo em 'Bandeira 2'. A novela marcou a estreia de José Wilker em telenovelas, após cerca de dez anos fazendo teatro. O reconhecimento público foi imediato.

Taxista que não dirigia

Embora escalada para fazer uma taxista, Marília Pêra nunca havia dirigido.

Plínio Marcos na TV

O dramaturgo, diretor e ator Plínio Marcos participou da trama, interpretando o jornalista Bem-Te-Vi.

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