CENSURA
Dias Gomes escrevia os últimos capítulos de 'Assim na Terra Como no Céu' quando recebeu uma intimação do Comando do Primeiro Distrito Naval para depor sobre supostas atividades subversivas. O autor tentou adiar o processo, mas o capitão-tenente encarregado do caso recusou o pedido. No dia do depoimento, marcado no antigo Ministério da Marinha, o oficial disse que aceitaria o pedido se Dias Gomes lhe revelasse o nome do assassino de Nívea. Na ocasião, o autor brincou com a inusitada situação: “Isso eu não confesso nem sob tortura.”
CURIOSIDADES
A morte de Nívea no início da trama não agradou ao público, e a personagem teve que voltar em flashbacks. A identidade do assassino só foi revelada no final da novela: o crime foi cometido por Mário Maluco, o Mariozinho, interpretado por Osmar Prado.
Dias Gomes recebeu um abaixo-assinado das alunas de uma das unidades do Colégio Pedro II que, indignadas com a morte de Nívea (Renata Sorrah), diziam que seu fantasma iria acompanhá-lo para o resto da vida.
'Assim na Terra Como no Céu' mostrou a moda e os costumes da juventude “dourada” de Ipanema, e abordou temas como o celibato dos padres e o consumo de drogas, tratado pela primeira vez numa telenovela.
O costureiro Rodolfo Augusto (Ary Fontoura) é considerado uma das primeiras representações de um homossexual na televisão.
A novela marcou a estreia de Francisco Cuoco na TV Globo.
Grande parte do elenco da trama anterior de Dias Gomes, 'Verão Vermelho' (1969), foi aproveitada na novela.