A trama aponta para a diluição das fronteiras entre campo e cidade, sendo conceituada pelo diretor Marcos Schechtman como uma novela “rurbana”, fazendo alusão ao termo criado pelo sociólogo Gilberto Freyre. A história também apresenta a mistura do moderno com o tradicional. A fazenda de Max (Lima Duarte) e o cultivo no campo se contrapõem à modernidade que se instalou no Rio Araguaia, ponto de encontro da juventude e espaço para acampamentos, jet skis e esportes náuticos.
As belezas do rio e sua importância para o turismo da região foram exploradas na trama. Em tempos de seca, visitantes e moradores montam acampamentos nas ilhas de areia que se formam no leito do rio, transformando o local em um grande centro de lazer. Além das belezas naturais, a cultura indígena, a imponência dos cavalos e a magia do circo se tornaram assuntos da novela.
Alguns atores participaram de um workshop sobre a cultura, a história e a culinária da região do Araguaia. Os encontros contaram com a participação do autor Walther Negrão, do diretor Marcos Schechtman e do historiador e professor da Unicamp Leandro Karnal, que deu uma palestra sobre a história da região central do Brasil e a do Rio Araguaia. Depois da aula, a equipe pôde conhecer um pouco da gastronomia sertaneja no almoço preparado pela culinarista Dona Thelma. Suco de cagaita (frutinha amarela tradicional do cerrado), mané pelado (bolo à base de mandioca) e broa de pau a pique (também à base de mandioca) foram algumas das especialidades locais servidas durante o evento. Uma apresentação de catira, dança do folclore brasileiro que tem raízes no Mato Grosso e em Goiás, encerrou o primeiro encontro.
O autor Walther Negrão conta que sempre foi fascinado pela paisagem e pela história que circunda a região apresentada pela novela. Em 1962, trabalhando como repórter de turismo, subiu o rio para fazer uma matéria sobre o primeiro hotel flutuante da região. Desde então, ficou fascinado pelo lugar, por aquele rio tão diferente dos outros, instalado no coração do Brasil. Além disso, quase participou da Guerrilha do Araguaia, movimento guerrilheiro instaurado na região amazônica brasileira, ao longo do Rio Araguaia, entre fins da década de 1960 e a primeira metade da década de 1970. Walther Negrão só não participou do movimento porque conheceu sua esposa e se casou, abandonando a luta armada.
O autor participava de todo o processo de construção narrativa da novela. Levantava por volta das cinco da manhã, escrevia até meio-dia, almoçava, dormia duas horas e voltava ao trabalho até as 22h. Duas vezes por semana, fazia uma reunião com os colaboradores que moravam em São Paulo. De 15 em 15 dias, convocava uma reunião geral, envolvendo os colaboradores que moravam no Rio. Nessas reuniões, todos davam sugestões e opiniões. Depois, Negrão fazia as “escaletas”, e cada um escrevia a sua parte. No final do processo, o autor editava as cenas, dando uma unidade linguística e narrativa a cada capítulo. O autor costumava escrever também nos fins de semana, diretamente de sua fazenda, no interior de São Paulo.
Para construir o seu personagem, o ator Murilo Rosa se inspirou no treinador e escritor americano Monty Roberts, que usa o método doma racional para domesticar seus cavalos. Essa técnica busca desenvolver o entendimento e a cooperação entre cavalo e domador, baseando-se sempre na confiança e no respeito mútuo, sem violência. O americano fala sobre a técnica no livro 'O Homem que Ouve Cavalos'.
A atriz Ana Lima visitou vários salões de beleza, dos maiores aos mais simples, para aprender a postura das profissionais, o funcionamento de um pequeno salão e o básico sobre a arte de embelezar as unhas. Tudo para viver a manicure Lenita, do salão de Beatriz (Eva Wilma).
O site da novela estreou no dia 20 de setembro, como parte da campanha de lançamento da novela. A criação do site foi assinada pela Divisão de Comunicação Transmídia da TV Globo, que realizou um extenso trabalho de pesquisa para identificar e localizar moradores e visitantes da região do Araguaia.
Durante o mês de agosto, a equipe da Divisão e representantes da produtora Lunática Filmes percorreram Goiânia, Goiás Velho, Luis Alves e São Félix e colheram mais de 30 depoimentos de personagens representativos da região, que abriram suas casas, revelaram suas histórias e falaram sobre as suas relações com o rio. O site apresentava os minidocumentários, o making-of da viagem, fotos dos bastidores, perfis dos entrevistados e informações sobre a região. E, integrando ficção e realidade, trazia ainda entrevistas com os personagens da novela.
A festa de lançamento da novela aconteceu no dia 23 de setembro, em São Paulo. Após a exibição de um clipe da trama, os convidados assistiram ao show da cantora goiana Maria Eugênia, que interpretou as canções: 'Notícias do Brasil,' 'Caçador de Mim' e 'Companheiro', sendo essa última o tema de abertura da novela.
Em seguida, iniciou-se a encenação de uma cavalhada, inspirada em cenas do primeiro capítulo da novela. O ator Murilo Rosa mostrou sua habilidade na montaria em um dos cavalos que participaram da apresentação. A decoração da festa usou referências da região do Araguaia, como mobiliário feito de fibras, cipós, troncos, além de elementos indígenas. O cardápio da festa foi composto por receitas preparadas com ingredientes típicos.
Araguaia: Menestrel anuncia a Cavalhada
A dupla sertaneja Victor & Léo gravou uma participação especial em Araguaia. Os cantores se apresentaram na inauguração da casa de espetáculos de Girassol, pertencente aos personagens Fred (Raphael Viana) e Janaína (Suzana Pires). A dupla tocou a música Rios de Amor, que fez parte da trilha sonora da novela.
O cantor Daniel também fez uma participação especial na novela, na mesma casa de espetáculos. O cantor interpretou a música Disparada, parte da trilha sonora da novela.
Araguaia foi a primeira novela das 18h da TV Globo a ser exibida em HD (high definition). A trama foi indicada ao Emmy Internacional em 2011, na categoria melhor telenovela, mas perdeu o prêmio para Laços de Sangue, coprodução da Globo com a emissora portuguesa SIC.
A personagem de Laura Cardoso, a Mariquita, sofria do mal de Alzheimer na novela. Antes de sua atuação na trama, a atriz já tinha trabalhado o tema no documentário Clarita, de Thereza Jessouroun, lançado em 2007.
Antes de ser levado ao ar na novela, o assunto foi pesquisado com a ajuda de médicos especialistas. A intenção era mostrar na trama o comportamento do doente e as dificuldades impostas pela doença.
Por meio do núcleo do padre Emílio (Otávio Augusto), a novela incentivou a adoção de crianças mais velhas.