Por Memória Globo

Bob Paulino/Globo

A novela chegou a seus capítulos finais cercada por grande suspense. Diante do assédio da mídia para descobrir o assassino e da repercussão da trama junto ao público, Silvio de Abreu foi obrigado a fazer algumas alterações no desfecho da história policial. Chegou-se a cogitar a exibição ao vivo do último capítulo, para evitar que o final fosse descoberto antes da transmissão. O autor conta que ele e o diretor Jorge Fernando resolveram gravar às 13h três possíveis desfechos – a novela ia ao ar às 20h30. Silvio de Abreu mandou as cenas alternativas para a emissora, com o capítulo já editado. Quando entraram no estúdio, os atores receberam suas falas, e só então ficaram sabendo quem era o assassino.

Silvio de Abreu afirmou que a estratégia de escrever capítulos falsos foi usada durante toda a novela, com o objetivo de evitar que a imprensa publicasse quem iria morrer. O autor revelou que mantinha uma sinopse secreta, desconhecida até mesmo por José Bonifácio de Oliveira, o Boni, então vice-presidente de operações da TV Globo. Segundo Silvio, a identidade do assassino já estava definida desde a sinopse.

Silvio de Abreu — Foto: Memória Globo

Claudia Raia contou que, quatro dias antes de terminar a novela, Silvio de Abreu pediu que ela fizesse uma participação especial. O autor exigiu sigilo absoluto e a orientou para que chegasse ao estúdio maquiada, e vestida com sua própria roupa, como quem faz uma visita aos amigos. Tudo já estava combinado com o diretor Jorge Fernando. A aparição da atriz no último dia de novela causou alvoroço no elenco e nos jornalistas, ávidos por descobrir quem era o assassino. Nos fundos de uma casa cenográfica, horas antes de a novela ir ao ar, o diretor gravou a personagem de Claudia fazendo uma breve caminhada e morrendo com um tiro. É a última cena da novela, que deixa no ar um novo mistério.

Em função da venda para o mercado externo, Silvio de Abreu criou outro desfecho para a trama, sem prejudicar o mistério da novela. O autor voltou às imagens já gravadas, reeditou e eliminou algumas cenas, a fim de manter a coerência e o suspense da história. A versão exibida em Portugal teve como assassino Ulisses, personagem interpretado por Otávio Augusto. Essa mesma versão foi ao ar na reprise da novela na sessão 'Vale a Pena ver de Novo' e em outros países. 'A Próxima Vítima' foi reapresentada na TV Globo a partir de julho de 2000.

Silvio de Abreu homenageou o amigo Gilberto Braga ao batizar de Felipe Barreto o cirurgião plástico que opera Isabela (Claudia Ohana) quando Marcelo (José Wilker) corta seu rosto com uma faca. A novela 'O Dono do Mundo' (1991), de Braga, tinha como protagonista um cirurgião plástico homônimo, interpretado por Antonio Fagundes.

O ator André Gonçalves chegou a ser espancado na rua por causa do personagem homossexual que interpretava na trama.

André Gonçalves em A Próxima Vítima, 1995 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

'A Próxima Vítima' foi uma das primeiras novelas de Deborah Secco, e a sua primeira no horário nobre da TV Globo. O bordão “Socorro!”, dito por sua personagem, Carina, surgiu do vocabulário da filha adolescente de Silvio de Abreu.

A Próxima Vítima: Bordão de Carina

A Próxima Vítima: Bordão de Carina

'A Próxima Vítima' foi a primeira novela de Alexandre Borges na TV Globo. Ele já havia atuado nas minisséries 'Incidente em Antares' (1994) e 'Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados' (1995).

Zé Bolacha foi inspirado num tio de Silvio de Abreu, chofer de caminhão em Catanduva (SP). O autor declarou que o personagem foi criado especialmente para Lima Duarte e, caso o ator não quisesse ou pudesse fazê-lo, “a novela perderia uma de suas mais intrigantes e simpáticas figuras”.

A personagem Julia (Glória Menezes), que se envolve em uma campanha de apoio a meninos de rua, foi inspirada na artista plástica Yvone Bezerra de Mello, que se dedicava intensamente à causa na época, e m seu livro 'As Ovelhas Desgarradas e seus Algozes'.

O sucesso da novela e do verdureiro Juca, interpretado por Tony Ramos, foi tão grande que o personagem deu nome a duas barracas de frutas no Mercado Municipal de São Paulo.

Tony Ramos em A Próxima Vítima, 1995 — Foto: Nelson Di Rago/Globo

Membros do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher condenaram e qualificaram como estímulo ao machismo as imagens em que Isabela (Claudia Ohana) é jogada da escada pelo noivo Diego (Marcos Frota) e esfaqueada no rosto pelo amante, Marcelo (José Wilker).

'A Próxima Vítima' foi vendida para mais de 20 países, entre os quais Cuba, Estados Unidos, Guatemala, Hungria, Letônia, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana, República Tcheca, Rússia, Uruguai e Venezuela.

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