Nove pequenos festivais regionais de música foram produzidos em todo o país. As duas primeiras colocadas em cada fase concorriam à final. Os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo indicaram cinco músicas cada.
Direção: Roberto Talma; Organização, produção musical e direção do concurso: Solano Ribeiro; Período de exibição: 10/08/1985 – 09/11/1985; Periodicidade: semanal (sábados); Horário: diversos
Tetê Espínola em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
Tetê Espínola em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
Emílio Santiago em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
Leila Pinheiro em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
SINOPSE
Cerca de 12 mil compositores se inscreveram para disputar o prêmio em dinheiro – melhores músicas, arranjo, letra, intérprete e revelação. A apresentação do festival coube ao jornalista, compositor e crítico musical Nelson Motta. A jornalista Glória Maria se encarregou das entrevistas realizadas nos intervalos do evento.Além do festival propriamente dito, a TV Globo exibiu, entre 28 de abril e 27 de julho de 1985, uma série de seis documentários mensais sobre os festivais de MPB realizados entre 1965 e aquele ano, com direção geral de Nilton Travesso e roteiro de Ricardo de Almeida. Foram eles: Da Bossa ao Arrastão, Banda x Disparada, Onde Estava o Samba, O Tropicalismo, Sinal Fechado e A Segunda Geração. Os programas, divididos em fases, não tinham uma preocupação cronológica e misturavam números musicais, depoimentos e imagens de arquivo.
Curiosidade: Os outros festivais produzidos pela Rede Globo foram Festival Internacional da Canção (1967), II Festival Estudantil de Música Popular Brasileira (1968), Abertura – Festival da Nova Música (1975), Festival da Nova Música Popular Brasileira – MPB 80 (1980), MPB-Shell Especial (1981), MPB-Shell 1982 (1982) e Festival da Música Brasileira (2000).
As datas das eliminatórias e suas respectivas regiões foram as seguintes: 10 de agosto, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Amapá e Pará; 17 de agosto, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal; 24 de agosto, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte; 31 de agosto, Bahia, Alagoas, Sergipe e Espírito Santo; 7 de setembro, Minas Gerais; 14 de setembro, Paraná; 21 de setembro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; 5 de outubro, São Paulo; 12 de outubro, Rio de Janeiro. As semifinais foram realizadas nos dias 19 e 26 de outubro e a final, no dia 9 de novembro, todas sediadas no Rio de Janeiro.O ginásio do Maracanãzinho, na Zona Norte do Rio, foi o palco da final, onde concorreram Caribe, Calibre: Amor, de Jorge Pontual e Roberto Mendes; O Condor, de Oswaldo Montenegro; O Dono da Terra, de Renato Corrêa e Nair de Cândida; Elis, Elis, de Estevan Natolo Jr. e Marcelo Simões; Os Metaleiros Também Amam, de Carlos Mello e Ayrton Mugnaini; Mira Ira, de Vanderlei de Castro e Lula Barboza; Novos Rumos, de Rossini Ferreira e Ana Ivo; A Última Voz do Brasil, de Próspero Albanese, Armando Ferrante, Tico Terpins e Zé Rodrix; Tempo Certo, de Ubiratan de Souza; Vamp Neguinha, de Cid Campos; Verde, de Eduardo Gudin e Costa Neto; e a vencedora, Escrito nas Estrelas, de Arnaldo Black e Carlos Rennó.
A cantora Tetê Espíndola vence com “Escrito nas Estrelas”.
A cantora Leila Pinheiro conquista o terceiro lugar e vence na categoria Revelação com a música “Verde”.
O cantor Emílio Santiago vence como melhor intérprete por “Elis, Elis”.
PREMIADOS
Tetê Espíndola, intérprete da canção vitoriosa, Escrito nas Estrelas, ganhou notoriedade com o festival. O segundo lugar ficou com a música Mira Ira, e o terceiro, com a canção Verde. Os outros prêmios foram para: letra – A Última Voz do Brasil; arranjo – Mira Ira; intérprete – Emílio Santiago, por Elis, Elis; e revelação – Leila Pinheiro, por Verde.
Curiosidade: o Festival dos Festivais resultou na produção de um disco com as 12 músicas finalistas.
PRODUÇÃO
A organização do evento ficou a cargo de Solano Ribeiro, um dos responsáveis pelos grandes festivais de MPB das décadas de 1960 e 1970. Ele ficou à frente da organização, produção musical e direção do concurso, respondendo pela seleção dos 48 concorrentes e pela escolha do júri e dos intérpretes – uma vez que os candidatos selecionados tinham suas composições cantadas por músicos já consagrados da MPB.A produção do programa ficou a cargo de Vitor Paranhos.O júri era formado pela cantora Rita Lee, o saxofonista Paulo Moura, o crítico musical Tárik de Souza, o repórter e apresentador Marcelo Tas, a atriz Malu Mader, o músico Arthur Moreira Lima, o jornalista Sérgio Cabral e o empresário Ricardo Amaral.
Jonhy Alf em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
João Marcelo em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
Aldemir Martins em Festival dos Festivais, 1985. Globo.
Fontes: Boletim de Programação da Rede Globo números 614, 642, 650, 668; YAMAMOTO, Nelson Pujol. “Festival foi salvo por caso do acaso” In: Folha de São Paulo, 28/10/1985; “Estava escrito nas estrelas. Alegria geral” In: O Globo, 28/10/1985; ORSINI, Elizabeth. “Festival dos Festivais foi mais teatral do que música” In: Jornal do Brasil, 18/10/1985; “No entanto, é preciso cantar” In: VIS, 06/01/1985.