Em 1943, os irmãos Villas Bôas Claudio (João Miguel), Orlando (Felipe Camargo) e Leonardo (Caio Blat) alistam-se na expedição Roncador-Xingu, frente desbravadora do movimento Marcha para o Oeste, idealizado pelo presidente Getúlio Vargas para conquistar uma região do país até então inexplorada e acabam liderando a expedição.
Orlando, o mais velho dos irmãos, é o mediador do contato dos índios com o poder oficial. Cláudio, o mais idealista, é também o mais consciente das contradições da expedição. Leonardo, o caçula, é um jovem vibrante e corajoso. Rodeados por uma estonteante beleza natural, os expedicionários se deparam com diversas etnias indígenas, ganhando gradativamente a sua confiança. O trio se encanta com a riqueza cultural dos índios, ao mesmo tempo em que toma consciência do impacto negativo que o contato com os brancos pode causar nas aldeias.
Cláudio, Orlando e Leonardo Villas Bôas se inscrevem na expedição para o Xingu.
MORTE E DESTRUIÇÃO
Irmãos Villas Bôas fazem de tudo para salvar os índios, mas muitos deles acabam morrendo
Uma gripe assola a aldeia onde a expedição está baseada e, como uma epidemia, mata metade dos índios, incluindo o cacique. Os irmãos ainda tentam vacinar a população indígena, mas a penicilina acaba, o que dificulta o controle da situação. O médico Noel (Augusto Madeira) e a enfermeira Marina (Maria Flor) se juntam à expedição para medicar os índios da região. Paralelamente, Cláudio avança com um grupo para o Norte, rumo à Floresta Amazônica, e descobre que os índios estão sendo mortos por seringueiros. Os sobreviventes são levados para a aldeia, e Orlando, Cláudio e Leonardo começam a idealizar uma maneira de proteger os indígenas.
Dezenas de índios morrem em massacre
EM BUSCA DA PRESERVAÇÃO INDÍGENA
Eles prometem construir base militar em troca da criação de reserva indígena
Diante do sucesso da expedição liderada pelos Villas-Bôas, o governo manda um representante à aldeia para propor a instalação de uma base militar na Serra do Cachimbo, localizada entre o sul do estado do Pará e o norte do Mato Grosso. A princípio resistente ao projeto, Orlando aceita a missão, desde que, em troca, os índios ganhem um parque, uma área demarcada onde sua cultura possa ser protegida e preservada. O acordo é selado, e os irmãos viajam em busca da área ideal para a base militar. O avião em que estão sofre uma pane e o piloto faz um pouso de emergência, suspeitando de sabotagem da aeronave. O grupo fica sem comida, água e remédios, à espera do resgate, que não sabem se virá.Nesse meio tempo, Orlando e Leonardo discutem. O pivô da discórdia é o fato de o caçula ter engravidado uma índia. A notícia virou manchete, colocando em risco o projeto dos irmãos. Sem a concordância de Cláudio, Orlando diz que a permanência de Leonardo na expedição é insustentável, e exige que ele vá embora. Quando eles são resgatados e retornam à aldeia, Leonardo deixa a expedição, e volta a São Paulo levando a filha mestiça.Orlando e Claudio dão sequência à expedição e, dois anos depois, entregam a base militar ao governo. Em vez de conceder as terras prometidas aos índios, o governo, porém, começa a distribuí-las, favorecendo fazendeiros e a expansão da fronteira agrícola, que avança no Mato Grosso.
Os índios se reúnem e atacam as bases dos fazendeiros, travando uma batalha com os brancos. Orlando viaja ao Rio de Janeiro para conversar com os políticos e insistir na demarcação de uma área para os indígenas.
CRIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DO XINGU
Após 20 anos, três presidentes e uma viagem sem paralelo na história, com batalhas entre brancos e índios, 1.500 quilômetros de picadas abertas, mil quilômetros de rios percorridos, 19 campos de pouso abertos, 43 vilas e cidades desbravadas e 14 tribos contatadas, além das mais de 200 crises de malária, os irmãos Villas-Bôas conseguem concretizar seu projeto e inaugurar ao norte do Mato Grosso, em 1961, o Parque Nacional do Xingu, autorizado pelo presidente Jânio Quadros. O parque ecológico e reserva indígena, delimitado em mais de 2 milhões de km2, era o maior do mundo na época, do tamanho de um país como a Bélgica. Os Villas-Bôas e os índios comemoram. O momento histórico é celebrado com uma grande festa nas aldeias, e Orlando aproveita para pedir Marina em casamento. Claudio, por sua vez, acaba se envolvendo com uma índia da tribo.
Os dois são surpreendidos na aldeia pela notícia da morte precoce de Leonardo. Cláudio não se conforma e culpa Orlando, acusando-o de ter sido intolerante com o irmão para não perder seu poder na expedição. Em seguida, Cláudio decide seguir adiante e cuidar da fronteira norte do Parque, dando início à Operação Caiabi, que consiste em levar índios dessa etnia para a área demarcada, livrando-os da ameaça dos brancos. Alguns se recusam a ir, e Cláudio chega a usar a força para obrigá-los a se mudar.
Em Xingu, todos vibram com a notícia. Na cidade, Leonardo fica doente
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
Com o objetivo de salvá-los, Cláudio e Orlando encontram os índios Kreen.
Tempos depois, Orlando toma conhecimento de que a rodovia Transamazônica, projetada pelo governo militar, vai invadir a terra dos krenakarore, a única que ainda não fez contato com os brancos. Ele procura Cláudio para ajudá-lo a contatar a tribo antes da chegada dos brancos, e tentar convencê-los a se mudar para o Parque. Cláudio se rende ao apelo de índios de outras etnias e se engaja com Orlando nessa nova missão.Dos 600 índios krenakarore existentes na região do Alto Xingu, apenas 79 sobrevivem à Transamazônica, sendo levados para o Parque Nacional do Xingu.Em 1971, Cláudio e Orlando tiveram sua luta reconhecida internacionalmente, com a indicação ao Prêmio Nobel da Paz. Em 1984, com apoio dos Villas-Bôas, os índios assumiram o controle do parque. Em 2011, um ano antes do lançamento do filme, o parque completou 50 anos preservado, com 50 aldeias, sendo 13 caiabis.