A minissérie foi escrita com uma linguagem mais livre do que as usuais na televisão. Centrando-se em Amadeu, com sua frágil estrutura psicológica, e nos personagens que o cercam, o autor faz uma análise da formação da sociedade paulista, com seu característico universo urbano-industrial e suas desigualdades sociais.
O projeto da série teve início em 1987, quando Daniel Filho convidou Gianfrancesco Guarnieri para escrever uma minissérie ambientada em São Paulo para um elenco predominantemente paulista. Ao contrário da impressão imediata, o título da minissérie não está ligado exclusivamente ao apelido da cidade de São Paulo. A intenção inicial do autor era de que a minissérie se chamasse 'Sampa-Lelê', um derivado da expressão 'Simpa-Lelê', que significa 'sem palavras' no dialeto crioulo haitiano.
Impressionado com um vídeo a que assistira sobre a história do Haiti, o autor introduziu numa das cenas iniciais da minissérie a expressão 'Simpa-Lelê', dita pelo marinheiro haitiano suicida que Amadeu encontra na Estação da Luz.
'Sampa' foi vendida para Angola, Canadá e Portugal, entre outros países, e a primeira minissérie da Globo gravada quase que exclusivamente em locações, ou seja, fora de estúdios, em locais públicos especialmente escolhidos pela produção. Segundo o diretor, a decisão foi estética e prática. Do ponto de vista estético, a intenção principal da minissérie era capturar a essência da atmosfera urbana de São Paulo. Com relação à parte prática, a solução veio ao encontro de um problema enfrentado pela emissora: a falta de estúdios. Naquele momento, a Central Globo de Produção (Projac) ainda não tinha sido inaugurada.
O uso de câmera portátil e pouca luz criou o clima angustiante de 'Sampa', reforçando a atmosfera frenética da cidade.
TRILHA SONORA
A trilha sonora da minissérie acompanha o ritmo de vida da metrópole. A banda Os Mulheres Negras, comandada por André Abujamra e Maurício Pereira, foi convidada para compor a trilha incidental.