Memoria Globo

Maria Adelaide Amaral, 2008. Cícero Rodrigues/Memória Globo. — Foto: Globo

Maria Adelaide Amaral, 2008. Cícero Rodrigues / Memória Globo.

Dramaturga e novelista portuguesa, Maria Adelaide Amaral nasceu no Porto em 1942. Em entrevista ao Memória Globo, a autora conta que sempre quis adaptar Os Maias para a televisão. A adaptação foi extremamente fiel à história e ao espírito queiroziano, embora algumas alterações tenham sido feitas na narrativa para adequar a literatura à linguagem da teledramaturgia.

“Eu escrevia a minissérie com o romance Os Maias ao meu lado. Dezenas de frases, centenas de expressões queirozianas foram usadas assim, era minha homenagem, eu me rendi”.

A novidade foi a inclusão personagens de outras obras de Eça de Queiroz na minissérie: A Relíquia e A Capital.

“Estas tramas são as válvulas de humor da minissérie. Para teledramaturgia, é muito importante que haja um núcleo de humor para o público respirar”.

PREPARAÇÃO DO ELENCO

Alguns meses antes do início das gravações, o elenco e a equipe participaram de palestras feitas por especialistas na obra de Eça de Queiroz, realizadas na Central Globo de Produção. Os palestrantes foram Beatriz Berrini, doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, considerada a maior especialista em Eça de Queiroz no Brasil; Campos Matos, consagrado arquiteto português, estudioso e autor de livros sobre a obra do escritor; Nicolau Sevcenko, historiador especializado no século XIX; Isabel Pires de Lima, portuguesa, membro do projeto Eça de Queiroz e conselheira de redação da Revista Queiroziana; e Carlos Reis, português, diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa.

Luiz Fernando Carvalho durante gravação de Os Maias, 2001. Roberto Steinberger/Globo. — Foto: Globo

Luiz Fernando Carvalho durante gravação de Os Maias, 2001. Roberto Steinberger/Globo.

Os Maias marcou o retorno do diretor Luiz Fernando Carvalho à TV Globo, após três anos afastado da televisão para se dedicar ao filme Lavoura Arcaica (2001).

A minissérie lançou novos talentos, como a curitibana Simone Spoladore, protagonista do filme Lavoura Arcaica – baseado no romance homônimo de Raduan Nassar – que também tem direção de Luiz Fernando Carvalho, lançado em 2001. Além de Simone, também estrearam na TV as atrizes Giselle Itié (Lola) e Marina Ballarin (Melanie). A série foi produzida em parceria com a emissora portuguesa SIC (Sociedade Independente de Comunicação) e estreou simultaneamente em Portugal e no Brasil.

A versão para DVD, lançada em 2004, foi editada pelo próprio Luiz
Fernando Carvalho, que fez alterações no formato da série, cortando as partes
da narrativa que se referem aos romances A
Relíquia e A Capital. Além de
depoimentos de alguns atores do elenco e comentários de Maria Adelaide
Amaral sobre a adaptação do romance para a televisão, o material extra do
DVD apresentou as notas sobre a obra literária, de Beatriz Berrini. A versão
teve a primeira tiragem esgotada no Dia das Mães.

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