PRODUÇÃO
Uma minuciosa pesquisa foi realizada para auxiliar o trabalho da produção. Figurinos, arte, cenografia, fotografia, maquiagem, entre outros aspectos, foram explorados com o objetivo de reproduzir com máxima fidelidade a estética e o comportamento da época.
Para dar mais realismo às cenas ambientadas em Portugal, a minissérie foi gravada durante seis semanas em várias regiões do país, sendo a primeira produção da TV Globo a passar tanto tempo fora do Brasil. Foram a Portugal 26 integrantes de um elenco de mais de 50 atores, além de 95 pessoas da equipe de produção. Cerca de 50 portugueses trabalharam na minissérie, que também contou com a participação outros de três atores estrangeiros no elenco: os ingleses Philip Croskin (mister Brown) e Ruth Brennan (miss Sarah) e o italiano Fabio Fulco (Tancredo). Em Portugal, a equipe gravou no Vale do Douro, no norte do país, onde foram feitas as sequências da colheita de milho e uva mostrada na história. Na estação de trem de Vargelas, foi gravado o embarque de Carlos da Maia para Coimbra, quando o personagem ingressa na faculdade de Medicina. A cena do enterro de Pedro da Maia foi realizada na vila de Monção, quase na fronteira com a Espanha. A cidade de Sintra também serviu de cenário para várias gravações. A tradicional casa dos Maias, conhecida como o Ramalhete, teve como fachada um antigo casarão abandonado em Lisboa, de 1788, de propriedade particular. No Rio de Janeiro, o Theatro Municipal, o Palácio do Catete, a antiga Casa da Moeda, no centro da cidade (locação do fictício cortiço da trama), Museu do Açude, a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói e o Museu da Cidade, todos com caracterização de época, serviram de locação para algumas cenas da minissérie.
Uma estação de trem na cidade mineira de São João Del Rey também serviu de cenário para a trama.
Fábio Assunção durante gravação de Os Maias em Portugal, 2001. Roberto Steinberger/Globo.
Galeria de fotos Bastidores
Ana Paula Arósio e Fábio Assunção em Os Maias, 2001. Globo
FIGURINO e CARACTERIZAÇÃO
A indumentária dos atores seguiu as detalhadas descrições de Eça de Queiroz. As roupas das atrizes contavam com crinolina (armação), blusa de baixo, calçola, botina, espartilho, vestido, luvas, bolsinha, leque e adereços de cabelo. As dos homens compunham-se de sobrecasaca, capote, cartola, luvas, bengala, botas, calça, camisa, gravata e colete.
Os figurinos foram inteiramente confeccionados na oficina de
costura da TV Globo. Alguns adereços e peças foram compradas em Londres, na
Espanha e em Portugal, como os lenços de seda e os robes orientais usados por
João da Ega (Selton Mello).
A maquiagem também merece destaque.
Cabelos volumosos, barbas, bigodes e cavanhaques marcavam a caracterização
masculina. Algumas atrizes tingiram os cabelos e usaram lentes de contato para
compor suas personagens. A equipe de maquiagem contou com o trabalho da inglesa
Joan Hills, que trabalhou no filme Um Amor de Swann, de Volker Schlondorff.
Para ajudar na composição de seus personagens de
época, os atores tiveram ainda a assessoria de Nelly Laporte, que os instruía
sobre postura e gestual, e de Glorinha Beuttenmüller, para a dicção.