A cidade cenográfica foi construída numa área de 40.000m², em Pedra de Guaratiba. Foi projetada por Mário Monteiro exatamente como Érico Veríssimo a descreve no livro, com as mesmas ruas largas, as mesmas quadras, o sol marcando a passagem do tempo sobre as casas, etc. A cidade ia envelhecendo e se transformando com a passagem do tempo.
O principal ponto de referência de Santa Fé é uma figueira centenária, parte fundamental da cenografia, elaborada para caracterizar a ação do tempo e do vento ao longo dos 150 anos de história. A estrutura da figueira, de 12m de altura e 20m de diâmetro, foi feita de ferro e fibra de vidro, a partir de um tronco implantado no chão. No último estágio, foram colocados galhos reais na árvore, cobertos com uma camada de isopor. Situada em frente ao casarão dos Terra Cambará, ela aparecia frondosa na primavera e sem folhas no inverno.
Além das casas, ruas e árvores, a cidade cenográfica abrigou uma criação de cavalos, galinhas, bezerros e pombos. Quase 200 armas e punhais foram produzidos para a minissérie. A casa de Ana Terra também requisitou cuidados especiais da equipe de cenografia. Era feita de torrão, fôrmas obtidas da mistura de terra e vegetação das beiras dos rios. Para construí-la cenograficamente com esse material, foi fundamental a colaboração de Ricardo Camaquã, cenotécnico da Rede Brasil Sul, um dos poucos a conhecer esse tipo de técnica.
Marlise Saueressig, Simone Castel, Gloria Pires e Camilo Saueressig em O Tempo e o Vento, 1985. Jorge Baumann/Globo.