Abertura da minissérie Memórias de um Gigolô (1986).
Autoria: Walter George Durst e Marcos Rey Direção geral: Walter AvanciniSupervisão: Daniel FilhoProdução do núcleo: Ary Grandinetti NogueiraPeríodo de exibição: 14/07/1986 – 08/08/1986Horário: 22hNº de capítulos: 20
A história se passa em São Paulo, no final dos anos 1920, e tem como ponto de partida as lembranças de Mariano (Lauro Corona).Órfão, ele perde a tia que o criou e vai parar no bordel de Madame Iara (Elke Maravilha), onde conhece duas pessoas que transformam sua vida: Esmeraldo (Ney Latorraca), um gigolô amante da boa vida que se torna seu mestre; e a prostituta Guadalupe (Bruna Lombardi), conhecida como Lu, uma mulher doce e extremamente sensual.Esmeraldo é namorado de Lu, a quem ama incondicionalmente. Mariano entra na vida do casal e acaba se apaixonando por ela, formando assim o triângulo amoroso que conduz toda a narrativa. O jogo de sedução, vivido pelos três sem sentimento de culpa ou traição, se passa no apogeu do ciclo do café, em meio ao luxo, ao brilho e ao requinte que envolvem os magnatas da indústria cafeeira.Esmeraldo e Mariano são inteiramente encantados por Lu e sofrem quando a prostituta não está por perto. E ela, apaixonada pelos dois homens de sua vida, está sempre pronta a ajudar aquele que mais estiver precisando, seja afetiva ou financeiramente. Assim, Lu vai conduzindo as duas relações.Apesar de amarem a mesma mulher, Esmeraldo e Mariano não sentem raiva um do outro. Os três personagens encaram a vida e as relações amorosas com a mesma intensidade e liberdade. Extrovertidos e alegres, vivem grandes prazeres sem pudores ou repressão.No último capítulo da minissérie, há uma passagem de tempo, onde o telespectador descobre que os três amantes continuam levando a relação da mesma forma.
CURIOSIDADES
Na adaptação do livro para a televisão, Walter Avancini criou 20 contos independentes, que se interligavam através da trama central da história. Assim, foram gravados episódios fechados, com histórias que se concluíam a cada dia. Ao longo de 20 capítulos, o telespectador pôde acompanhar, além da trama envolvendo os três protagonistas, diferentes personagens que entravam e saíam da narrativa.Memórias de um Gigolô já havia sido adaptado para o cinema em 1970, num filme homônimo dirigido por Alberto Pieralise. Na versão cinematográfica, o triângulo amoroso era formado por Cláudio Cavalcanti, Rossana Ghessa e Jece Valadão.
BASTIDORES
A minissérie teve cenas gravadas em Friburgo, no Rio de Janeiro; Santa Cruz das Palmeiras e Mococa, em São Paulo; e em Poços de Caldas e Pirapora, em Minas Gerais. O figurino de Memórias de um Gigolô foi inspirado em desenhos do ilustrador carioca J. Carlos (1884-1950) que retratam a época das melindrosas, dos “almofadinhas” e dos malandros, personagens típicos da Belle Époque.O corte de cabelo de Bruna Lombardi remetia ao usado pela atriz americana Louise Brooks, estrela do cinema mudo.Para a criação dos cenários, sob a responsabilidade de Raul Neves, foi realizada uma minuciosa pesquisa, especialmente sobre a arquitetura dos anos 1920. A equipe desenvolveu cerca de 150 ambientes, sendo que alguns deles apareciam por apenas alguns segundos em cena. Escrita em tom de opereta, Memórias de um Gigolô teve trilha sonora composta de flashes musicais de sucessos da época.
GALERIA FOTOS
Galeria de fotos Memórias de Um Gigolô
GALERIA VÍDEOS
Cena em que Mariano (Oberdan Junior, quando criança, Lauro Corona quando rapaz) chega ao bordel, sendo apadrinhado por Madame Yara (Elke Maravilha).
Cena em que Lu (Bruna Lombardi) chega ao bordel.
Cena em que Esmeraldo (Ney Latorraca) vem ao encontro de Lu (Bruna Lombardi), deixando Mariano (Lauro Corona) com ciúmes.
Cena em que Lu (Bruna Lombardi) parte com Esmeraldo (Ney Latorraca), para desespero de Mariano (Lauro Corona).
Cena em que Mariano (Lauro Corona), após 30 anos de espera, reencontra Lu (Bruna Lombardi) e Esmeraldo (Ney Latorraca). Os três decidem viver juntos a velhice.
FONTES
[Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Bruna Lombardi (10/04/2012) e Ney Latorraca (18/06/2007); Boletim de programação da Rede Globo, números 699, 700, 702, 705; ACOSTA, Adão. “A difícil mas curtida cenografia do Gigolô” In: Ultima Hora, 31/07/1986; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; SANTOS, Wilson Roberto. “Deliciosas memórias” In: Folha da Tarde, 11/07/1986; YAMAMOTO, Nelson Pujol. “Memórias de um gigolô fugiu do óbvio e acertou” In: Folha de S. Paulo, 16/11/1986; www.teledramaturgia.com.br, acessado em 10/2006; http://viaglobal/cedoc (intranet), acessado em 06/2006.]