PRODUÇÃO
A equipe de produção da minissérie começou a pesquisar locação em março de 2004. A direção optou por gravar nos mesmos locais onde se passa a trama original, no pequeno vilarejo de Abunã e na cidade de Santo Antônio, em Rondônia. Para as gravações foi necessário reconstruir seis quilômetros de trilhos que estavam soterrados por barro e mato e reformar a Mad Maria, nome da máquina que abriu a estrada de ferro.
Para a execução da minissérie, a equipe da Rede Globo contou com o apoio do governo de Rondônia, que investiu na recuperação de 8km da ferrovia, no restauro de uma locomotiva e na cessão de operários, médicos e policiais para acompanhar as equipes de gravação. Ao todo, a minissérie mobilizou cerca de 400 profissionais em Rondônia.
O diretor Ricardo Waddington viajou para Rondônia com equipe e elenco. Todos tiveram de tomar vacinas contra sarampo, hepatite A, difteria, tétano, caxumba e rubéola. Era o necessário para passar cerca de 50 dias gravando em plena Floresta Amazônica. A equipe ficou hospedada no município de Guajará-Mirim, a 160 km do local de gravação. Ao todo, as equipes de produção, direção e elenco ficaram cerca de dois meses em Rondônia.
Mais de 450 pessoas trabalharam direta e indiretamente no set de Abunã. O local de gravação ficava a 4km da base de produção. Só era possível circular de carro nos dois quilômetros iniciais. Daí em diante, só a pé ou em um pequeno vagão usado para transportar equipamento, alimentação e figurino.
Em Santo Antônio, cidade a cerca de 10km de Porto Velho, foram recuperados 2km de trilhos e reconstituídas, com fidelidade, as barracas dos operários das obras.
Aproximadamente 150 pessoas da região trabalharam como figurantes na minissérie. Algumas delas eram descendentes de funcionários da Madeira-Mamoré.
Cena de homens trabalhando na construção da ferrovia. Minissérie Mad Maria, 2005/ Globo.
As cenas de brigas entre os diferentes povos que vieram para o Brasil trabalhar na construção da ferrovia demandaram o emprego de efeitos especiais, inclusive, em 3D. Em uma das sequências, um dos operários é decapitado, e, em outra, as mãos do índio Joe Caripuna (Fidellis Baniwa) são cortadas.
CENOGRAFIA
Para recriar o Rio de Janeiro de 1910, as equipes de cenografia e computação gráfica trabalharam a partir de fotos da época encenada e de maquetes. O Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, ex-sede do Senado Federal, foi um dos reproduzidos na minissérie. O prédio, demolido na década de 1970, era o local de trabalho do ministro Juvenal de Castro (Antonio Fagundes). A fachada e a entrada do Palácio do Catete, no Rio, serviram como locação. A parte interna foi toda recriada pela equipe de cenografia. O corredor que ligava o gabinete presidencial aos dos assessores tinha mais de 15m de cumprimento. Outros locais no Rio de Janeiro também serviram de locação, como o prédio do Tribunal Regional Eleitoral e a Confeitaria Colombo, ambos no Centro da Cidade, além do parque da Quinta da Boa Vista e da casa da Marquesa de Santos, também na Quinta da Boa Vista.
A minissérie teve cenas gravadas nos estúdios do Projac, no Rio de Janeiro. Foi construído um set cenográfico que representava um bairro no subúrbio carioca, onde morava a família de Luiza (Priscila Fantin), e a região de São Cristóvão, onde ficava a casa que Juvenal deu à amante. As casas dos dois bairros foram feitas segundo arquitetura colonial do princípio do século.
A cidade cenográfica que reconstituiu Porto Velho em 1910 foi montada em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No mesmo local foi produzida uma réplica do Hospital da Candelária, o principal da região, que teve parte de seus 17 prédios reproduzida em computação gráfica.
Uma das grandes dificuldades da equipe de produção de arte foi descobrir uma foto de Percival Farquhar na época em que se passa a minissérie. Após inúmeras pesquisas, a equipe só encontrou fotografias do empresário muito jovem ou muito velho. A solução foi simular, por meio dessas fotos, como deveria ser feita a caracterização de Tony Ramos.
Priscila Fantin é repórter por um dia para mostrar detalhes da velha república que serão retratados na minissérie Mad Maria, Fantástico, 23/01/2005.
Tony Ramos na minissérie Mad Maria, 2005/ Globo.
FIGURINO
A equipe de maquiagem trabalhou na simulação de ferimentos, picadas e reações alérgicas, como o caso dos cotovelos de Collier (Juca de Oliveira), deformado por picadas inflamadas. Essa maquiagem levava uma hora para ser feita.
O trabalho de caracterização do núcleo carioca resultou em maquiagem e penteados exuberantes. Para retratar o estilo conservador dos personagens que frequentavam o governo, a equipe de figurino buscou inspiração em figuras históricas, como o Barão do Rio Branco.Para criar os figurinos da minissérie, a equipe inspirou-se no período final da Belle Époque e na estética de alguns filmes, como Barry Lyndon (1975), de Stanley Kubrick; O Leopardo (1963), de Luchino Visconti; Moça com Brinco de Pérola (2003), de Peter Webber; e Gangues de Nova York (2002), de Martin Scorsese.O figurino da personagem Tereza (Claudia Raia) chamava atenção pelo colorido e pela valorização de detalhes.
A personagem usava a criatividade para se produzir de forma alegre e elegante.As roupas dos personagens que interpretaram trabalhadores da Madeira-Mamoré tinham um aspecto desgastado e sujo, efeito alcançado através de tingimento.A calça jeans – usada na minissérie pelo enfermeiro norte-americano Ted (André Frateschi) – era uma novidade para os personagens brasileiros, que se encantaram com a peça.Ao longo da história, o figurino de Consuelo (Ana Paula Arósio) passou por diversas mudanças. Logo no começo, seguia uma linha romântica. Após o acidente com o piano no Rio Madeira, ela passou a se vestir como um homem, pois não havia roupas femininas no acampamento. No final da história, quando a personagem se mudou para Porto Velho, começou a vestir roupas leves e claras.
Galeria de fotos Bastidores
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