Memoria Globo

O primeiro capítulo da minissérie começa em 1956, quando Juscelino Kubitschek prepara-se para tomar posse como presidente da República. Ao ser aclamado pelo povo nas ruas, o político relembra toda a sua trajetória, começando com a infância, em Diamantina, Minas Gerais, onde nasceu.

Filho do caixeiro-viajante João César de Oliveira (Fábio Assunção) e da professora primária Júlia Kubitschek (Julia Lemmertz/ Ariclê Perez), Juscelino Kubitschek nasce em 12 de setembro de 1902. Ainda muito menino, perde o pai, vítima de tuberculose. Sua mãe passa a ter dificuldades para criar os dois filhos, Juscelino e Maria da Conceição Kubitschek de Oliveira, a Naná. Entre os quatro e 16 anos, a personagem foi vivida por Raquel Bonfante, Débora Sargentelli e Marcela Barrozo; na segunda e terceira fases da minissérie, Juliana Mesquita e Denise del Vecchio interpretaram o papel da irmã de Juscelino. Apesar das inúmeras dificuldades e do sofrimento pela perda do marido, a mãe de Juscelino assume sozinha a educação dos filhos, tarefa que desempenha com doçura e firmeza.

A amizade de Juscelino com a irmã e as temporadas que passa na casa do avô materno, Augusto Elias (Paulo José), amenizam a dura vida que o menino leva. Com a morte do avô e a ida da irmã para o internato religioso, Juscelino, então com pouco mais de dez anos, começa a se dar conta da dificuldade financeira de sua mãe e decide procurar um trabalho para ajudar em casa. Os anos se passam, e Juscelino faz tudo para ajudar a mãe, sua grande amiga e companheira.

A primeira paixão do rapaz é Amália (Manuela do Monte), com quem também sofre sua primeira desilusão amorosa. Seu melhor amigo é José Maria Alkmim (Ranieri Gonzalez/Osmar Prado), moço tão pobre quanto ele, apaixonado por Das Dores (Keli Freitas), com quem consegue se casar alguns anos depois. Os dois acabam seguindo caminhos semelhantes e permanecem unidos ao longo de toda vida, construindo uma sólida e sincera amizade.

Graças aos esforços de sua mãe, Juscelino completa os estudos e ingressa na faculdade de Medicina, em Belo Horizonte. Com a ajuda de Mata Machado (Luciano Chirolli), consegue um trabalho como telegrafista em Belo Horizonte e começa a ganhar um salário. Para poder dar conta da faculdade e do emprego, ele estuda durante o dia e trabalha de madrugada. Nesse momento, ele deixa Diamantina e vai morar na pensão de Dona Cota (Thais Garayp), em Belo Horizonte, onde conhece e se torna amigo de Odilon Behrens (André Frateschi/Camilo Bevilacqua), Julio Soares (Mateus Solano/Tato Gabus Mendes) e Thales da Rocha Viana (Marcelo Laham), noivo de sua prima Virgínia (Maria Laura Nogueira). Alguns anos depois, Juscelino apresenta sua irmã Naná ao amigo Julio Soares. Os dois se apaixonam à primeira vista e acabam se casando.

Com muita dedicação, a vida profissional de Juscelino segue bem. Ele consegue um emprego na enfermaria da Clínica Cirúrgica da Santa Casa e passa a frequentar cinemas, clubes e festas, tudo o que não podia fazer antes por falta de dinheiro. É nesse momento que ele conhece a segunda grande paixão de sua vida, Sarah Lemos (Débora Falabella/Marília Pêra), uma jovem de tradicional família mineira, por quem se apaixona à primeira vista. Por sua condição social, Juscelino sabe que será difícil aproximar-se de Sarah, mas ele não consegue esquecê-la.

Wagner Moura em JK, 2006. Renato Rocha Miranda/Globo — Foto: Globo

Durante um evento beneficente, ele encontra Sarah e, apaixonado, convida-a para dançar. Os dois acabam se beijando, mas Sarah também teme que sua família rejeite o romance dos dois por ele não pertencer a uma família tradicional. Destemido, Juscelino decide ir à casa de Sarah pedir sua mão em casamento para Luisinha Lemos (Louise Cardoso/Eva Wilma), mãe da jovem. Para surpresa do casal, Luisinha não se opõe à união, e os dois decidem, então, marcar a data do casamento. Porém, os planos do casal são alterados quando Juscelino decide fazer uma especialização em Urologia em Paris. Insatisfeita com a decisão do noivo, Sarah chega a terminar definitivamente o noivado, acusando Juscelino de estar adiando o compromisso por não amá-la. No entanto, quando Juscelino retorna ao Brasil, Sarah o perdoa, e os dois finalmente se casam.

De volta ao seu país, Juscelino começa a trabalhar no Hospital Militar como chefe do serviço de Urologia, com a patente de capitão-médico. Como doutor da Polícia Militar, é convocado para lutar por Minas Gerais contra os paulistas na Revolução de 1932. Sua heróica atuação chega aos ouvidos de Benedito Valadares (Otávio Augusto), e os dois tornam-se grandes amigos.

Valadares é indicado por Getúlio Vargas para ser interventor em Minas Gerais e decide nomear Juscelino Kubitschek secretário de Governo. Como chefe de gabinete, Juscelino estreita laços com os prefeitos do interior e acaba se candidatando e sendo eleito deputado federal, no mesmo ano em que seu amigo e fiel companheiro José Maria Alkmin.

Os novos rumos profissionais de Juscelino, que passa a se dedicar à vida pública com mais intensidade, não agradam em nada sua mulher, Sara. Ela não apoia o marido quando o vê deixar a Medicina em segundo plano para se dedicar à política. Sara sofrera com a morte do pai, uma figura importante na política mineira. Ele enfrentou grandes decepções profissionais que o levaram à depressão e à morte. Sarah jurou jamais casar-se com um homem que estivesse ligado à política. A vocação de Juscelino, no entanto, fala mais alto e, mesmo decepcionando a mulher, ele não desiste de seus objetivos na vida pública.

Em fevereiro de 1940, Juscelino é convidado por Benedito Valadares para assumir o cargo de prefeito de Belo Horizonte. Inicialmente, declara que não aceitará o convite, pois gostaria de se dedicar à Medicina, mas acaba fazendo um acordo, assumindo o cargo e mantendo também sua atividade como médico. Um dos pontos altos de seu trabalho como prefeito da capital mineira é a construção do conjunto arquitetônico da Pampulha, um dos marcos da moderna arquitetura brasileira, empreendimento comandado por um jovem e promissor arquiteto, Oscar Niemayer (Rodrigo Penna). Nesse mesmo ano, nasce a filha de JK, Márcia Kubitschek (Maria Mariana Azevedo/Andreia Horta). A menina tem saúde frágil e exige cuidados especiais da família. Sarah dedica-se dia e noite à filha, até que o casal resolve adotar mais uma criança, Maria Estela (Bianca Salgueiro/Samara Felippo), que chega à família com quatro anos de idade.

Cena em que Sarah (Débora Falabella) pede que Juscelino (Wagner Moura) jure que não será político.

Cena em que Sarah (Débora Falabella) pede que Juscelino (Wagner Moura) jure que não será político.

Depois da prefeitura de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek torna-se governador de Minas Gerais, derrotando seu concunhado, Gabriel Passos (Marcelo Vázea/ Jitman Vibranovski). Ao lado de companheiros como José Maria Alkmin e Odilon Behrens, inicia um governo que se apoia no binômio “energia e transporte”.

Nesse momento, mais uma personagem importante cruza o caminho de Juscelino Kubitschek: a bela e doce Marisa (Letícia Sabatella), a miss primavera de Uberaba, por quem o governador fica encantado. Os dois voltam a se encontrar quando Juscelino Kubitschek é eleito presidente do Brasil e tornam-se amantes.

Cena em que JK (José Wilker) conhece Marisa (Letícia Sabatella).

Cena em que JK (José Wilker) conhece Marisa (Letícia Sabatella).

Cena em que Sarah (Marília Pêra) descobre a traição de Juscelino (José Wilker) e exige que ele rompa com Marisa (Letícia Sabatella).

Cena em que Sarah (Marília Pêra) descobre a traição de Juscelino (José Wilker) e exige que ele rompa com Marisa (Letícia Sabatella).

A minissérie mostra toda a campanha de Juscelino pela presidência da República pelo PSD, com João Goulart (John Vaz), do PTB, como candidato à vice-presidente. Durante a campanha, Juscelino conta com o apoio de Geraldo Carneiro (Luiz Arthur), Augusto Frederico Schmidt (Antonio Calloni) e do tenente João Milton Prates (Juliano Righeto), entre outros. Sua mulher, Sarah, assume a liderança dos comitês femininos, tendo papel fundamental na campanha.

Nesse momento, a minissérie deixa de ser narrada em flashback e volta para o tempo presente. A posse de Juscelino e João Goulart é comemorada em uma grande festa no Itamaraty, com a presença de diplomatas, intelectuais, empresários e políticos, além de nomes como Geraldo Cavallini (Adriano Stuart) e sua esposa, Celita (Marília Gabriela); Dora Amar (Debora Bloch) e seu amante, coronel Fialho (Otávio Muller); e Jorge Sampaio (Hugo Carvana) e Camilinha (Xuxa Lopes).

A bela Marisa também comparece à festa, mesmo sem ter sido convidada. Com a ajuda da amiga e jornalista Ana Rosenberg (Camila Morgado), ela consegue entrar no evento, para alegria do novo presidente do país.

A partir daí, acompanha-se os anos de governo de Juscelino: a estratégia desenvolvimentista do Plano de Metas, marcada pelo sonho de avançar 50 anos em 5; a construção e a inauguração da capital federal; e os ataques ao governo movidos pela UDN e por parte da imprensa. Um de seus mais ferozes opositores é Carlos Lacerda (José de Abreu), proprietário do jornal carioca Tribuna da Imprensa, político filiado à UDN, que ataca Juscelino com virulência e, entre outras críticas, declara-se contra a construção de Brasília.

Cena em que Juscelino (José Wilker) inaugura Brasília.

Cena em que Juscelino (José Wilker) inaugura Brasília.

Mesmo com a dura oposição, Juscelino segue em frente com o projeto da nova capital federal, que conta com a liderança do engenheiro e deputado federal Israel Pinheiro (Paulo Goulart). Oscar Niemeyer projeta a cidade que se tornará capital. Em março de 1957, em concurso organizado por Niemeyer, é aprovado o plano-piloto de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa (Marcos Caruso) para a construção de Brasília. Em 21 de abril de 1960, a capital federal finalmente é inaugurada, deixando Juscelino emocionado.

Em janeiro de 1961, Jânio Quadros assume a presidência da República. Nas eleições extraordinárias realizadas em 4 de junho de 1961, Juscelino elege-se senador por Goiás, na legenda do PSD.

A sucessão presidencial estava próxima, e Juscelino começa a articular sua campanha. O resultado das eleições de 3 de outubro de 1960, no entanto, não é positivo: o candidato apoiado pela UDN, Jânio Quadros, vence a disputa.

Em junho de 1964, com a ditadura militar instaurada, o mandato de senador de Juscelino Kubitschek é cassado e seus direitos políticos, suspensos. O ex-presidente do Brasil é obrigado a se exilar na Europa – em Paris e Portugal. Ele chegou a retornar ao Brasil em outubro de 1965, mas, devido aos sucessivos inquéritos policiais-militares aos quais é submetido, decide sair novamente do país. Só retorna ao Brasil em junho de 1966, quando recebe autorização do governo para permanecer no país por 72 horas para assistir ao funeral de sua irmã Naná.

A história chega ao fim em 22 de agosto de 1976, com a morte de JK, no quilômetro 165 da Via Dutra, próximo a Resende, no Rio de Janeiro. O carro em que Juscelino viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro invadiu a pista oposta e foi atingido por uma enorme carreta. Uma comoção popular tomou conta do velório e do enterro do ex-presidente do Brasil. O povo encontrou a oportunidade de sair às ruas e protestar contra a ditadura.

Vinycius Barcellos em JK, 2006. Márcio de Souza/Globo — Foto: Globo

Wagner Moura em JK, 2006. Márcio de Souza/Globo — Foto: Globo

José Wilker em JK, 2006. Rogério Steinberger/Globo — Foto: Globo

Wagner Moura em JK, 2006. Renato Rocha Miranda/Globo — Foto: Globo

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