Gloria Perez, filha de acreanos, nasceu no Rio de Janeiro. Com um mês de idade, voltou para o Acre com os pais, e lá morou até os 16 anos. A autora conta que narrar a história de sua terra natal era um sonho antigo. O projeto pôde ser concretizado graças ao desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos que permitem gravar em plena floresta amazônica.
Além dos romances 'Terra Caída', de José Potygara, e 'Seringal', de Miguel Jeronymo Ferrante, pai da autora, Gloria Perez usou como fonte de consulta o livro 'Formação Histórica do Acre', obra do escritor Leandro Tocantins. Gloria Perez também fez pesquisas de campo e conversou com seringueiros e familiares de pessoas que viveram essa fase da história do Brasil. Apesar da liberdade ficcional, ela foi fiel aos marcos históricos.
Em julho de 2006, autora, diretor, elenco e equipe se reuniram em um workshop sobre os temas abordados na minissérie, como o cotidiano dos seringueiros e a conquista territorial do Acre. Participaram do workshop o então governador do Acre, Jorge Viana, o seringueiro Aldenor da Costa Cruz, a parteira Martinha de Almeida Pinto, Lupércio Freire Maia, antigo soldado da borracha que migrou do Nordeste para o Acre para servir na Amazônia, entre outros nomes. A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também participou do encontro e, entre outros temas, falou sobre Chico Mendes. Os filhos do seringueiro, Sandino e Elenira, estiveram presentes no workshop, que também contou com a presença dos jornalistas Armando Nogueira e Zuenir Ventura – o primeiro por ter nascido no Acre, e o segundo por ter feito a cobertura da morte do seringalista Chico Mendes.
Cássio Gabus Mendes destaca a importância de ter convivido, por alguns dias, com a família de Chico Mendes, na época das gravações. Teve contato com a viúva, os filhos e um primo do seringueiro.
Para auxiliar na composição de seus personagens, alguns atores visitaram o Seringal Chico Mendes, uma área de preservação em Xapury, no Acre, para se familiarizarem com o cotidiano desse universo. Thiago Oliveira, Anderson Muller, Márcio Vito, Val Perre, Paulo Nigro, Antônio Pitanga, Humberto Martins, entre outros atores, passaram três noites no local, absorvendo um pouco do linguajar e das tarefas desempenhadas pelos seringueiros. Letícia Spiller, Giovanna Antonelli, Magdale Alves, Cacau Melo, Tânia Alves e Suyanne Moreira ficaram no alojamento, acompanhando a rotina das mulheres dos seringueiros. Elas aprenderam sobre culinária local e conheceram histórias reais de quem vivenciou a época retratada pela minissérie.
Osmar Prado, intérprete de Gianni, construiu seu personagem tendo como referência maestros, como Villa-Lobos. O ator treinou esgrima para a cena em que duelou com Galvez (Cássio Gabus Mendes).
Para construir a parteira Maria Ninfa, Regina Casé baseou-se em personagens que integraram o programa 'Um Pé de Quê?', apresentado pela própria atriz. Não eram, necessariamente, parteiras, mas mulheres sábias, conhecedoras da natureza. A minissérie marcou a estreia na televisão de muitos atores: Brendha Hadad, Sóstenes Vidal, José Ramos, Val Perre, Eunice Bahia, Luci Pereira, Magdale Alves, Marcio Vito, Suyanne Moreira, entre outros nomes.
Cora Rónai, Zuenir Ventura, Mary Akiersztein e Elson Martins fizeram uma participação especial no último capítulo da minissérie, durante a sequência do enterro de Chico Mendes. A soprano Claudia Riccitelli e o tenor Marcos Paulo também fizeram uma participação especial na história.
Maurício Gonçalves interpretou mestre Irineu jovem, o mesmo personagem vivido por seu pai, Milton Gonçalves, em uma fase posterior da minissérie.
A Rede Globo promoveu uma exposição sobre a minissérie no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Através de vídeos e fotos, o público pôde conhecer um pouco sobre a história do Acre e da Amazônia. Além disso, o visitante se deparou com um painel de 83 metros de comprimento e quatro metros de altura reproduzindo a selva amazônica. Peças usadas pela cenografia e produção de arte da minissérie também estavam expostas.
Em novembro de 2006, a autora Gloria Perez, o diretor Marcos Schechtman, a produtora de arte Ana Maria Magalhães, a cenógrafa Juliana Carneiro e a figurinista Emilia Duncan participaram de um seminário na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo, sobre a minissérie. A iniciativa foi do Globo Universidade, setor da TV Globo que promovia um diálogo acadêmico entre a empresa e instituições de ensino superior. Em parceria com a FAAP, o seminário 'Amazônia, de Galvez a Chico Mendes' reuniu a equipe da minissérie para debater e refletir com estudantes e professores sobre os processos de criação e produção da minissérie filmada no Acre.
A autora Gloria Perez foi homenageada pelo então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, pelo trabalho desenvolvido na minissérie. A homenagem foi feita durante um evento em comemoração a Plácido de Castro e aos 104 anos da revolução acreana, comandada pelo militar gaúcho.