A trama tem início quatro meses antes da chegada de Diogo, quando ele ainda era um pintor de retratos da corte portuguesa. Em seu ateliê, o jovem recebe a visita do comandante dom Vasco de Athayde (Luís Melo), um traficante de escravos, que o obriga a deixar sua profissão. Dom Vasco sentiu-se lesado pelo artista ao receber a pintura da condessa de Cintra, por quem se apaixonou e a quem pediu em casamento diante do retrato feito pelo pintor. Ao conhecê-la, porém, ele percebe que ela não era nada do que esperava e acaba obrigando Diogo a queimar todos os seus quadros. Diogo se defende dizendo que a arte tem por missão embelezar a realidade, mas acaba acatando as ordens furiosas do comandante.
Cena em que Diogo (Selton Mello) pede emprego a dom Jaime (Pedro Paulo Rangel).
À procura de um novo trabalho, Diogo segue até o Ofício de Cartografia Real, onde recebe a função de ilustrador, sob a chefia de dom Jaime (Pedro Paulo Rangel).Por conterem informações imprescindíveis como rotas e acessos, os mapas eram considerados os maiores tesouros da época, sendo muito disputados e, também, alvo de espionagem. Apesar da responsabilidade que a sua atividade na Cartografia Real pressupõe, Diogo continua a “embelezar” a realidade, inserindo nos mapas ilustrações com figuras míticas, como sereias e monstros marinhos.
Cena em que Diogo (Selton Mello) pinta o retrato da marquesa Isabelle d’Avezac (Debora Bloch), que aproveita para roubar o mapa.
Com a intenção de obter o mapa com a rota secreta que auxiliara a travessia de Vasco da Gama até as Índias, Vasco de Athayde contrata a marquesa Isabelle d’Avezac (Débora Bloch), para roubá-lo. Sabendo que Diogo era funcionário da cartografia real, Isabelle vai até a casa dele e lhe encomenda um retrato. Para seduzi-lo, a mulher propõe posar completamente nua. Além disso, sugere que o pintor a desenhe em algo de maior valor histórico que uma simples tela. Ele, então, concorda em desenhá-la no mapa em que trabalhava, nomeando o que considerava ser sua mais importante obra: A Vênus do Descobrimento. É a própria Isabelle, porém, quem envia uma carta denunciando a dom Jaime que seu funcionário guarda em casa mapas secretos. Durante a pintura, Diogo é surpreendido pela chegada da guarda real e condenado ao degredo. Na confusão, Isabelle foge com o mapa. Aliada a dom Vasco, a marquesa sugere um novo estratagema: entregar uma cópia falsa da rota para as Índias a Pedro Álvares Cabral, eleito pelo rei para comandar uma expedição de 13 caravelas. Dom Vasco, que ficara a cargo do navio dos degredados, por sua vez, receberia a cópia verdadeira no dia de sua partida. (Continua…)
Cena em que Diogo (Selton Mello) e dom Vasco (Luís Melo) chegam ao Brasil.
Isso deveria ser suficiente para garantir que ele chegasse ao destino dois meses antes de Cabral, o que lhe daria primazia na exploração das riquezas orientais. O plano de Isabelle dá certo e, apesar de alguns percalços, Vasco e Diogo chegam à costa brasileira antes de Cabral. No Brasil, Diogo conhece Paraguaçu, por quem se apaixona e com quem vive um encontro repleto de desejos e descobertas.Integrante da tribo tupinambá, Paraguaçu lhe apresenta hábitos diferentes, como o canibalismo e a liberdade sexual. E ele acaba se envolvendo também com Moema (Deborah Secco), irmã de Paraguaçu. Batizado com o nome de Caramuru, ou “o filho do trovão”, Diogo passa a ser muito bem recebido pela tribo e a desfrutar dos favores das duas índias.
Ao tomar conhecimento da influência de Diogo sobre os tupinambás, dom Vasco – que conseguira retornar à Europa e aliara-se aos franceses – volta ao Brasil e apresenta-se como emissário do rei da França no Novo Mundo. Secretamente, ele propõe a Caramuru sociedade no escambo com os índios, vislumbrando altos lucros, ainda, na extração de pau-brasil. Além disso, Dom Vasco traz um bilhete da marquesa de Sevigny, que ainda o espera para os dois se casarem.
Apesar da dúvida, Diogo acorda bem cedo disposto a embarcar de volta para a Europa com dom Vasco. Paraguaçu e Moema acordam e vão até a praia, de onde avistam a partida de Diogo. As duas se jogam ao mar, mas só Paraguaçu alcança o barco e segue viagem. (Continua…)
Cena em que Diogo (Selton Mello) conhece Paraguaçu (Camila Pitanga).
Cena em que Diogo (Selton Mello) conhece o chefe dos Tupinambás (Tonico Pereira), pai de Paraguaçu (Camila Pitanga) e Moema (Deborah Secco).
Já em Portugal, Diogo propõe a Paraguaçu que ela seja sua amante, dizendo que este era o melhor posto que ele podia lhe dar. A índia, por sua vez, tenta convencer Isabelle a ser a amante de Diogo, e deixá-la casar-se com ele. Para tanto, promete revelar à marquesa a localização do Eldorado brasileiro. O acordo com Isabelle revela-se uma trapaça de Paraguaçu, e a marquesa acaba sendo presa por dom Vasco. O casamento entre Diogo e Paraguaçu é celebrado em Paris, e ela adota o nome cristão de Catarina. A história do casal é contada em um livro escrito por Paraguaçu, com ilustrações de Diogo, durante sua viagem de volta ao Brasil.
Cena em que Diogo (Selton Mello) é cobiçado por Moema (Deborah Secco), irmã de Paraguaçu (Camila Pitanga).
Aqui, ela conta sua condição de casada a Moema e vive a fidelidade conjugal. No encerramento da trama, o narrador afirma que a história de Diogo é em parte verídica, tendo sido comprovados por documentos seu casamento na França com a índia brasileira, assim como sua importância, ao lado de Tomé de Souza, na fundação de Salvador, primeira capital do Brasil. Paraguaçu acaba escrevendo a última cena da série, como a parte final do seu livro, que termina com um beijo.