Por Memória Globo

Thiago Prado Neri/Globo

Os quadros de 'Zorra Total' eram sempre intercalados por vinhetas de humor criadas sob a coordenação de Miguel Paiva.

Maurício Sherman, diretor do 'Zorra Total', costuma incentivar a entrada de novos humoristas no programa. Ele é padrinho do mineiro Rodrigo Fagundes, descoberto no espetáculo teatral O Surto, uma espécie de Terça Insana carioca. Já Leandro Hassum chamou a atenção de Chico Anysio e passou a integrar o elenco do programa semanal.

Fabiana Karla conseguiu entrar para a Globo com a cara e a coragem. Em 2000, assistiu a uma peça de Fafy Siqueira e se apaixonou pela atuação. No mesmo ano, deixou Recife e foi para o Rio. Foi aos Estúdios tentar falar com Maurício Sherman e quando o viu na recepção disse: “O senhor sabe o que é vir do Nordeste com a mala cheia de sonhos? Eu sei que o que estou fazendo aqui é ridículo, mas, se não fizer, vou morrer com a culpa de não ter feito. Só quero cinco minutos para mostrar o que sei fazer”. Ao fazer um teste, conseguiu sua primeira participação no programa, no quadro Fernandinho e Ofélia. Famosa por sua personagem Gislaine, Fabiana conta que quando vai ao mercado sempre aparece alguém para pegar alguma coisa da sua mão, dizendo: “Isto não te pertence mais!”.

A personagem Lucicreide, uma nordestina que tinha como bordão “Desenrola, Carretel!”, criado por Fabiana Karla aos 15 anos, já havia rendido a ela o prêmio de melhor atriz no Festival Arteviva, em 1991, em Recife, sua cidade natal, muitos anos antes do programa.

Gislaine (Fabiana Karla) em 'Zorra Total'. — Foto: Fabrício Mota/Globo

Leozinho (Nelson Freitas) e Márcia (Maria Clara Gueiros) em 'Zorra Total'. — Foto: César França/Globo

Katiúscia Canoro lembra como conseguiu emplacar sua personagem no 'Zorra Total'. Ela estava em cartaz com a peça De Graça, Mas Tem Que Pagar, no Rio, e dois diretores do programa foram assistir. Um deles, o redator Cláudio Torres, pediu que ela fosse à Globo com um texto para mostrar ao diretor Maurício Shermann. No dia combinado, o diretor estava em uma reunião com mais de 30 pessoas e ela bateu na porta, com uma bolsa cheia de adereços. Apresentou alguns personagens e a gargalhada foi geral. A partir deste dia, as portas da emissora se abriram para a atriz.

Rodrigo Sant’Anna estava em cartaz com a peça Os Suburbanos, e já havia feito participações no seriado A Diarista e integrado o elenco do humorístico A Turma do Didi quando foi contratado para trabalhar no Zorra Total. Ele estreou no programa como o personagem Edmilson, formando um triângulo cômico com Thalita Carauta (Clarete) e Katiuscia Canoro (Lady Kate). Algum tempo depois, estreou como Valéria, no Metrô Zorra Brasil, fazendo dupla com a Janete de Thalita Carauta. O humorista conta que, já na primeira semana de exibição, o quadro fez um grande sucesso, registrando um milhão de acessos no Youtube. Ele e Thalita se conheceram no teatro Tablado e já atuavam juntos nos palcos.

A personagem Laura, de Maria Clara Gueiros, foi criada para ser coadjuvante. Mas a atriz leu o bordão de uma maneira tão engraçada que ela acabou ganhando seu próprio quadro.

Intérprete de tipos hilários no 'Zorra Total', Claudia Rodrigues garante que sua inspiração vem da observação. A atriz costuma puxar papo com taxistas, faxineiras de banheiro de shopping, pessoas na fila, garçons e frequentadoras de salão de beleza. A partir dos diálogos, ela desenvolve um texto ou cria um bordão, que depois é apresentado à direção do programa. Mary foi uma criação de Claudia, que a apresentou quando a direção do humorístico lhe propôs fazer um quadro de empregada com o patrão.

O especial de dez anos do 'Zorra Total', exibido na Globo em julho de 2009, foi disponibilizado em um DVD, lançado pela Globo Marcas. O disco tem duração de três horas e traz nos extras 20 quadros marcantes da trajetória do programa.

Valéria (Rodrigo Sant’Anna) em 'Zorra Total'. — Foto: Ellen Soares/Globo

O bordão de Valéria (Rodrigo Sant’Anna) – “Ai, como eu tô bandida!” -, o talento com línguas estrangeiras de Janete (Thalita Carauta) e os encontros divertidos da dupla foram além das noites de sábado na Globo. Em 2012, elas ganharam um DVD contendo um quadro inédito e uma seleção de seus melhores momentos no humorístico. No mesmo ano, a Globo Marcas também lançou máscaras das personagens, para animar as ruas durante o carnaval.

O sucesso do travesti Valéria foi tão grande que a personagem ganhou um quadro no programa Vale Tudo, apresentado por Tino Júnior na Rádio Globo.

Também em 2012, a Globo Marcas lançou um DVD com alguns dos melhores momentos da mendiga Adelaide (Rodrigo Sant’Anna). O disco continha duas horas de duração, com um total de 20 esquetes e um quadro inédito. 

Katiúscia Canoro em 'Zorra Total'. — Foto: Acervo/Globo

Prêmios

Em 2009, a atriz Katiúscia Canoro, que interpreta Lady Kate, ganhou o Prêmio Contigo de melhor humorista e o Prêmio Extra de Televisão na categoria Revelação. O troféu de melhor programa humorístico do Prêmio Extra de Televisão também foi para o Zorra Total.

Paulo Silvino e o diretor Marcos Wainberg em 'Zorra Total'. — Foto: Blenda Gomes/Globo

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