'Os Trapalhões' trouxeram para a Globo sua marca registrada: o hábito de improvisar em cena e inserir cacos no texto com o único objetivo de fazer o público rir, sem a preocupação de respeitar normas cênicas convencionais. Assim, era comum que Didi levantasse a grama cenográfica para esconder uma chave, chutasse rochedos feitos de isopor para o alto, abrisse livros sem páginas, mostrasse a comida cenográfica, atravessasse paredes falsas ou denunciasse a ironia de estar fingindo se afogar em um mar feito de celofane.
Também era frequente que os colegas de cena explodissem em gargalhadas no meio das falas e, em seguida, voltassem normalmente ao script. Para Renato Aragão, a improvisação foi um recurso tão vital para o humor do programa quanto o texto. Ele conta que, no início, chegou a ser advertido por meio de memorandos de que seus cacos ameaçavam “desmistificar a televisão”. Boni, no entanto, tratou de dar aos comediantes carta branca para que fizessem o que bem entendessem.