Por Memória Globo

Acervo/Globo

Um dos charmes da Escolinha era o clima informal do programa. Os atores recebiam apenas seus próprios textos e, assim como os telespectadores, nunca sabiam as falas dos companheiros. Surpreendiam-se com as piadas e brincadeiras e improvisavam as respostas e os argumentos. Como Chico Anysio era o único que sabia as falas de todos, era também um dos que mais brincava em cena: mudava as perguntas em cima da hora – o que deixava os atores desconcertados –, inseria vários cacos no texto e, às vezes, até expulsava um dos alunos da sala. Rolando Lero era uma das suas vítimas favoritas.

Pequenas experiências mantinham o programa sempre com um toque de novidade. Em agosto de 1994, a cada aula, um ator mirim substituía um dos atores principais fazendo uma versão infantil de seu personagem. Assim, enquanto João Canabrava matava as aulas no botequim, Joãozinho Groselha Pura (Theo Machado) assistia às aulas em seu lugar. Da mesma forma, Armandinho Atalho (Rafael Monteiro) ficou no lugar de Armando Volta; Baltazarzinho (João Ricardo Loven), no de Baltazar da Rocha; e Dumont Congonhas (Luís Eduardo Gonçalves), no de Galeão Cumbica.

Lucio Mauro, Orlando Drumont, Berta Loran e Nadia Carvalho em 'Escolinha do Professor Raimundo'. — Foto: Acervo/Globo

Programa Especial

A Escolinha do Professor Raimundo de número 500 foi ao ar no dia 11 de junho de 1992. Àquela altura, o programa tinha 37 personagens na sala de aula e mais 11 que se movimentavam em outros ambientes da escola. 

Personagens

Personagens que fizeram sucesso na temporada de 1993 foram a repórter Maninha Marrom (Grace Gianoukas), o aluno japonês Maulo (Castrinho), a cearense Meirinha (Karla Karenina), Dona Babá (Fafy Siqueira), Escova (Carlos Roberto Escova) e Seu Tabajara (Paulo Silvino).

De janeiro a março de 1994, o programa foi reprisado todos os dias. Em abril, novos personagens foram apresentados: Maria Menina (Dhu Moraes), a mineira Tereza Mercantil (Totia Meirelles), Fátima Ferrari (Débora Fontes), Zé Modesto (João Neto), o cantor Roberto Carlos Siqueira (Fafy Siqueira), o mafioso português Seu Camões (Jaime Filho), o jogador de futebol Pablo Maratona (Julio Levy), o capira Zé Bento (João Elias) e Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), o secretário neurótico e cheio de maneirismos da novela O Bem-Amado (1973), de Dias Gomes. Além deles, Nerso da Capitinga voltava ao programa, depois de um ano de afastamento do humorista Pedro Bismarck.

João Neto em 'Escolinha do Professor Raimundo'. — Foto: Acervo/Globo

Na última temporada da Escolinha, que foi ao ar entre março e dezembro de 2001, a turma contava com 37 personagens: 31 alunos em sala de aula e seis novos tipos que circulavam pelo pátio da escola.

Em fevereiro de 1995, a Escolinha estreou personagens novos, como Waldemar Motta (Colé Santana), Pedro Vaz Caminha (Luiz Carlos Tourinho), Pedro Bó (André Mattos), Lutia Carabina (Nádia Maria) e o ranzinza Bragança (Roberto Roney), que esperneava sempre que alguém gritava com ele: “Eu sou o Bragança. Quem encher minha paciência, dança!”. Um dos destaques da turma nesta época era a jovem Tati (Heloísa Périssé), uma garota descolada que sempre acertava as respostas do professor e dizia: “Eu não sou só um corpinho bonito, é muita cuca no lance!”

Heloisa Perissé em 'Escolinha do Professor Raimundo'. — Foto: Acervo/Globo

A temporada de 2001 da Escolinha contava ainda com o líder camponês José Bonvê (Antônio Pedro), o jogador de futebol Ramório (Arnaud Junior), Gaúcho (Cláudio Cunha), Dona Dirce (Madeleine Braga), Babau (Carlos Loffler) e Leandra Borges (Ingrid Guimarães). Eduardo Martini vivia um funkeiro e Luciana Brits interpretava uma aluna que fazia ginástica no pátio da escola e encantava o professor Raimundo, que dizia: “Não vá embora sem falar comigo”. No pátio da escola estrearam a inspetora Escolástica (Lupe Gigliotti) e o porteiro Belzonte (Silveirinha).

Prêmios

O programa Escolinha do Professor Raimundo ganhou Diplomas de Honra ao Mérito na edição 1993 do International Film & TV Festival, de Nova York.

Remake

Professor Raimundo (Bruno Mazzeo) recebe as boas-vindas do faxineiro da escola (Chico Anysio).

Professor Raimundo (Bruno Mazzeo) recebe as boas-vindas do faxineiro da escola (Chico Anysio).

Resposta ao Professor Raimundo leva nota zero

Resposta ao Professor Raimundo leva nota zero

Em 2015, em comemoração aos 25 anos do programa, a Globo e o canal Viva produziram um especial com 7 episódios de uma nova versão da Escolinha, com novos atores vivendo os inesquecíveis personagens. O saudoso Professor Raimundo foi interpretado por Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio. O encontro de gerações também contou com Lúcio Mauro Filho no papel de Aldemar Vigário, que foi imortalizado seu pai, Lúcio Mauro.  

O especial foi exibido no Viva em novembro de 2015, e na Globo entre 13 de dezembro de 2015 e 24 de janeiro de 2016. O elenco também contou com Ângelo Antônio (Joselino Barbacena), Betty Gofman (Dona Bela), Dani Calabresa (Catifunda), Ellen Roche (Capitu), Evandro Mesquita (Armando Volta), Fabiana Karla (Cacilda), Fernanda de Freitas (Marina da Glória), Kiko Mascarenhas (Galeão Cumbica), Lucio Mauro Filho (Aldemar Vigário), Marcelo Adnet (Rolando Lero), Marcius Melhem (Seu Boneco), Marco Ricca (Pedro Pedreira), Marcos Caruso (Seu Peru), Maria Clara Gueiros (Cândida), Mateus Solano (Zé Bonitinho), Otaviano Costa (Ptolomeu), Otávio Müller (Baltazar da Rocha), Rodrigo Sant’Anna (Batista) e Fernanda de Souza (Tati). 

Com o grande sucesso de audiência, a nova versão da Escolinha virou série e ganhou mais 4 temporadas, exibidas entre 2016 e 2019. 

Em 2020, o remake da Escolinha virou um podcast. Para driblar as restrições impostas pela pandemia do coronavírus, a nova temporada da série foi feita em áudio, voltando às suas origens da era do rádio. Os episódios, publicados no Globoplay, incorporaram os temas recorrentes no isolamento social, como a educação domiciliar, as lives e o delivery de comida.  

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