Exibido mensalmente na faixa de programação noturna denominada Terça Nobre, ‘Dóris Para Maiores' era ancorado pela jornalista e atriz Dóris Giesse e escrito pela turma do Casseta & Planeta. A linguagem visual era arrojada: a figura de Dóris Giesse aparecia sobre fundos superpostos, vinhetas e efeitos gráficos assinados pelo artista plástico Pojucan. Além disso, as várias seções do programa se alternavam de maneira dinâmica. ‘Dóris Para Maiores’ contava com vários colaboradores, coordenados por Cláudio Paiva. Entre eles, os jornalistas Ana Maria Bahiana e Paulo Francis e os diretores e roteiristas Marcelo Tas e Jorge Furtado. Todos contribuíam para ‘A Coluna do Mês’, quadro reservado para informação e curiosidades e sempre gravado na véspera da exibição do programa. Cada colaborador usava o espaço com total liberdade.
Redação: Cláudio Manoel, Marcelo Madureira, Beto Silva, Bussunda, Hélio de La Peña, Hubert, Reinaldo, Alexandre Machado | Direção: Guel Arraes e José Lavigne | Período de exibição: 16/04/1991 – 17/12/1991 | Horário: terças-feiras, às 21h30
Abertura do programa 'Dóris Para Maiores' (1991).
Personagens
Na estreia de 'A Coluna do Mês', Paulo Francis – apresentado como “crítico de mulheres” – falou sobre a cantora Madonna. Jorge Furtado produziu um documentário ficcional sobre o tempo. Em matéria enviada de Los Angeles, Ana Maria Bahiana mostrou a influência das rodas na nossa vida cotidiana. Marcelo Tas pesquisou e brincou com imagens da Guerra do Golfo, de forma a dar a vitória aos dois envolvidos.
Outra das seções do programa, assinada pelo roteirista Alexandre Machado, era a série Dorfe, que seguia a estética das histórias em quadrinhos. Girava em torno das aventuras de um andróide sensual – interpretada pela própria Dóris Giesse – que saltava das telas dos computadores para complicar a vida amorosa dos casais. As histórias de Dorfe eram dirigidas por José Lavigne e tinham a participação de atores como Diogo Vilela e Zezé Polessa.
O quadro jornalístico foi criado por Geneton Moraes Neto e Clauffe Rodrigues. A pauta era variada, com matérias que procuravam investigar fatos interessantes com tom ensaístico. Uma reportagem, por exemplo, mostrou o dia a dia de um dos participantes do famoso assalto ao trem pagador, ocorrido em 1960, que havia se tornado florista. Outra matéria mostrava o universo das boates de strip-tease, em São Paulo. Os jornalistas fizeram, ainda, uma entrevista com Pete Best, o primeiro baterista dos Beatles.
Curiosidades
Em ‘Dóris Para Maiores’, os integrantes do Casseta & Planeta - Hubert, Reinaldo, Bussunda, Beto Silva, Cláudio Manoel, Hélio de La Peña e Marcelo Madureira – fizeram sua estreia juntos e em frente das câmeras e puderam testar o lema “jornalismo mentira, humorismo verdade” que pautaria, a partir do ano seguinte, o programa ‘Casseta & Planeta, Urgente!’. Eles entrevistavam populares nas ruas e apresentavam reportagens sobre assuntos inusitados, como a “existência” do corno, a impotência, a vagabundagem e o fim do futebol. Em uma das edições, o grupo foi a Lisboa para uma matéria que pretendia explicar como surgiam e se propagavam as piadas de português.
Ficha Técnica
Editores-chefe: Cláudio Manuel, Cláudio Paiva, Geneton Morais Neto
Direção de jornalismo: Clauffe Rodrigues
Colaboradores: Jorge Furtado, Marcelo Tas, Ana Maria Bahiana, Paulo Francis, José Dias, Regina Valadares
Artes gráficas: Pojucan Cenografia: Cláudia Alencar
Figurinos: Cao Albuquerque
Produção executiva: Verônica Esteves
Coordenação de produção: Cristina Leite
Equipe de produção: Nelson Fernandes, Mário Vianna
Edição: Sérgio Louzada
Editores de jornalismo: Clauffe Rodrigues, Kiki Waisenberg
Direção executiva: Ruy Mattos
FONTES
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por Bussunda (20/03/2002), Geneton Moraes Neto (30/07/2003), Guel Arraes (07/12/2001) e Marcelo Madureira (04/08/2005); Boletim de programação da TV Globo 953, 971, 988; MEMÓRIA GLOBO. 'Dicionário da TV Globo v. 1: programas de dramaturgia e entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2003'; MOREIRA, Vera. “Giesse diz que Dorfe não foi criada para fazer graça” In: O Estado de S. Paulo, 06/11/1991. |