Por Memória Globo

Acervo Globo

Coalhada



Otávio Arlindo Antunes do Nascimento era um jogador de futebol estrábico que, com a ajuda da mãe e do empresário Bigode (Amândio), passava por grandes clubes do Brasil. Apesar de se achar um craque, era um perna de pau que vivia se defendendo das críticas de torcedores e comentaristas esportivos a cada uma das inúmeras vezes que trocava de clube. “Depois eles dizem que o Coalhada é isso, o Coalhada é aquilo…”. Gostava de dizer que era o tipo de centroavante que jogava sem bola, só nos deslocamentos, levando o adversário com ele. Infelizmente, nenhum defensor o seguia em campo. Bigode penava para o craque se exercitar: “Pique no lugar! Flexão! Vai no pé!”. Lambendo os dentes, Coalhada consagrou o bordão: “Mas, hein?”, interjeição que significava “Não é?”, que ele repetia olhando para a câmara, sempre que dava uma das suas explicações sem pé nem cabeça.

Otávio Arlindo Antunes do Nascimento, o Coalhada (Chico Anysio).

Otávio Arlindo Antunes do Nascimento, o Coalhada (Chico Anysio).

Joca Ezequiel



Joca, que é uma espécie de pastor, chega em meio à confusão entre Chico City e Chicópolis. Ao usar frases que adaptavam trechos da Bíblia para o mundo atual, o personagem confortava os moradores de Chico City e Chicópolis.

Teteu



Telêmaco Nogueira da Foz era um humilde taxista cujo maior prazer na vida era louvar as façanhas do amigo milionário Reginaldo (Ítalo Rossi), galã e grande conquistador.

Chiquitinho



Um boneco de ventríloquo que via a realidade de maneira crítica.

Velho Zuza



Com seu cachimbo na boca e cheio de colares no pescoço, ele recebia santos e visitantes em seu terreiro. Ao ouvir confidências absurdas, respondia com o bordão: “Eh, eh, o véio entende, meu fio!”

Cena com Velho Zuza (Chico Anysio).

Cena com Velho Zuza (Chico Anysio).

Jean Pierre Nepomuceno

O milionário de meia-idade, grande figura da sociedade em Chicópolis, havia decidido comprar o Vale de Chico City, cujas terras eram ideais para o plantio do tabaco, mas o dono das terras era ninguém menos do que Walfrido Canavieira, que se recusava a vendê-las. A disputa quase se transformava em guerra entre as duas cidades. De economia sólida, Chicópolis tinha um exército poderoso. Já em Chico City, o delegado teve que inventar maneiras de estimular os habitantes a se oferecer como voluntários para defender a cidade, já que o exército contava com apenas seis homens.

Roberval Taylor



Radialista e locutor oficial da Rádio Chico City . De olheiras profundas e voz empostada, o irresistível comunicador era um demolidor de corações femininos, com seus belos poemas, traduções de músicas românticas e sua pronúncia irretocável.

Valentino



Garotinho sardento, que usava óculos fundo de garrafa e andava vestido de marinheiro. Intimidava-se com as tiradas da amiguinha Lolita (Gisele Fraga), mais velha do que ele: “Eu sou criança, eu não sou de nada!”.

Popó



Apolônio era um ex-museólogo, ao mesmo tempo ranzinza e singelo, que trocava farpas com as enfermeiras e o amigo Albamerindo (Jomba), a quem adorava, mas vivia chamando de “Idiota!”.

Cena com Popó (Chico Anysio).

Cena com Popó (Chico Anysio).

Tavares


Típico carioca, nascido no bairro de Vila Isabel, Altivo Belo Tavares da Cunha era um aproveitador que vivia à custa da esposa Elizabeth, carinhosamente chamada de Biscoito (Zezé Macedo), uma mulher mais velha e nada atraente, que ele fazia se sentir a mais amada do mundo. Alcoólatra, sempre com um indefectível copo de uísque na mão, Tavares usava sua lábia e carisma para aplicar pequenos golpes na mulher e, assim, continuar usufruindo da boa vida. Em suma, um cafajeste, como ele mesmo admitia no bordão cínico: “Sou! Mas… quem não é? Certo, Biscoito!”.

Divino



Falso paranormal, aproveitador e mulherengo que, com a ajuda do seu assistente Serafim (Martin Francisco), iludia a boa-fé das pessoas se dizendo líder de uma seita religiosa: “Divino sabe, Divino diz. Divino cura, sara, purifica e… machuca”.

Gamação



Luiz Fernando era um mecânico ingênuo que à noite se transformava em Lord Black, um falso malandro que sempre arrumava confusão por causa de sua namorada, Pretória (Marilu Bueno/Stella Freitas): “Nega xexelenta! Eu vou dar porrada nessa nega!”.

Coronel Pantaleão



Pantaleão Pereira Peixoto era um fazendeiro aposentado que transformava qualquer banalidade num prodígio de imaginação. Sentado em sua cadeira de balanço, contava histórias mirabolantes e a única testemunha a confirmar seus causos era a mulher Terta (Suely May). Humilde e submissa, quando ouvia o bordão “É mentira, Terta?!”, não tinha coragem de contradizer o marido e respondia, com a voz esganiçada: “Verdade”. A audiência favorita de Pantaleão era Pedro Bó (Joe Lester), um tipo meio bobo-alegre que acreditava piamente nas lorotas do patrão. Com o sucesso do quadro, “Pedro Bó” acabou virando gíria para pessoas ingênuas e fáceis de iludir.

Cena com Coronel Pantaleão (Chico Anysio) e seu bordão “É mentira, Terta?!”.

Cena com Coronel Pantaleão (Chico Anysio) e seu bordão “É mentira, Terta?!”.

Gastão Franco



Famoso por ser o homem mais pão-duro da cidade, incapaz de meter a mão no bolso até para comprar remédio para gripe: “Pão duro, não! Eu sou controlado. Quer poupar, poupa!”. Era casado com Eddy Lammar (Selma Lopes/Agnes Fontoura) e tinha como empregada doméstica Dona Felinta (Tutu Guimarães).

Coronel Limoeiro



João Pessoa do Limoeiro era um rico fazendeiro nordestino que não largava o charuto e morria de ciúmes da mulher Maria Tereza (Monique Evans), uma vedete que passou a acompanhá-lo por interesse. Ele se gabava: “Isso me ama!”.

Bexiga

Enrico Bettega era um sapateiro aposentado que nasceu nos arredores de Nápoles e viajou para o Brasil na década de 30. Morava no bairro do Bexiga, localizado na região de Bela Vista, em São Paulo, e de vez em quando visitava o Rio de Janeiro.

Bozó



Sérgio Dias Magalhães Marinho afirmava para todo mundo ser um alto funcionário da TV Globo. Um pouco gago, usava seu crachá para entrar em festas e eventos, dizendo: “Eu trabalho na Globo, tá legal?”.

Cena com Bozó (Chico Anysio).

Cena com Bozó (Chico Anysio).

Lana Turner (Estelita Bell)

Essa personagem foi uma das novidades da terceira temporada de Chico City, em 1976. Cunhada de Gastão Franco, uma senhora com aparência de 70 anos que afirmava ter 37 e só conhecia coisas modernas; seu marido Porto Seguro (Walter D’Ávila), e o Coronel Lindomar Soriano (Chico Anysio), um homem violento, pesando mais de 100 quilos, acompanhado do seu capanga Beijoca (Augusto Olímpio).

Bilingui

O fazendeiro era pai de Popó e dono de quase todas as terras de Chico City.

Meinha

Conhecido por Meinha por usar uma meia na cabeça, Alcidésio Veramundo Tupiniquim era um craque do futebol, que saiu de times sem expressão no Brasil para deslumbrar a Europa.

Cena com Meinha (Chico Anysio).

Cena com Meinha (Chico Anysio).

Nico Bondade



Mineiro de Pitangui, pacata cidade do interior de Minas Gerais, Antônio Bonifácio Lopes era um homem bom, de enorme coração. Apesar de seu exagerado bom-mocismo, tinha grande dificuldade de conseguir um trabalho. Quando arrumava algum bico, dizia: “Ai, meu Jesusinho, eu não posso perder esse emprego!”.

Tadinho



Um milionário fútil que estava no sexto casamento enquanto a esposa estava no oitavo.

Cascata

Armando Cascata era um pai coruja que vivia justificando os erros do filho Cascatinha (Castrinho). “Meu garoto!”, ele dizia, e o filho respondia “Meu pai-pai!”.

Cena com Cascata (Chico Anysio), Cascatinha (Castrinho) e seus respectivos bordões: “Meu garoto!” e “Meu pai-pai!”.

Cena com Cascata (Chico Anysio), Cascatinha (Castrinho) e seus respectivos bordões: “Meu garoto!” e “Meu pai-pai!”.

Painho

O pai de santo gay Ruy de Todos os Santos era o mentor espiritual de todas as celebridades baianas. Vivia cercado de suas cunhãs e cancelava qualquer compromisso quando um bofe surgia em seu terreiro. Quando ouvia algum babado, soltava o bordão: “Afe! Tô morta! Sou louco por essa neguinha!”

Coronel Lindomar Soriano

Um homem violento, pesando mais de 100 quilos, marido de Lana Turner (Estelita Bell)

Salomé

Salomé Maria da Anunciação era uma velha senhora gaúcha, natural de Passo Fundo, ex-professora do então presidente da República, João Baptista Figueiredo. Ela conversava com ele pelo telefone com grande intimidade e, como uma madrinha que se dirigisse ao afilhado, não se acanhava em fazer exigências e reclamações ao presidente. As ligações telefônicas de Salomé sempre encerravam o programa. Ainda se vivia sob ditadura, e o quadro tinha um caráter crítico acentuado. Em 1980, Salomé passou a transmitir ao presidente da República recados e pedidos que os telespectadores enviavam para a produção do programa: “Barbaridade, tchê! Eu faço a cabeça do João Batista ou não me chamo Salomé”.

Cena com Salomé (Chico Anysio).

Cena com Salomé (Chico Anysio).

Zé Tamborim

Sambista semianalfabeto e sem talento que rabiscava suas letras em pequenos papeis amassados e, ao lado de Cuíca, seu grande incentivador, tentava vender suas composições a artistas e empresários importantes com a desculpa: “Eu tô um pouco rouco…”.

Lingote

Pai de Lingüinha, era um hippie viajandão, viciado em remédios. Falava a linguagem dos jovens, cheia de gírias: “Falou? Morou? Aí, ó!”.

Quem Quem

Cristóvão Boaventura era um garçom fanho que usava um bigodinho e dizia: “Morro teso, mas não perco a pose”.

Cena com Quem Quem e seu bordão: “Morro teso, mas não perco a pose”.

Cena com Quem Quem e seu bordão: “Morro teso, mas não perco a pose”.

Canavieira

Walfrido Augusto Canavieira era um prefeito populista que driblava as cobranças do povo em relação à situação econômica da cidade, inaugurando todos os dias alguma obra pública, mesmo que inútil e mal acabada. Para os eleitores que exigiam o cumprimento das promessas de campanha, o prefeito tinha sempre uma resposta na ponta da língua: “Palavras são palavras, nada mais que palavras”.

Badé Mangaio

O feirante era uma mistura de confidente e conselheiro que sabia da vida de todos os moradores de Chico City.

Alberto Roberto



Ator que usava uma rede no cabelo e um infame bigodinho e se considerava um dos homens mais cobiçados e invejados do mundo. Canastrão e decadente, com má dicção e português estropiado, ele se achava “um ídalo” e “um símbalo sesquissual”, e enlouquecia o diretor Da Júlia (Lúcio Mauro) com seus ataques de prima dona. Como era incapaz de decorar um texto ou seguir as marcações de cena, sempre apelava para o bordão: “Não garavo!”. Uma de suas passagens memoráveis era o monólogo ao som de All By Myself, no qual ele se lamentava: “Tudo eu, tudo eu!”. O galã tinha um irmão, Mauro Maurício (Chico Anysio), que também era ator de TV. Segundo Chico Anysio, a inspiração para a criação de Alberto Roberto havia sido o ator Hélio Souto, que usava enormes abotoaduras e tinha a aparência física de um galã típico.

Cena com Alberto Roberto (Chico Anysio), Da Júlia (Lúcio Mauro), Cabeleira e Severo.

Cena com Alberto Roberto (Chico Anysio), Da Júlia (Lúcio Mauro), Cabeleira e Severo.

Alfano

Diretor de uma firma, sempre envolvido em negócios confusos.

Beijoca (Augusto Olímpio)

Capanga de Coronel Lindomar Soriano

Baiano

Sátira ao cantor Caetano Veloso. Integrava o grupo musical Baiano e os Novos Caetanos, ao lado de Paulinho Boca de Profeta (Arnaud Rodrigues). Um dos seus maiores sucessos era a canção “Eu vou bater pra tu”, que ficou para a história.

Cena com Baiano (Chico Anysio).

Cena com Baiano (Chico Anysio).

Bilac Biruta

Cientista, autor de invenções esdrúxulas,considerava-se um gênio subestimado.

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