'Câmara Indiscreta' era uma versão do humorístico norte-americano 'Candid Camera', grande sucesso desde a década de 1940. Na versão brasileira, foi apresentado por Renato Consorte, Gracinda Freire, Paulo Roberto e Augusto César Vannucci. O programa se baseava em uma ideia bastante simples: flagrar com câmaras ocultas a reação de pessoas anônimas diante de situações inesperadas e desconcertantes. Uma parte do material apresentado vinha dos Estados Unidos, mas a própria Globo produzia a maioria dos quadros. Em 1965, foi exibido aos sábados e domingos. No ano seguinte, passou para as noites de quarta e, nos últimos dois meses de exibição, foi ao ar também às sextas-feiras.
Direção: Mauro Salles, Maurício Dantas, Roberto Faria | Período de exibição: 01/05 – 12/1965; 29/06/1966 – 30/08/1967 | Horário: aos sábados, às 13h, e domingos, às 20h30 – às quartas, às 19h15
Vídeo com imagens inéditas do programa Câmara Indiscreta, compradas pelo Memória do Sebastião Azambuja
PRODUÇÃO
A produção do programa pode ser considerada modesta mesmo para os padrões da época. Câmara Indiscreta era feito apenas com uma câmera Auricom (carregada de filme 16mm e camuflada dentro de uma Kombi com os vidros pintados de preto) e um pequeno elenco de atores dotados de criatividade e atrevimento. Entre eles, Maria Tereza, Renato Consorte (um dos apresentadores do programa), Armando Barroso (que também era produtor e cameraman) e o lendário Don Rossé Cavaca (pseudônimo do jornalista e humorista José Martins de Araújo Jr.). O programa era gravado durante três dias em filme, montado e exportado para videotape para só então ser exibido. As brincadeiras eram inventadas por membros da equipe, mas também pelo público, que podia sugerir temas à Globo.
QUADROS
Ao final de cada quadro – quando a locução do apresentador Augusto César Vannucci informava: “Sorria, você está no Câmara Indiscreta!” – todos os participantes eram informados de que se tratava de uma brincadeira e que teriam seus eventuais prejuízos ressarcidos. No entanto, nem sempre isso bastava para acalmar a ira de alguns, que se recusavam a autorizar a exibição das imagens. Nesses casos, todo o trabalho era perdido.
FONTES
Boletim de programação da TV Globo 643; ESQUENAZI, Rose. No túnel do tempo: uma memória afetiva da televisão brasileira. Porto Alegre, Artes e ofícios, 1993; “Hoje na TV” In: O Globo 1965-1967; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo v. 1: programas de dramaturgia e entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2003; TV Guia 309. |