Por Memória Globo

Acervo/Globo

Um dos maiores sucessos da Rádio Nacional na década de 1950, 'Balança Mas Não Cai' chegou à Globo em 1968, dirigido por Lúcio Mauro e apresentado por Augusto César Vannucci. Em um mês, o programa criado pela dupla Max Nunes e Haroldo Barbosa já era líder de audiência, e os bordões de personagens como Ofélia (Sônia Mamede) – “Eu só abro a boca quando tenho certeza!” – eram repetidos em todas as rodas de conversa.

O formato era semelhante ao consagrado no rádio e se baseava nos moradores de um decadente edifício-cortiço, como os muitos erguidos devido à crise habitacional que o Rio de Janeiro, na época capital federal, atravessava no início dos anos 1950.

Período de exibição: 16/09/1968-28/12/1971; 25/04/1982-02/01/1983 | Horário: às segundas, às 20h; aos domingos, às 18h

Abertura do programa 'Balança Mas Não Cai' (1983).

Abertura do programa 'Balança Mas Não Cai' (1983).

CURIOSIDADES

Em 1972, 'Balança Mas Não Cai' passou a ser exibido na TV Tupi e só voltou à grade de programação da Globo dez anos depois, nas tardes de domingo. A equipe era a mesma, e a produção, de José Carlos Santos. Paulo Silvino, que já havia substituído Augusto César Vannucci em alguns programas da primeira fase, era o apresentador.

O desenhista Juarez Machado também foi o responsável pelos cenários surrealistas do programa. No quadro estrelado pelo ator Luís Alves Pereira Neto (o Ferrugem), por exemplo, o cenário era decorado por lápis gigantes espalhados pelo espaço. Na casa da personagem Dona Iaiá (Ema D’Ávila), os móveis eram imensos, com cadeiras e mesas de três a cinco metros de altura.

Max Nunes afirmou que usou como fonte de inspiração as chamadas “cabeças de porco”, moradias ocupadas por famílias numerosas onde todo mundo se espremia para viver no Rio de Janeiro da década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial.

Com o sucesso do programa, 'Balança Mas Não Cai' virou o apelido de um edifício – igualmente superpopuloso – na esquina da Rua Santana com a Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio.

GALERIA DE FOTOS

Zezé Macedo e Berta Loran em 'Balança Mas Não Cai' — Foto: Acervo/Globo

Paulo Silvino em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

Tutuca e em Balança Mais Não Cai, 1982. — Foto: Acervo/Globo

Lúcio Mauro, Marcos Plonka, Álvaro Aguiar, sem identificação, Roberto Guilherme e Alfredo Murphy em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Geraldo Modesto/Globo

Tião Macalé, Rony Cócegas e Marina Miranda em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

Cecil Thiré em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

Augusto Cesar Vannucci em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

Wellington Botelho e Augusto Cesar Vannucci em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

Personagens Primo Pobre & Primo Rico em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

Costinha em 'Balança Mas Não Cai'. — Foto: Acervo/Globo

FONTES

Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Agildo Ribeiro (06/12/2001), Berta Loran (26/11/2001), Gracindo Jr. (23/05/2001), João Rodrigues (29/09/2008), Lúcio Mauro (18/06/2001), Milton Gonçalves (22/06/2000), Paulo Silvino (06/06/2005) e Ruy Mattos (04/05/2001); Boletim de programação da TV Globo 473, 475, 480, 485-A; “Balança Mas Não Cai – Um edifício reabre suas portas com muito humor” In: O Globo, 11/04/1982; BAHIANA, Ana Maria. Almanaque anos 70. Rio de Janeiro, Ediouro, 2006; BAPTISTA, Martha. “Balança Mas Não Cai – em busca do público nas tardes de domingo” In: Jornal do Brasil, 04/04/1982; BRAUNE, Bia; RIXA. Almanaque da TV. Rio de Janeiro. Ediouro, 2007; CHAVES, Débora. “Balança Mas Não Cai – uma festa de Ano-Novo na cobertura de Ofélia e Fernandinho” In: Jornal do Brasil, 26/12/1982; FILHO, Daniel. O Circo eletrônico: fazendo TV no Brasil. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2001; “Hoje na TV” In: O Globo, 1968-1971; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo v. 1: programas de dramaturgia e entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2003; SOUTO MAIOR, Marcel. Almanaque da TV Globo. São Paulo, Globo, 2006. “Voltam os primos – TV reconstrói Balança Mas Não Cai e ressuscita tipos do rádio” In: Veja, 09/10/1968.
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