Escrito por João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina conta, através de uma narrativa poética, a trajetória de um homem que migra da estéril caatinga para a cidade.
Autoria: João Cabral de Melo Neto | Direção: Walter Avancini | Produção: Luiz Carlos Laborda | Exibição: 22/12/1981 | Horário: 22h30
O especial, inspirado no poema do escritor João Cabral de Melo Neto e com músicas compostas por Chico Buarque, conquistou o Emmy Internacional em 1982.
SINOPSE
Em sua peregrinação atrás de uma vida melhor, o retirante Severino (José Dumont) – “filho de Maria e Zacarias, da serra da Costela, limites da Paraíba”, como ele mesmo se apresenta – percorre as mais diversas situações às quais está exposto o povo nordestino: o enterro da vítima de emboscada, o velório sob ladainhas, a busca por emprego, a presença da rezadeira, a morte do cortador de cana no latifúndio, os numerosos enterros de retirantes na cidade grande, os raros de usineiros.
A viagem termina na cidade grande, mais precisamente em Recife. Imerso em fome e desalento, Severino pensa em suicídio, mas decide seguir adiante ao testemunhar, à semelhança de um auto de Natal, um nascimento na favela à beira do mangue.
CENAS MARCANTES
Severino (José Dumont) testemunha o funeral de um lavrador, ao som de música homônima (parte do Auto de Natal Pernambucano composto por João Cabral De Melo Neto e musicado por Chico Buarque. Interpretação de Tânia Alves).
Severino (José Dumont) testemunha um velório com a presença de rezadeiras e ao som de ladainhas.
Severino (José Dumont) chega à caatinga e pede emprego à uma senhora (Elba Ramalho), mas o local é estéril.
Ao chegar na cidade e desolar-se com o cenário à sua frente, Severino (José Dumont) é consolado por um senhor (Sebastião Vasconcelos) que encontra ao chegar em uma favela e tem sua esperança renovada ao testemunhar o nascimento de uma criança em meio ao caos e a miséria.
CURIOSIDADES
- A cantora e atriz Elba Ramalho fez uma participação em Morte e Vida Severina. Ao chegar na caatinga, Severino (José Dumont) pedia emprego à uma senhora (Elba Ramalho) e ela perguntava com o que ele sabia trabalhar.
- Morte e Vida Severina foi reapresentado em novembro de 1982, em janeiro de 1985 e em maio de 1990, no Festival 25 Anos. O especial ainda foi vendido para Bolívia, Cuba, Estados Unidos, México, Portugal e Venezuela.
- O especial ganhou o Prêmio Emmy do International Council of the National Academy of Arts and Sciences dos Estados Unidos, na categoria Popular Arts, em 1982, e o prêmio Ondas, no mesmo ano, concedido pela televisão espanhola.
PRODUÇÃO
Morte e Vida Severina foi gravado em 20 dias na região do Raso da Catarina, na Bahia; em Fazenda Nova e em Glória do Goitá, em Pernambuco; e em Recife.