Identidade Brasileira
A terceira temporada de 'Na Moral' estreou em três de julho de 2014 com o tema “identidade brasileira”. A diversidade cultural do Brasil, formada por negros, índios e europeus, esteve em pauta neste dia. Foram debatidos alguns de nossos problemas, como o famoso “jeitinho brasileiro”, e algumas de nossas qualidades, como o gosto pela conversa informal.
Ao longo do programa, uma questão do apresentador ficou sem resposta: será que o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo? Pedro Bial comentou sua própria pergunta com o resultado de uma pesquisa que revela que 82% dos brasileiros acham que a maioria age de maneira a querer levar vantagem.
O 'Na Moral' deste dia debateu e questionou os convidados sobre quais características faziam deles brasileiros. O economista Eduardo Gianetti, o ator Tony Ramos e o chef de cozinha francês Claude Troisgros estiveram na plateia.
Aproveitando o gancho da Copa do Mundo no Brasil, período em que o país recebeu milhares de turistas, Pedro Bial entrevistou estrangeiros e questionou quais particularidades, segundo eles, formavam a identidade do povo brasileiro. O apresentador discutiu, ainda, a origem da expressão “país do futebol”.
Racismo
Exibido no dia 10 de julho, o 'Na Moral' promoveu uma discussão sobre raças no Brasil e relembrou uma das primeiras pesquisas do IBGE, em 1976, em que os brasileiros respondiam de que forma eles identificavam sua cor. O questionamento teve mais 137 respostas diferentes, situação que gerou um grande debate na sociedade e foi relembrado pelo apresentador no programa.
Entre as convidadas estavam duas atrizes que já interpretaram Xica da Silva, Zezé Motta e Taís Araújo, que falaram sobre racismo. Zezé comentou as críticas que recebeu ao protagonizar cenas de amor em Corpo a Corpo (1984), quando fez par romântico com Marcos Paulo. A experiência fez com que a atriz ingressasse no Movimento Negro Contra o Racismo.
Taís Araújo, que é de outra geração, afirmou ter sentido um público menos preconceituoso ao fazer par romântico com o galã Reynaldo Gianecchini na novela Da Cor do Pecado. Ela também debateu com Pedro Bial a discriminação racial no Brasil.
Internet
Com participação do jornalista Pedro Dória, do autor Felipe Miguez e do cineasta Arnaldo Jabour, o 'Na Moral' do dia 17 de julho promoveu um debate sobre internet e redes sociais. Dória começou o programa trazendo informações e dados sobre o crescimento das redes sociais no Brasil.
O debate prosseguiu com Pedro Bial questionando os entrevistados sobre de que forma a sociedade tem se transformado, ao longo dos anos, em função da internet. Arnaldo Jabour afirmou que essa revolução digital em curso tem modificado nossa forma de pensar socialmente. Outro assunto que esteve em pauta foi a liberdade na rede.
O programa recebeu também a ex-BBB, Clara Aguilar, que se sustentava mostrando seu corpo em sites pela internet, antes de ingressar no reality show. Em 'Na Moral', a DJ falou sobre os limites entre a privacidade e o exibicionismo.
Justiça e Polícia
O 'Na Moral' dos dias 24 e 31 de julho debateu justiça e polícia na sociedade brasileira. Temas como redução da maioridade penal, direitos humanos, assassinatos e violência foram abordados no programa nessas duas semanas. O juiz Fabio Uchoa começou o debate relatando o sentimento pessoal de descrença generalizada com o trabalho das instituições públicas que deveriam manter a ordem. Por outro lado, o juiz Douglas Melo, outro convidado, discordou.
Pedro Bial mediou um debate com representantes de opiniões muito distintas sobre a origem da violência e da impunidade no Brasil. Enquanto alguns defenderam que “bandido bom era bandido morto”, outros insistiam na defesa dos direitos humanos, independentemente da gravidade do crime.
Outro assunto motivou o programa dos dias 24 e 31 de julho. O debate sobre justiceiros, aquelas pessoas que fazem justiça com as próprias mãos. O tema foi debatido depois da repercussão do episódio onde um suspeito de assalto foi amarrado a poste no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro.
A trilha sonora nos dois programas ficou por conta da banda Titãs, que intercalou as discussões com músicas como “Desordem”, “Mensageiro da Desgraça”, “Bichos Escrotos” e “Fardado”. Os músicos, assim como os debatedores, entraram na conversa e questionaram os juízes Douglas de Melo e Fábio Uchoa sobre assuntos como maioridade penal, impunidade e regime prisional.
Consumo
O 'Na Moral' da quinta-feira, sete de julho, debateu consumismo e a ascensão da classe C no Brasil com Renato Meireles, presidente do Instituto Data Popular; Maria Prata, jornalista e Leandro Hassum, ator. O programa recebeu, também, o cantor de funk ostentação Boy Charme.
O apresentador Pedro Bial questionou os entrevistados sobre as imposições do mundo da moda dentro da sociedade e de que forma isso altera o comportamento. Segundo Boy Charme, desde que ele passou a ganhar dinheiro e se vestir com trajes mais caros, as pessoas passaram a olha-lo de forma diferente.
Hassum falou sobre seu personagem, Barata, dono de uma loja de varejo na novela Geração Brasil. Amante de roupas e relógios, o ator admitiu ser um pouco consumista, mas que agora gasta menos depois de aprender a se controlar.
Um dos temas polêmicos debatidos foi a legalização da publicidade infantil, que na época em que o programa foi ao ar esteve envolvida em discussões na Câmara dos Deputados. Em 'Na Moral', enquanto alguns defenderam a legalização da publicidade com crianças, apresentando como exemplo o sucesso da revista Turma da Mônica, outros foram contra, citando a dificuldade que os menores de 12 anos têm em distinguir publicidade e necessidade. Uma discussão sobre a participação do Estado nesse tema apimentou o debate.
Feminismo
O último episódio da terceira temporada de 'Na Moral' foi ao ar no dia 14 de agosto de 2014. Com a participação da atriz Fernanda Montenegro e da cantora Anitta, entre outros convidados, Pedro Bial comandou um programa sobre feminismo no Brasil.
A cantora, que se considera feminista, explicou seu ponto de vista sobre o tema. Segundo ela, “A principal visão é a de existir direitos iguais para todo mundo, não só constitucionais, mas comportamentais. Não é ser contra os homens e o sexo masculino”. Em seguida, ela ainda questionou: “Por que é legal o homem sair e ficar com um monte de mulheres e ao contrário, não?”.
Já a atriz Fernanda Montenegro recitou trechos da feminista francesa Simone de Beauvoir: “Já tinha aprendido que a minha vida, como toda vida humana, eu mesma preparo para mim. E que a substância dessa vida que o mundo me concede é sempre esmagada, esquartejada, dilacerada. Não se nasce mulher. A gente se torna mulher”.
Pedro Bial recebeu, também, a filósofa Talyta Carvalho, conhecida pelo artigo “Não Devemos Nada ao Feminismo”, a mestranda em filosofia política Djamila Ribeiro, o jornalista Guilherme Fiúza, a escritora e militante feminina Clara Averbuck e o cronista Joaquim Ferreira dos Santos. O grupo analisou o universo feminino e o papel das mulheres no Brasil e no mundo.