Por Memória Globo

Memoria Globo

A 'Discoteca do Chacrinha' era produzida no auditório da TV Globo em São Paulo, onde era exibido às quintas-feiras. No Rio de Janeiro, ia ao ar nas noites de quarta-feira. Foi produzido de 1967 a 1972, mesma época em que era transmitido outro programa comandado por Chacrinha, a Buzina do Chacrinha (1967).A ênfase da Discoteca do Chacrinha estava nas atrações musicais. Em sua primeira fase, o programa era caracterizado, sobretudo, por um concurso de calouros. Posteriormente, passou a receber os artistas de maior sucesso do momento, como Roberto Carlos, Wanderleia, Clara Nunes, Waldick Soriano, Jerry Adriani, The Fevers, Roberto Leal, Wanderley Cardoso, Jair Rodrigues, Martinho da Vila, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Elis Regina. Chacrinha também contribuiu para a projeção de vários artistas, como Celly Campello, que ganharam popularidade depois de se apresentarem em seu programa.

Período de exibição: 05/07/1967 a 29/11/1972 | Horário: quartas-feiras, às 20h30

Discoteca do Chacrinha, 1971. — Foto: Acervo/Globo

Discoteca do Chacrinha, 1971. — Foto: Acervo/Globo

A 'Discoteca do Chacrinha' incluía diversos concursos, que premiavam “a mais bela estudante”, “a melhor redação infantil”, “a mais rápida datilógrafa”, “a mãe com maior número de filhos”, entre outros. Essas disputam tinham caráter nacional, contando com participantes de diversos estados. O concurso da “mais bela estudante”, por exemplo, realizado todos os anos, teve uma final – a de 1969 – apresentada no estádio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Algumas dessas disputas tinham temática inusitada, como o prêmio dedicado à galinha “que botasse ovo mais rápido”, ou ao cachorro “com maior número de pulgas”.

O programa tinha também um quadro de Esportes, em que o apresentador convidava alguns locutores de rádio bastante populares, como Edmo Zarife, Luiz de Carvalho e Washington Rodrigues, o Apolinho, para comentarem os gols da rodada. Abelardo Barbosa iniciou sua carreira como locutor de rádio no Recife, em 1935. Tornou-se conhecido como criador e apresentador do programa ORei Momo na chacrinha – mais tarde chamado de Cassino do Chacrinha –, na Rádio Clube de Niterói. Passou por várias emissoras de rádio até estrear na TV Tupi, com o programa Rancho Alegre, em 1957. Ganharia notoriedade com a Discoteca do Chacrinha, criado no mesmo ano.

No programa, o apresentador marcou seu estilo, aparecendo com um enorme disco de telefone pendurado ao pescoço. Após ser exibida pela TV Tupi, TV Excelsior e TV Rio, a Discoteca do Chacrinha e A Hora da Buzina – posteriormente Buzina do Chacrinha – passaram para a Globo, em 1967. Carlos Manga, que então dirigia a TV Rio, afirmou que Chacrinha era o responsável pela liderança de audiência da emissora. Chacrinha deixou a Globo em 1972, mas voltou dez anos depois, para comandar outro programa de auditório, o Cassino do Chacrinha (1982).

Discoteca do Chacrinha, 1971. — Foto: Acervo/Globo

Discoteca do Chacrinha, 1971. — Foto: Acervo/Globo

Discoteca do Chacrinha, 1971. — Foto: Acervo/Globo

FONTES

BARBOSA, Florinda e RITO, Lúcia. Quem não se comunica se trumbica, Rio de Janeiro, Editora Globo, 1996, p.65-139; ESQUENAZI, Rose. No túnel do tempo, uma memória afetiva da TV brasileira, Porto Alegre, Artes e Ofícios Editora, 1993; RIXA. Almanaque da TV, Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2000, p.265-6; MEMÓRIA GLOBO. 'Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003'; “Hoje na TV” In: O Globo, 1967/72; KUPFER, José Paulo. “O riso mais caro da TV” In: Revista Fatos & Fotos, 05/08/1967; REBOUÇAS, Ana Maria. “Vocês querem bacalhau?” In: Revista Manchete, 05/09/1968; SOUZA, Tárik de. “Entrevista: Chacrinha – ‘Jogo o meu nome numa buzina’” Revista Veja, 06/08/1969.
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