A trama conta a história do psicanalista Matias (Ziembinski), que, a partir da amizade com uma menina de três anos, Mariana Doroteia Íris (Maria Mariana), desenvolve uma nova visão de mundo. Um de seus vizinhos é um jovem deprimido, Fernando (Marco Nanini). ao saber que tem um psicanalista por perto, Fernando não resiste em pedir ajuda e, muitas vezes, importunar o analista em seus momentos de lazer, sempre com histórias pessoais de medo e angústia.
Autoria: Domingos Oliveira | Direção: Domingos Oliveira | Produção: Luiz Nardini | Exibição: 12/05/1976 | Horário: 21h
Fernando não consegue entender a fixação do psicanalista por Mariana – Matias fica praticamente hipnotizado por qualquer coisa que a pequena faça –, mesmo durante as consultas.
Em uma das conversas com Fernando, o analista conta que Mariana é filha de uma antiga paciente (Lenita Plonczynski). Apesar da insegurança que a jovem enfrentou durante a gravidez, muitos de seus medos passaram assim que a filha nasceu. No entanto, um dia, Matias acordou e viu que a menina fora deixada em sua porta com um bilhete. O texto dizia que a mãe havia partido em busca de Deus, percorrendo os lugares santos do mundo e só podia confiar a guarda de sua filha a ele.
Durante um jantar, Matias explica para Fernando que não concorda com os
estudos sobre o medo e a depressão. Diz que os especialistas deveriam dedicar-se à análise da felicidade. E é isso exatamente o que ele faz com Mariana, por considerá-la absolutamente feliz. Ele vê na criança a meta do desenvolvimento espiritual de toda humanidade e, por isso, dedica-se exclusivamente aos seus cuidados.
Ao ser procurado por Fernando nos dias seguintes, Matias nega atendimento por causa da saúde de Mariana, que estava gripada. Os dois ficam sem se ver por 15 dias, e Fernando segue intrigado com a relação do analista com a menina.
Passadas duas semanas, Matias vai até a casa de Fernando convidá-lo para o aniversário de três anos de Mariana. Fernando aceita e, ao chegar à festa, percebe que é o único no local além do analista e da aniversariante. Todos se divertem muito com brinquedos, mesas e comidas diversas e, ao final, Matias faz uma proposta a Fernando. Ele lhe explica que demitiu todos os empregados e babás, pois estavam atrapalhando sua pesquisa empírica. Mas que, por isso, ficou sobrecarregado com os afazeres domésticos, os cuidados com Mariana e sua pesquisa sobre ela. Por tudo isso, convida Fernando a ir morar com eles e assumir todas essas responsabilidades, como se fosse a mãe da menina.
Fernando aceita e, durante alguns meses, faz todo o trabalho da casa, esquecendo-se de seus próprios problemas existenciais e insônias recorrentes. Sempre caía exausto na cama após tanto trabalho.
Certo dia, refletindo sobre sua vida antes de aceitar a proposta de Matias, Fernando se depara com a saudade de pequenos momentos que tinha com sua família, namorada e até com si mesmo. O episódio termina com Fernando pensando em como dizer que seu tempo com eles acabara e que queria ir embora para viver sua vida.
Curiosidades
A atriz Maria Mariana, aqui em seu primeiro papel, é filha do diretor e roteirista do episódio, Domingos Oliveira.
Neste episódio, o personagem de Marco Nanini faz interações com o telespectador.
Ficha Técnica
ELENCO
Lenita Plonczynski – Mãe de Mariana Dorotéia Íris
Marco Nanini - Fernando
Maria Mariana – Mariana Dorotéia Íris
Priole Lemos - Jardineiro
Ziembinski – Dr. Matias
Rosemarie Harder - Fraulein
Entre outros
EQUIPE
Direção de núcleo: Ziembinski
Produção: Luiz Nardini
Edição: Beto Mariano
Unidade portátil: José Mário
Música: Joaquim Assis
Arranjos: Júlio Medaglia
Sonoplastia: Paulo Ribeiro
Assistente de produção: Nilton Gouveia
Continuidade: Eugênia Lopes
Arte e pesquisa: Lelia Fraga
Figurinos: Isabel Pancada
Cenografia: José Dias
Contrarregras: Jorge Hermínio e Miguel Renato
Maquiagem: Erik Rzepecki
Chefia de operações: Renê Proença
FONTES
‘Mariana Doroteia Íris’, 12/05/1976 (arquivo CEDOC); Depoimento de Domingos Oliveira concedido ao Memória Globo em 25/09/2001; MEMÓRIA GLOBO. ‘Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento’. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; “Hoje na TV, In: O Globo, 12/05/1976. |