Arqueologia - Historia

Nous avons effectué une analyse historiographique sur la médecine pratiquée en Lusitanie à l'époque romaine du I er au III e siècle ap. J.-C. Cette analyse s'est centrée sur des témoignages archéologiques, littéraires et épigraphiques. Concernant les médecins en Lusitanie, nous décrivons la distribution des inscriptions connues à ce jour, certains objets archéologiques associés à la pratique médicale, tout comme ses contextes archéologiques, ainsi que des sources écrites sur la médecine lusitanienne. Abstract We have carried out a historiographical analysis on the medicine practiced in Lusitania during the Roman period from the 1 st to the 3 rd century AD. This analysis focused on archaeological, literary and epigraphic evidence. Concerning doctors in Lusitania, we describe the distribution of inscriptions known to date, certain archaeological objects associated with medical practice, as well as its archaeological contexts, as well as written sources on Lusitanian medicine.

A ideia de que existia um «perigo espanhol» a ameaçar a soberania portuguesa foi posta a circular maioritariamente por portugueses que reagiam da pior maneira sempre que vinha a público qualquer proposta de aproximação ibérica, ou qualquer declaração amistosa proferida por responsáveis políticos espanhóis em relação a Portugal. Os debates em torno do iberismo e as crises por que a Monarquia passou, até à revolução de Outubro de 1910, agudizaram os receios de que a Espanha ten-tasse aproveitar as fragilidades nacionais para fazer com que na Península existisse um único país. Ligada ao «perigo espanhol» esteve a luta contra o iberismo –tanto o iberismo político (que significava união ibérica) como um outro iberismo de cariz cultural, intelectual ou económico. Quem se opunha ao iberismo visava a manu-tenção de uma ordem presente e considerava que uma aproximação aos espanhóis descambaria numa união ibérica. Independentemente do momento histórico, o iberismo era entendido por quem rejeitava este tipo de ideias como um passo para a «extinção da nossa nacionalidade, o fim da nossa independência, a morte do nosso nome glorioso» 1. O protesto contra o iberismo juntava inúmeros portugueses em torno de um orgulho patriótico. Havia também quem em Portugal visse no anti-iberismo uma arma política. A alergia ao iberismo associava-se a um medo de invasão e de anexação. Temia-se que certas campanhas de aproximação ibérica descambassem no desaparecimento da independência de Portugal. Um artigo ibe-rista publicado na imprensa originava um rol de artigos defendendo a pátria contra perigos externos muitas vezes só visíveis para quem alarmava contra esses perigos. Recorria-se à memória de um tempo em que Portugal se vira forçado a aguentar o domínio filipino. No Opinião, diário republicano conservador, descrevia-se certeiramente a forma como esse «perigo» era alimentado: apesar das melhores intenções dos governos, havia sempre quem promovesse um «perigo espanhol», que não era um perigo ime-diato, inquietante, sem descanso, mas um alarme suficiente para que os portugueses não ficassem toda a vida descansados 2. Em que consistia esse «perigo»? Num receio de invasão, num temor nem sempre sustentado por factos de que Portugal fosse integrado na Espanha como mais uma das suas regiões. António Sardinha satirizou 1 Portugal e a sua autonomia. Eco Glorioso e a Voz da Razão por um liberal, Lisboa, Tip. de Coelho e Irmão, 1870, p. 28. 2 «Portugal na Península», Opinião, Lisboa, nº 646, 1/4/1918, p. 1.

Quijote as a Hispanist symbol

Paulo Rodrigues Ferreira, Queens College

From the mid-nineteenth century until the first decades of the twentieth century, Iberism was at the center of intense debates. Being a utopian concept that could be defined as a desire to unite Portugal with Spain, Iberism was advertised by its supporters as something that would contribute to bring prosperity back to the Peninsula, especially to Portugal. Nonetheless, not only because the hypothesis of an Iberian union was almost unanimously rejected in Portugal, but also due to historical events such as the failure of the First Republic in Spain, Iberism and the projects to unite Portugal with Spain lost their relevance.

Within a short space of time (1890 and 1898), both Portugal and Spain suffered international humiliations as their colonial authority was under attack The colonial crises inspired many peninsular intellectuals and public figures to theorize about a new kind of Iberism, which was less political and more cultural. More than focusing on the economic regeneration of Portugal and Spain, this new Iberism, here named Hispanism, was an attempt to reach the American countries with a Portuguese and Spanish background, forgetting a past marked by wars and blood.

In order to achieve greatness, Ganivet, Unamuno and others suggested following in the steps of Don Quijote and create a spiritual empire based on the teaching of the Spanish (and Portuguese) language and values. Having been cited by numerous authors, Don Quijote and his idealistic idea of freedom, is a synonym for Hispanism.