Sílvia Pinto
Licenciada em História e Mestre em Património e Turismo Cultural pela Universidade do Minho, grau obtido em 2017 com a dissertação intitulada A dimensão patrimonial e cultural da Sociedade Martins Sarmento (Guimarães) analisada a partir da imprensa periódica vimaranense. Possui experiência na área da investigação histórica através de um estágio profissional na Sociedade Martins Sarmento. Em 2021 ingressou no Doutoramento em História com o projeto financiado pela FCT, designado Espaços, sociabilidades e lazer no Baixo Minho (1850-1933).
less
Uploads
Papers
and administrative authorities; however, they were not always well accepted by the people, as they undermined their livelihood and lifestyle.
O nosso estudo incide, essencialmente, sobre as medidas específicas tomadas nas cidades de Braga e de Guimarães com o propósito de controlar e combater as epidemias que surgiram ao longo do século XIX, bem como identificar e analisar a atuação das instituições que intervieram na sua conceção e implementação.
Para a realização do nosso trabalho, procedemos à recolha e análise das deliberações tomadas pelas autoridades sanitárias e administrativas das duas cidades, tomando ainda em consideração a atuação de outras instituições, designadamente das comissões de socorros. A par de outros recursos documentais, os jornais publicados na época são uma importante fonte de informação sobre as matérias em apreço.
Desde o século XIX, que o uso do documento para a investigação e aquisição do conhecimento, lhe conferiu a categoria de património, devido à sua importância na dilatação da memória histórica. Os jornais enquadram uma importante categoria no que concerne o património documental, devido à sua relevância enquanto fonte para o estudo do passado, funcionando como elemento de preservação da memória de espaços e sociedades.
O nosso estudo incide na análise das Festas Gualterianas, iniciadas em 1906, enquanto elemento de sociabilidade e património imaterial da cidade de Guimarães, tendo como principal fonte de estudo a imprensa local. Assim, pretendemos destacar o percurso das principais festas da cidade e realçar as principais tradições e memórias que lhe estão associadas nos jornais vimaranenses.
sobre as doenças e epidemias que assolaram Portugal e, em particular,
o Minho, região confinante com a província espanhola da Galiza. Para
o efeito, recorremos, sobretudo, a textos médicos e à imprensa local
da época. Ao longo do século XIX e nas primeiras décadas do século
seguinte foram várias as moléstias que conduziram à morte e à miséria
às gentes das terras minhotas, designadamente, a cólera, a varíola, o tifo, a gripe pneumônica. A pobreza, a ausência de cuidados de higiene, as precárias condições de vida da generalidade da população, entre outros fatores, potenciavam o surgimento e o alastramento de todo tipo de doenças. Com o propósito de as combater e evitar sua propagação, foram várias as medidas tomadas pelas autoridades sanitárias e administrativas, nem sempre bem aceites pela população, por colocarem em causa seu sustento e modo de vida.
procurando evidenciar o seu impacto na sociedade portuguesa e o papel desempenhado pelos
profissionais da saúde, em particular pelos médicos, na assistência às vítimas da doença.
Atingido pela primeira vaga da epidemia na primavera de 1918, o país, então governado por
Sidônio Pais, já sofria as consequências da sua participação na Primeira Guerra Mundial.
Era um tempo marcado por carências de toda ordem, em que as convulsões sociais davam
expressão ao descontentamento e à revolta da população.
O surgimento e a propagação da pneumônica puseram a nu as fragilidades do país em
diversas áreas, nomeadamente, em matéria de prestação de cuidados de saúde, de assistência
hospitalar, de higiene pessoal e pública. A impreparação e a incapacidade reveladas pelas
autoridades administrativas e sanitárias para conter e combater a doença, apesar das medidas
tomadas com esse propósito, motivaram reações violentas e geraram mesmo a desconfiança
da população nas entidades públicas. Valeu, na altura, a intervenção de várias instituições,
designadamente das Misericórdias, que tomaram a seu cargo a prestação de auxílio aos
doentes e às respectivas famílias. Para a (re)construção da memória sobre a pneumônica,
uma pandemia durante muito esquecida, e traçar um quadro mais geral da situação que se
viveu em Portugal, recorremos a estudos efetuados por médicos e, em particular, à imprensa da época, reconhecido o importante papel que desempenhou, apesar da censura então
vigente não apenas na transmissão de informação sobre o flagelo que afetava o país e o mundo, mas também na crítica e na denúncia do que se considerava merecer reprovação.
A salvaguarda atual do património, ligada à preservação da memória, assenta também na sua relevância, permitindo a reflexão do presente e a projeção do futuro de uma determinada sociedade. Posto isto, as instituições de valor cultural funcionam como um elemento essencial para a valorização e conservação das memórias e valores de uma determinada sociedade ou lugar.
Desde o século XIX, que o uso do documento para a investigação e aquisição do conhecimento, lhe conferiu a categoria de património, devido à sua importância na dilatação da memória histórica. Assim, o processo de conservação de documentos foi ganhando cada vez mais expressão, processo facilitado através da reunião e depósito dos mesmos em bibliotecas, arquivos e museus.
A ausência de estudos sobre a imprensa local de Guimarães, uma das primeiras cidades portuguesas a possuir jornais periódicos, nomeadamente a que se encontra depositada na biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, justificam a sua análise, não só pela importância da imprensa como fonte para o estudo do passado, mas também pelo conhecido contributo da Sociedade para o fomento da educação escolar dos vimaranenses e da atividade cultural da cidade, que foi sendo acompanhado pela imprensa local.
se localizar na Quinta com o mesmo nome), faz parte o património arquitetónico do concelho de Guimarães.
Edificação de meados do século XIII, pertencera a D. Fernando Afonso de Toledo, filho natural de D. Afonso Henriques, mas só na quarta geração surge o apelido “Peixoto”, com Gomes Viegas. Devido ao valor patrimonial do edificio e ao peso histórico da família dos Peixotos, no contexto vimaranense, pretende-se com o presente artigo mostrar o percurso da posse entre gerações da família, desde o século XIII até ao século XIX.
and administrative authorities; however, they were not always well accepted by the people, as they undermined their livelihood and lifestyle.
O nosso estudo incide, essencialmente, sobre as medidas específicas tomadas nas cidades de Braga e de Guimarães com o propósito de controlar e combater as epidemias que surgiram ao longo do século XIX, bem como identificar e analisar a atuação das instituições que intervieram na sua conceção e implementação.
Para a realização do nosso trabalho, procedemos à recolha e análise das deliberações tomadas pelas autoridades sanitárias e administrativas das duas cidades, tomando ainda em consideração a atuação de outras instituições, designadamente das comissões de socorros. A par de outros recursos documentais, os jornais publicados na época são uma importante fonte de informação sobre as matérias em apreço.
Desde o século XIX, que o uso do documento para a investigação e aquisição do conhecimento, lhe conferiu a categoria de património, devido à sua importância na dilatação da memória histórica. Os jornais enquadram uma importante categoria no que concerne o património documental, devido à sua relevância enquanto fonte para o estudo do passado, funcionando como elemento de preservação da memória de espaços e sociedades.
O nosso estudo incide na análise das Festas Gualterianas, iniciadas em 1906, enquanto elemento de sociabilidade e património imaterial da cidade de Guimarães, tendo como principal fonte de estudo a imprensa local. Assim, pretendemos destacar o percurso das principais festas da cidade e realçar as principais tradições e memórias que lhe estão associadas nos jornais vimaranenses.
sobre as doenças e epidemias que assolaram Portugal e, em particular,
o Minho, região confinante com a província espanhola da Galiza. Para
o efeito, recorremos, sobretudo, a textos médicos e à imprensa local
da época. Ao longo do século XIX e nas primeiras décadas do século
seguinte foram várias as moléstias que conduziram à morte e à miséria
às gentes das terras minhotas, designadamente, a cólera, a varíola, o tifo, a gripe pneumônica. A pobreza, a ausência de cuidados de higiene, as precárias condições de vida da generalidade da população, entre outros fatores, potenciavam o surgimento e o alastramento de todo tipo de doenças. Com o propósito de as combater e evitar sua propagação, foram várias as medidas tomadas pelas autoridades sanitárias e administrativas, nem sempre bem aceites pela população, por colocarem em causa seu sustento e modo de vida.
procurando evidenciar o seu impacto na sociedade portuguesa e o papel desempenhado pelos
profissionais da saúde, em particular pelos médicos, na assistência às vítimas da doença.
Atingido pela primeira vaga da epidemia na primavera de 1918, o país, então governado por
Sidônio Pais, já sofria as consequências da sua participação na Primeira Guerra Mundial.
Era um tempo marcado por carências de toda ordem, em que as convulsões sociais davam
expressão ao descontentamento e à revolta da população.
O surgimento e a propagação da pneumônica puseram a nu as fragilidades do país em
diversas áreas, nomeadamente, em matéria de prestação de cuidados de saúde, de assistência
hospitalar, de higiene pessoal e pública. A impreparação e a incapacidade reveladas pelas
autoridades administrativas e sanitárias para conter e combater a doença, apesar das medidas
tomadas com esse propósito, motivaram reações violentas e geraram mesmo a desconfiança
da população nas entidades públicas. Valeu, na altura, a intervenção de várias instituições,
designadamente das Misericórdias, que tomaram a seu cargo a prestação de auxílio aos
doentes e às respectivas famílias. Para a (re)construção da memória sobre a pneumônica,
uma pandemia durante muito esquecida, e traçar um quadro mais geral da situação que se
viveu em Portugal, recorremos a estudos efetuados por médicos e, em particular, à imprensa da época, reconhecido o importante papel que desempenhou, apesar da censura então
vigente não apenas na transmissão de informação sobre o flagelo que afetava o país e o mundo, mas também na crítica e na denúncia do que se considerava merecer reprovação.
A salvaguarda atual do património, ligada à preservação da memória, assenta também na sua relevância, permitindo a reflexão do presente e a projeção do futuro de uma determinada sociedade. Posto isto, as instituições de valor cultural funcionam como um elemento essencial para a valorização e conservação das memórias e valores de uma determinada sociedade ou lugar.
Desde o século XIX, que o uso do documento para a investigação e aquisição do conhecimento, lhe conferiu a categoria de património, devido à sua importância na dilatação da memória histórica. Assim, o processo de conservação de documentos foi ganhando cada vez mais expressão, processo facilitado através da reunião e depósito dos mesmos em bibliotecas, arquivos e museus.
A ausência de estudos sobre a imprensa local de Guimarães, uma das primeiras cidades portuguesas a possuir jornais periódicos, nomeadamente a que se encontra depositada na biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, justificam a sua análise, não só pela importância da imprensa como fonte para o estudo do passado, mas também pelo conhecido contributo da Sociedade para o fomento da educação escolar dos vimaranenses e da atividade cultural da cidade, que foi sendo acompanhado pela imprensa local.
se localizar na Quinta com o mesmo nome), faz parte o património arquitetónico do concelho de Guimarães.
Edificação de meados do século XIII, pertencera a D. Fernando Afonso de Toledo, filho natural de D. Afonso Henriques, mas só na quarta geração surge o apelido “Peixoto”, com Gomes Viegas. Devido ao valor patrimonial do edificio e ao peso histórico da família dos Peixotos, no contexto vimaranense, pretende-se com o presente artigo mostrar o percurso da posse entre gerações da família, desde o século XIII até ao século XIX.
O "Como? Seminário Internacional Permanente HSN" é organizado por investigadores/as do grupo História Social a Norte (HSN) com o intuito de debater História nos seus diferentes campos temáticos e contextos temporais e geográficos. Com periodicidade semestral, cada encontro reunirá reputados investigadores internacionais sob uma pergunta. O evento foi pensado para aproximar os alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento das práticas investigativas internacionais em História.
Nas últimas décadas, o panorama historiográfico português, seguindo a tendência internacional, tem registado um crescimento considerável do número de trabalhos produzidos no domínio da História Social, para o que contribuiu, entre outros fatores, o contacto profícuo com as escolas historiográficas francófona, espanhola e anglo-saxónica. É neste contexto que, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, se formou um grupo de trabalho, composto por 38 investigadores, por iniciativa de Maria Marta Lobo de Araújo, investigadora do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT) e docente do Departamento de História. O grupo História Social a Norte (HSN) tem contribuído para o desenvolvimento da História Social em termos académicos, através da produção científica dos seus membros, materializado na publicação de livros, capítulos de livros e artigos científicos, bem como na organização de congressos e doutras iniciativas com impacto nacional e internacional. Tem colaborado, igualmente, na promoção e divulgação do saber histórico junto das comunidades locais, regionais, nacionais e internacionais, participando em vários projetos e atividades.
Inscrições (até as 19:00h de 12 de outubro de 2022):
https://docs.google.com/.../1FAIpQLSdXSbQ6rSfhH8.../viewform
Site do evento:
https://shistoriasaude.wixsite.com/my-site
O "Como? Seminário Internacional Permanente HSN" é organizado por investigadores/as do grupo História Social a Norte (HSN) com o intuito de debater História nos seus diferentes campos temáticos e contextos temporais e geográficos. Com periodicidade semestral, cada encontro reunirá reputados investigadores internacionais sob uma pergunta. O evento foi pensado para aproximar os alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento das práticas investigativas internacionais em História.
Inscrições (até 23/11/2022 - 22h00 GMT)
https://forms.gle/3M2jzBUh2Dy3BHJ66
Ligação (Zoom-Colibri)
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/94775549751
ID da reunião: 947 7554 9751
Senha de acesso: 274112
O programa completo, em português e inglês, pode ser descarregado na ligação em baixo ou através do código QR.
https://www.dropbox.com/.../demjx025.../ProgramaPT_EN.pdf...
Aceda ao programa completo:
https://www.dropbox.com/.../7p602qwe.../ProgramaFinal.pdf...
Preencha o formulário de inscrição:
https://forms.gle/DXf9HfahfeYPJ8QXA
Link de acesso ao evento:
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/82247777619
ID da reunião: 822 4777 7619
Senha de acesso: 210074
O "Como? Seminário Internacional Permanente HSN" é organizado por investigadores do grupo História Social a Norte (HSN) com o intuito de debater História nos seus diferentes campos temáticos e contextos temporais e geográficos. Com periodicidade semestral, cada encontro reunirá reputados investigadores internacionais sob uma pergunta. O evento foi pensado para aproximar os alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento das práticas investigativas internacionais em História.
Inscrições (até 25/05/2022 - 20h00):
https://forms.gle/RTQKthpUd5QFEA2k8
Ligação (Zoom-Colibri)
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/87441912751
ID da reunião: 874 4191 2751
Senha de acesso: 032682
O "Como? Seminário Internacional Permanente em História HSN" é organizado por investigadores do grupo História Social a Norte com o intuito de debater História nos seus diferentes campos temáticos e contextos temporais e geográficos. Com periodicidade semestral, cada encontro reunirá reputados investigadores internacionais sob uma pergunta. O evento foi pensado para aproximar os alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento das práticas investigativas internacionais em História.
Inscrições (até 03/11/2021 - 19h00/GMT):
https://forms.gle/DykCYKq6KjrrUzkK6
Ligação (Zoom-Colibri):
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/83473310524
O programa completo encontra-se disponível para consulta e download em https://bityli.com/6RQMo6.
O estudo que estamos a concretizar, sob o âmbito da tese de doutoramento, assenta na análise das sociabilidades e dos momentos de lazer e irá permitir obter conclusões sobre as mutações e permanências na sociedade, no domínio público (espaços públicos, rotinas urbanas e rurais) e privado (rituais de passagem, festas privadas), abrangendo também outras áreas, como a religião, a cultura e o turismo.
A principal fonte de investigação para a elaboração deste estudo foi a imprensa publicada entre 1850 e 1933 nas cidades de Braga e Guimarães. Apesar de ser possível uma análise desta fonte de investigação através do método misto (quantitativo e qualitativo), pretendemos apresentar alguns resultados da análise qualitativa das notícias de jornal. Desta forma, entendemos ser importante perceber quais as atividades de lazer mais frequentes da época em estudo, bem como compreender quais os locais onde ocorriam e o perfil social daqueles que delas usufruíam. Os resultados foram obtidos através do programa Maxqda, que permitiu a codificação de palavras-chave, para a compreensão dos locais, géneros, ou classes sociais mais frequentes nas atividades de lazer ocorridas no Baixo Minho entre 1850 e 1933.
A evolução industrial das cidades de Guimarães e Braga, verificou-se essencialmente no final do século XIX e a sociedade adaptou-se aos acontecimentos. De forma gradual, notou-se o aumento do operariado, correspondendo às necessidades de mão-de-obra da indústria têxtil, dos couros e de cutelarias. Por sua vez, o comércio das cidades também se desenvolveu, aumentando a oferta de espaços e de produtos. A adaptação social e do espaço público foram fatores fundamentais para o desenvolvimento das relações sociais, mas também para o aumento da ocorrência de crimes e de momentos de conflito.
O objetivo deste estudo consiste em verificar se, e em que medida, as adaptações ocorridas no espaço público vimaranense ao longo da segunda metade do século XIX e inícios do século XX, alteraram a ocorrência de comportamentos marginais, designadamente os desacatos na via pública, a prostituição e o alcoolismo. Pretendemos ainda identificar os locais onde momentos de crime e conflito ocorriam com maior frequência; explicitar a sua tipologia, bem como o perfil social de quem os praticava, com base na análise da imprensa das cidades de Guimarães e Braga.
Na centúria oitocentista, em Portugal, à semelhança do que sucedeu noutros países europeus, houve mudanças significativas no modo como o poder político encarava a doença. As reformas levadas a cabo em diversas áreas, incluindo na da sanidade, e o movimento higienista tiveram efeitos positivos no domínio da saúde pública, em particular no combate às pestilências e, consequentemente, na redução do número de infeções e de óbitos.
O nosso estudo incide, essencialmente, sobre as medidas específicas tomadas nas cidades de Braga e de Guimarães com o propósito de controlar e combater as epidemias que surgiram ao longo do século XIX, bem como identificar e analisar a atuação das instituições que intervieram na sua criação e implementação.
Para a concretização do trabalho que nos propomos realizar, procederemos à recolha e análise das deliberações tomadas pelas autoridades sanitárias e administrativas das duas cidades, tomando ainda em consideração a atuação de outras instituições, designadamente das comissões de socorros. Nesse sentido, a par de outros recursos documentais, os jornais publicados na época serão importante fonte de informação sobre as matérias em apreço.
A evolução industrial de Guimarães torna-se visível principalmente na década de 80, pelo impacto que a Exposição Industrial e Comercial de 1884 teve, tendo levado à criação da Escola Industrial e contribuído para um maior dinamismo cultural da cidade. A sociedade adaptou-se aos acontecimentos e, de forma gradual, notou-se o aumento do operariado, correspondendo às necessidades de mão-de-obra da indústria têxtil, dos couros e de cutelarias. A adaptação social e do espaço público foram fatores fundamentais para o desenvolvimento das relações sociais, mas também para o aumento da ocorrência de crimes e de momentos de conflito.
O objetivo deste estudo consiste em verificar se, e em que medida, as adaptações ocorridas no espaço público vimaranense ao longo da segunda metade do século XIX e inícios do século XX, alteraram a ocorrência de comportamentos marginais, designadamente os desacatos na via pública, a prostituição e o alcoolismo. Pretendemos ainda identificar os locais onde momentos de crime e conflito ocorriam com maior frequência; explicitar a sua tipologia, bem como o perfil social de quem os praticava, com base na análise da imprensa vimaranense.
Apesar de o espaço público ser considerado, na época, um espaço masculino, a mulher começa a afirmar-se através da presença mais ativa na sociedade, por via do trabalho, associado aos avanços industriais, e pela participação em atividades de cariz filantrópico, cultural ou religioso.
No nosso trabalho, pretendemos mostrar como a mulher se evidenciava a nível social e laboral, a partir dos anos cinquenta da centúria de oitocentos e das primeiras décadas do século XX, na zona norte de Portugal. São aspetos a considerar a forma como a figura feminina se inseria nas atividades laborais que tinham lugar dentro e fora de portas, ou seja, em espaços públicos ou em ambiente privado, e como a mulher da época contemporânea ocupava o seu tempo livre. Pretendemos, ainda, evidenciar as ruturas e permanências na mulher dos diferentes segmentos sociais e no ambiente urbano e rural, fazendo notar que as mulheres do campo tinham uma vida mais pública e mais exposta, em resultado da sua participação nas tarefas de gestão da casa e nos trabalhos agrícolas.
O terror causado pela doença, devido ao desconhecimento que lhe estava associado, era agravado pela atenção que lhe era dada pela imprensa. Apesar dos elevados níveis de analfabetismo, o conhecimento circulava através da leitura direta ou coletiva dos jornais em locais públicos como os cafés, as tabernas, ou mesmo durante as cerimónias religiosas.
O nosso trabalho centra-se, essencialmente, na análise de notícias, artigos de opinião e anúncios publicados na imprensa do Baixo Minho, sobre os diferentes surtos de cólera que afetaram esta região do país. Com base nesta fonte, pretendemos compreender os temas mais debatidos, identificar os conhecimentos científicos associados à doença, ligados às formas de tratamento e prevenção, bem como as alterações que esta doença provocou na saúde e higiene dos espaços públicos.
As formas de sociabilidade de cariz associativo e cultural tornaram-se uma prática cada vez mais frequente, que foi alargada a pessoas das mais diversas camadas sociais. A evolução industrial de Guimarães torna-se visível principalmente na década de 80, pelo impacto que a Exposição Industrial e Comercial de 1884 teve, tendo levado à criação da Escola Industrial e contribuído para um maior dinamismo cultural da cidade. A sociedade adaptou-se aos acontecimentos e, de forma gradual, notou-se o aumento do operariado, correspondendo às necessidades de mão-de-obra da indústria têxtil, dos couros e de cutelarias. Por sua vez, o comércio da cidade também se desenvolve, aumentando a oferta de espaços e de produtos. Devido ao incremento de ambos sectores, a burguesia vimaranense ganha também maior visibilidade. A adaptação social e do espaço público foram fatores fundamentais para o desenvolvimento do espírito associativista na cidade. As associações, no seu cariz mais diverso, foram conhecendo uma adesão cada vez maior por parte da população, o que se pode depreender do número de notícias publicadas na imprensa da cidade, reveladoras do elevado número de eventos de usufruto do lazer organizadas por estas entidades e de um público numeroso que as frequentava.
O nosso trabalho pretende, essencialmente, mostrar a forma como este tipo de práticas de sociabilidade se difundiram na cidade de Guimarães, na segunda metade da centúria oitocentista e no início do século XX; identificar os locais onde as associações se instalavam; explicitar a sua tipologia, bem como o perfil social de quem os frequentava e evidenciar o caráter cultural e benemérito que lhes estava, por vezes, associado.
O processo de sociabilidade e as novas formas de ocupação do lazer foram também notadas no final do século XIX, em Portugal. Para o Baixo Minho a historiografia encontra-se ainda em fase de desenvolvimento e por isso reforça a necessidade de se realizarem novas investigações. O estudo que estamos a realizar, sob o âmbito da tese de doutoramento, assenta na análise das sociabilidades e dos momentos de lazer no Baixo Minho e irá permitir obter conclusões sobre as mutações e permanências na sociedade, no domínio público (espaços públicos, rotinas urbanas e rurais) e privado (rituais de passagem, festas privadas), abrangendo também outras áreas, como a religião, a cultura e o turismo.
O objetivo central deste trabalho consiste em verificar de que modo as transformações relativas ao processo de sociabilidade e lazer se processaram na região do Baixo Minho nos finais do século XIX, focando sobretudo o processo de investigação. Pretendemos assim realçar a principais fontes de investigação utilizadas, bem como explicitar a metodologia de investigação, destacando a organização através de uma base de dados e a análise qualitativa da informação.
No nosso trabalho, pretendemos mostrar como a mulher se evidenciava a nível social e comportamental, a partir dos anos cinquenta do século XIX, na cidade de Guimarães. São aspetos a considerar a forma como a figura feminina se inseria nas atividades que tinham lugar dentro e fora de portas, ou seja, em espaços públicos ou em ambiente privado; como participava em atividades filantrópicas, em instituições de cariz cultural como sociedades e associações, em festas e romarias típicas da cidade, nas festas privadas e nos rituais de passagem. Pretendemos, ainda, evidenciar as ruturas e permanências entre ambiente urbano e rural, fazendo notar que as mulheres do campo tinham uma vida mais pública e mais exposta, em resultado da sua participação nas tarefas de gestão da casa e trabalhos rurais.
O desenvolvimento do passeio público foi uma das consequências da Revolução Industrial, surgindo nos centros urbanos como resposta às necessidades sociais e higienistas. Quermesses, feiras, picnics, concertos de bandas de música nos jardins públicos foram algumas das práticas de lazer que se fizeram notar ao longo da segunda metade do século XIX, como forma de revalorização do centro da cidade. Esta adaptação verifica-se, ao longo do período, em várias cidades do país e Guimarães não representou exceção.
Com o presente estudo pretendemos análisar o passeio público da cidade de Guimarães, enquanto local de desenvolvimento das sociabilidades e das relações sociais ao longo da segunda metade do século XIX e intencionamos perceber o perfil social de quem os frequentava. Através desta análise será possível ainda entender o caráter, social, cultural ou até benemérito das atividades que lá se desenvolviam.
Portugal não foi exceção, tendo conhecido mudanças nesta área, e como resultado, as entidades administrativas e sanitárias do país organizaram um conjunto de reformas sociais e promoveram alterações na área da saúde pública. A limpeza de praças, ruas e mercados, a criação de estruturas de saneamento e o fornecimento de água potável eram consideradas medidas prioritárias. Além destas, também a consciencialização da população, em particular dos estratos sociais mais necessitados, para a necessidade de adotar hábitos de higiene pessoal e de cuidar a alimentação, foi considerada fundamental para prevenir e combater doenças epidémicas, como é o exemplo da cólera. Apesar do conjunto de medidas tomadas ao longo dos surtos que marcaram a centúria oitocentista, esta doença contagiosa mostrara-se ainda presente em Portugal ao longo do século XX.
Estas formas de sociabilidade de cariz cultural tornaram-se uma prática cada vez mais frequente, que foi alargada a pessoas das mais diversas camadas sociais. Em Guimarães, estes espetáculos foram conhecendo uma adesão cada vez maior por parte da população, o que se pode depreender do número de notícias publicadas na imprensa da cidade, reveladoras do elevado número de eventos desta natureza e de um púbico numeroso.
O nosso trabalho pretende, essencialmente, mostrar a forma como este tipo de práticas de sociabilidade se difundiram na cidade de Guimarães, na segunda metade da centúria oitocentista e no início do século XX; identificar os locais onde os espetáculos decorriam; explicitar a sua tipologia, bem como o perfil social de quem os frequentava e evidenciar o caráter benemérito que lhes estava por vezes, associado.
Para a concretização do nosso estudo, procederemos à recolha e análise de notícias de jornais publicados na época, que serão a nossa principal fonte de informação.
Com a imposição dos ideais burgueses e liberais em Portugal, a importância social do teatro foi crescendo ao longo do século XIX. Visto como elemento fundamental da educação dos povos, além do seu caráter recreativo, o teatro era tido como espetáculo preferível a outros que, conforme algumas apreciações, prejudicavam a saúde e os bons costumes.
A ida ao teatro tornou-se uma prática cada vez mais frequente, que foi alargada a pessoas das mais diversas camadas sociais. Em Guimarães, os espetáculos teatrais integraram a fruição dos momentos de lazer da população, o que se pode depreender do elevado número de notícias publicadas na imprensa da cidade.
O nosso trabalho pretende, essencialmente, mostrar a forma como o teatro se difundiu na cidade de Guimarães, entre a época moderna e ao longo da segunda metade da centúria oitocentista, identificar os locais onde os espetáculos decorriam, explicitar a sua tipologia, bem como o perfil social de quem os frequentava e evidenciar o caráter benemérito que lhes era, por vezes, associado.
Para a concretização do nosso estudo, procedemos à recolha e análise de notícias de jornais publicados na época, que foram a nossa principal fonte de informação.
As regras de confinamento, tiveram também as suas consequências no que toca à ocupação dos tempos livres da população portuguesa, através da restrição de eventos festivos e culturais e da proibição de feiras e mercados por exemplo, voltando estas ao seu funcionamento normal e de forma gradual no período pós epidémicos de cada uns dos surtos coléricos.
Com a presente comunicação pretendemos analisar a forma como os surtos de cólera, que se desenvolveram ao longo do século XIX, afetaram o processo de sociabilidades da população vimaranense, em períodos de confinamento e desconfinamento.
entre outras doenças, atingiram toda a Europa e causaram a morte de um elevado número de
pessoas. Assim, não será despropositado associar esta centúria à ocorrência de diversas doenças
epidémicas, cuja propagação foi facilitada, nomeadamente, pelo desenvolvimento dos meios de
transporte, que, por sua vez, facilitou a circulação de pessoas e mercadorias.
Na centúria oitocentista, em Portugal, à semelhança do que sucedeu noutros países
europeus, houve mudanças significativas no modo como o poder político encarava a doença. As
reformas levadas a cabo em diversas áreas, incluindo na da sanidade, e o movimento higienista
tiveram efeitos positivos no domínio da saúde pública, em particular no combate às pestilências e,
consequentemente, na redução do número de infeções e de óbitos.
O nosso estudo incide, essencialmente, sobre as medidas específicas tomadas nas cidades
de Braga e de Guimarães com o propósito de controlar e combater as epidemias que surgiram ao
longo do século XIX, bem como identificar e analisar a atuação das instituições que intervieram na
sua criação e implementação. Para a concretização do trabalho que nos propomos realizar,
procederemos à recolha e análise das deliberações tomadas pelas autoridades sanitárias e
administrativas das duas cidades, tomando ainda em consideração a atuação de outras instituições,
designadamente das comissões de socorros. Nesse sentido, a par de outros recursos documentais,
os jornais publicados na época serão importante fonte de informação sobre as matérias em apreço.
Universidade do Minho, tem por objetivo analisar o património documental, designadamente os
periódicos locais existentes na biblioteca da Sociedade Martins Sarmento (Guimarães), de forma
a evidenciar o valor patrimonial e cultural de ambos.
A ausência de estudos sobre a imprensa local vimaranense, uma das primeiras cidades
portuguesas a possuir jornais periódicos, nomeadamente da que se encontra na biblioteca da
Sociedade, justificam a sua análise, não só pela importância da imprensa como fonte para o
estudo do passado, mas também pelo conhecido contributo da Sociedade para o fomento da
educação escolar dos vimaranenses e da atividade cultural da cidade, que foi sendo
acompanhado pela imprensa local.
Os periódicos vimaranenses seguiram o percurso histórico e as caraterísticas do periodismo
nacional, sendo que nos séculos XIX e XX a sua existência, traduzida pelo aumento ou
decréscimo do número de publicações, constituiu uma das consequências diretas dos regimes
políticos de cada período histórico, possível de ser analisada graficamente.
Devido ao elevado número de periódicos existentes em Guimarães, cerca de 122,
inventariados em anexo, destacaram-se três, entre eles, o Religião e Pátria (1862-1894),
Comércio de Guimarães (1884- atualidade) e Notícias de Guimarães (1932-2012), para a
temática em análise neste trabalho. O período de publicação de cada jornal acompanha na
totalidade o percurso da SMS, assunto por várias vezes destacado através das diversas
temáticas a ela associadas, evidenciado pelas homenagens e reconhecimento feitos por parte da
cidade e dos vimaranenses.