Senor Abravanel, que se tornaria conhecido como Silvio Santos, nasceu no Rio de Janeiro, em 12/12/1930. Filho de imigrantes judeus sefarditas, formado em contabilidade, o empresário e apresentador iniciou sua carreira na televisão à frente do programa Vamos Brincar de Forca?, em 1962, na antiga TV Paulista.

Em 1965, quando Roberto Marinho comprou a TV Paulista, o Programa Silvio Santos continuou a ser exibido pela TV Globo, apenas para a cidade de São Paulo. Tinha aproximadamente oito horas de duração e era conhecido pela farta distribuição de prêmios, com destaque para a realização de jogos com o público presente no auditório e os telespectadores.

Em 22 de outubro de 1975, após disputas com a Bloch Editores, O Dia, Abril e a Fundação Cásper Líbero, Silvio Santos conseguiu a concessão do canal 11 do Rio de Janeiro, por meio de decreto assinado pelo presidente Ernesto Geisel. Fundou a TVS (TV Studios Silvio Santos Ltda), no Rio de Janeiro, embrião do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Silvio Santos tinha um prazo de seis meses para apresentar ao Ministério das Comunicações o estudo técnico para a instalação da emissora e mais dois anos para colocar a estação em funcionamento. Uma das formas que encontrou para estruturar o seu novo canal foi comprar em leilão os bens da TV Continental, que encerrou as suas atividades em 1971, no Rio de Janeiro. O contrato para a concessão do canal 11 foi assinado por Silvio Santos no gabinete do ministro das Comunicações, Quandt de Oliveira, em 22 de dezembro de 1975.

O contrato de Silvio Santos com a TV Globo terminou em 1976. Naquele mesmo ano, em maio, estreava o canal Studio Silvio Santos, a TVS. E em 1981, com a aquisição de mais três emissoras, Silvio Santos criaria o SBT, Sistema Brasileiro de Televisão.

Silvio Santos tinha uma grande admiração por Roberto Marinho. E mesmo depois de virarem concorrentes, mantiveram uma relação cordial. O apresentador e empresário enviava sempre cartões nas datas comemorativas, com palavras afetuosas: “Meu querido Roberto. Quero parabenizá-lo pelas vitórias, e dizer-lhe da minha admiração pela notável personalidade e pela capacidade de comandar e fazer amigos”. Em outro cartão, no Natal de 1980, Silvio Santos termina com “Sua atenção e gentileza fazem crescer a minha admiração pelo chefe de ontem e amigo de hoje”.

O Acervo Roberto Marinho guarda uma série desses bilhetes de felicitações, agradecimentos e condolências trocados durante décadas de admiração mútua entre o fundador do Grupo Globo e Silvio Santos. Esse material ajudou a embasar parte das reportagens exclusivas produzidas pelos veículos Globo sobre o apresentador, entre as quais a edição especial do Fantástico em sua homenagem.