Mariana Santos fala sobre os abusos sofridos pela sua personagem em Mania de Você
Um homem machista, autoritário, que tenta controlar a vida da mulher em nome de um suposto amor. Essa descrição relata um caso típico de relacionamento abusivo, mostrado em Mania de Você, onde Robson (Eriberto Leão) transforma a vida de Fátima (Mariana Santos) em um grande poço de tristeza e frustração.
Em muitas cenas entre os personagens, é possível ver Fátima sofrendo uma grande distorção de imagem por causa das críticas excessivas do marido. Além disso, ele isola a mulher do mundo, até mesmo dos seus sonhos.
No podcast Papo de Novela, Mariana Santos analisa os abusos sofridos pela personagem, fala das mensagens que recebe de outras mulheres e conta se já se cobrou em relação às imposições acerca de um padrão de beleza.
🎧 Ouça o papo completo:
Casamento abusivo e distorção de imagem
Fatima, de lingerie, tenta seduzir Robson, que a ignora
"Existem muitas Fátimas por aí, são mais comuns do que a gente imagina, não importa a classe social, nada. O relacionamento abusivo, o abuso emocional acontece muito. Quando foi ao ar a primeira cena da Fátima e do Robson, o gshow postou e foi um recorde de visualizações e comentários, gerou um debate muito grande. Muitas mulheres se identificaram, dizendo que conhecem alguém ou que já passaram por isso, e amigas minhas me mandando mensagem. Muita gente se identificando com esse tipo de abuso, por mais surreal que possa parecer. Esse abuso que o Robson faz com a Fátima tira dela toda a autoestima, ele faz a Fátima ter uma distorção do próprio corpo. É uma relação de poder."
Relato de uma fã da novela
"Tiveram vários relatos, mas teve uma menina que falou: ‘Olha, me emocionei muito porque eu vivia uma relação assim, que durou muitos anos.' O namorado implicava demais com o corpo dela. E ela fez dietas absurdas a vida inteira para caber no lugar que esse homem queria, ela sofreu muito. Foi um relato muito emocionante. E hoje em dia, depois de muitos anos, ela se aceita. Ela conseguiu sair e tá feliz, se aceita com o corpo que tem. Ela também se via distorcida, imagina!"
Cobrança com a autoimagem
"Eu acho que me protegi muito porque sou de uma época que não tinha rede social. Na adolescência a gente se olhava no espelho e achava tudo ótimo, não tinha essa comparação de formato de corpo e de rosto. É uma busca por uma simetria, por uma coisa tão chata, tão inalcançável, que isso é muito cansativo, muito triste. As pessoas estão perdendo seus traços verdadeiros, sua individualidade, seu traço de rosto, seu corpo, para caber em uma imagem idealizada de perfeição. Ainda bem que não vivi a minha juventude nesse lugar porque é muito perigoso. Isso faz um mal terrível para a saúde mental das mulheres, que já são cobradas a vida inteira com padrões. Cada época é um padrão diferente que é bonito. [...] Cada corpo é um corpo. Tem um formato, um metabolismo e uma forma de ser bonito. Então, tem que ser o corpo saudável. Você tem que respeitar seu biotipo. Claro que a gente passa por isso. Tenho 48 anos. Não tenho o corpo que eu tinha quando tinha 20 anos, é impossível. O seu colágeno não é o mesmo, o metabolismo, seus hormônios mudam. Tenho que respeitar o meu formato de corpo e amar isso."