Selton Mello fala da importância de Chicó, de 'O Auto da Compadecida 2', na sua vida: 'Bem espiritual'

O ator e Matheus Nachtergaele contam que nunca fizeram teste para os protagonistas do filme, que estreia na quarta (25): 'Fazíamos drama e o Guel Arraes intuiu dois palhaços em nós'

Por Juliana Hippertt, gshow — São Paulo


Selton Mello e Matheus Nachtergaele celebram O Auto da Compadecida 2

Preparados para muitas histórias e confusões de Chicó e João Grilo? E para a clássica frase: "Não sei, só sei que foi assim"? O filme "O Auto da Compadecida 2" estreia nesta quarta-feira (25) como um presente de Natal para o público brasileiro. O gshow conversou com os protagonistas Selton Mello e Matheus Nachtergaele sobre esse reencontro em cena que demorou 25 anos para acontecer.

"Foi um barato porquê, em cena, olhava o Matheus e estava o Grilo ali de novo, eu tava realizando o sonho de muitos brasileiros", contou Selton.

Selton Mello como Chicó, em 'O Auto da Compadecida 2' — Foto: Laura Campanella

Em sua autobiografia "Selton Mello: Eu Me Lembro", o ator revelou que Chicó foi tão importante na carreira dele como na vida pessoal. Ele passava por um momento difícil e o personagem te tirava daquele estado e o salvou. No filme dois, o que será que o papel trouxe de experiência?

"Igualzinho! Para quem gosta de signo, somos dois capricornianos, a gente é muito sério, focado no trabalho, tudo muito responsável, e o Chicó me bagunça um pouco, azucrina minhas certezas, fala: 'vai zoar', e isso faz um bem espiritual", explicou Selton.

Selton Mello e Matheus Nachtergaele do 'Auto da Compadecida 2' — Foto: AgNews

Já Matheus contou que João Grilo o faz lembrar como é importante exaltar as oportunidades que ele tem: "Fez aprender a ter senso de humor nas adversidades. Se o povo brasileiro, em geral, sofre tanta penúria e tem alegria, como eu, Matheus, não teria alegria? Sou um caro que tem tudo certa na vida, nasci na classe média, estudei, tenho uma carreira bonita, recebo pelo que faço, se eu não tiver alegria, quem terá? E o Grilo me lembra disso."

Os dois atores analisaram como o diretor do longa, Guel Arraes, foi sagaz ao convidar os dois para fazer os personagens. Eles não tinham trabalhados juntos, não faziam comédia e não fizeram teste para os papéis. Tudo aconteceu já em cena.

"A gente se ama como palhaço e o nosso maior convívio é vestido como João Grilo e Chicó, como se fosse Batman e Robin, veste a máscara e se reconhece. A emoção era muito grande porque ganhamos esses personagens como presente e destinação. Fazíamos drama e o Guel, do nada, na genialidade dele, intuiu dois palhaços em nós", disse Matheus.

"Ele convidou a gente, não fez teste e acho isso surreal. Como ele enxergou que eu fazia comédia, como ele enxergou que o Matheus era o João Grilo. Como o Guel intuiu que íamos dar certo em dupla? E se a gente não se gostasse, se não se encaixasse tão bem? Ele foi muito visionário", contou Selton.

Selton Mello e Matheus Nachtergaele em 'O Auto da Compadecida 2' — Foto: divulgação