Nicole Kidman afirmou em recente entrevista que quase chegou a um esgotamento após muitos orgasmos durante as filmagens do thriller erótico “Babygirl”, no qual protagoniza cenas quentes com Harris Dickinson.
Em suas declarações, a atriz revelou que até precisou interromper as filmagens para se recuperar. “Houve momentos em que estávamos filmando e eu estava tipo ‘não quero mais ter orgasmo’, ‘não chegue perto de mim’, ‘eu odeio fazer isso’. Não me importo se nunca mais for tocada na minha vida. Estava tão presente o tempo todo, que era quase como um esgotamento“, declarou ao “The Sun”.
Não é exagero. De acordo com a sexóloga Carla Cecarello, o excesso de orgasmos realmente pode levar à exaustão:
“Para se preparar para o orgasmo, a mulher contrai a musculatura do corpo. E no momento do orgasmo, há uma descarga, ou seja, a musculatura relaxa. Então, para poder chegar nesse orgasmo, há um desgaste físico e mental considerável.”
Neste momento, tanto a mente quanto o corpo estão trabalhando. “Então, ter orgasmos sequenciais pode levar a uma exaustão, porque é uma atividade física considerável”, afirma a especialista.
Há um limite de orgasmos que extrapola o saudável?
Carla Cecarello afirma que não. O limite varia para cada mulher. “Tem mulher que tem vários orgasmos de uma mesma relação sexual e para ela está tudo bem, não fica cansada. Já outras, às vezes, têm um ou dois na sequência e ficam supercansadas”, explica.
Ela acrescenta que não há um estudo que defina uma quantidade específica de orgasmos como saudável: “Se a mulher estiver se sentindo bem com a quantidade que ela tem, está ótimo. Esse é o saudável para ela.”
'O orgasmo é importante para a mulher de qualquer idade'
Aos 57 anos, Nicole Kidman explora no filme um lado ousado e sexy da mulher na maturidade, aguçando a ideia de que a vida sexual dessa mulher pode ser ativa, saudável e cheia de surpresas.
“O orgasmo é importante para a mulher em qualquer idade. É que hoje em dia se fala muito sobre a sexualidade após os 50 anos, como se as mulheres não tivessem desejo ou não pudessem ter uma vida sexual depois que entram na menopausa”, destaca a especialista.
No entanto, não significa que quanto mais orgasmos ela tenha, seja melhor para ela: “Se para ela ter muitos orgasmos é melhor, então que ótimo que os tenha. Mas se ela tiver um por mês, está ótimo também. Isso vai muito de cada mulher e da satisfação que cada situação provoca nela.”
As mulheres estão bem mais resolvidas com o sexo após os 50, diz sexóloga
Para quem acompanha a trajetória de Nicole Kidman no cinema, já se acostumou a vê-la em cenas ousadas e provocantes, exalando sensualidade. O tempo passou e ela segue mostrando, com sua sequência de orgasmos reais e cenas picantes como protagonista de um filme erótico, que a mulher 50+ mantém a sua vida sexual vivíssima.
“As mulheres de hoje estão bem mais resolvidas com o sexo após 50 anos, até porque ela é diferente da mulher de 50 anos da época da minha avó. Hoje, essa mulher ainda trabalha, é produtiva, está criando filhos na faixa de 10 e 12 anos porque engravidou mais tarde, é muito ativa, dança, faz ginástica, sai com as amigas, tem cargos importantes no trabalho e assim sucessivamente”, ressalta a sexóloga.
E isso significa que, consequentemente, é uma mulher que exerce a sua sexualidade mesmo após passar pela menopausa: “Hoje, existem muitas facilidades para as mulheres que estão na menopausa, com laser para melhorar a mucosa vaginal e não ter dor, medicações que contribuem para uma lubrificação melhor, objetos eróticos que contribuem para que a mulher possa ter orgasmo caso nunca tenha tido na vida”, lista ela.
“A mulher de 50 de hoje já questiona muita coisa, inclusive o relacionamento que ela tem e que muitas vezes já está morno e muito ruim, que para ela já não traz muito muita motivação”, acrescenta.
‘Viagra feminino’ e falta de prática na maturidade
Para a escritora Kika Gama Lobo, autora dos livros “Crônicas de uma Carioca Grisalha” e “Kikando na Maturidade”, se a presença fogosa de Nicole Kidman instigar o público a refletir melhor sobre sexo na maturidade, será um ganho relevante: “Que o filme sirva como um Viagra feminino e traga para essa mulher madura a ousadia de tentar. O importante é que se debata cada vez mais que existe, sim, erotismo em qualquer idade, mas que tem de ser praticado.”
E propõe que a sociedade brasileira na maturidade fique mais sexualizada. “Porque o sexo no Brasil é muito ligado à juventude, e quando você passa dos 60, é quase um cemitério das emoções”, opina a escritora.
Após realizar entrevistas com dez homens maduros sobre temas tabus e sexo, abordando assuntos como pornografia, traição e contatinhos, Kika faz um balanço: “Se o homem maduro conversasse mais sobre sexo com a parceira madura deles, a gente teria um ganho enorme, porque esses homens estão mudos. E quando eles não estão mudos, eles mentem. Então, fica difícil.”