Guel Arraes fala sobre O Auto da Compadecida 2
Guel Arraes não tinha certeza se deveria fazer um segundo filme de "O Auto da Compadecida", mas após reencontrar parte do elenco e ouvir que o longa transformou a vida deles, definiu que a história merecia uma continuação. O "Auto da Compadecida 2", estreia dia 25 de dezembro, 25 anos após a primeira edição.
"Foi devagarinho pensando se devia, depois convencendo que precisava, havia dúvidas. Muitos achavam que devia fazer de um jeito, outros achavam que não. O que houve foi uma grande emoção quando a gente se encontrou e todo muno contando suas histórias como tinham vivido a repercussão do Auto, era muito impressionante. O Selton falar que é conhecido como Chicó! O Selton tem vários personagens, não imaginava, sinceramente. Foi dando coragem", contou.
O diretor e roteirista conversou com o gshow sobre momentos especiais que viveu no set de gravação. Um deles, Guel presenciou os figurantes às lágrimas de tanta emoção e quase endeusando os artistas presentes na cena.
"Teve bastante emoção nas primeiras cenas por serem emocionantes e pelo fato de eles estarem voltando. Uma cena que a figuração estava em prantos e viam os personagens quase como santos", relembrou.
O primeiro filme é baseado na peça teatral de Ariano Suassuna, escritor brasileiro que morreu em 2014, aos 87 anos. Ele assistiu ao primeiro longa e Guel revelou com orgulho que ele gostou. Agora, o que será que ele falaria sobre o segundo filme?
"Já me dei satisfeito por ele ter gostado do primeiro, ele era muito rigoroso, não gostava de dar obras para ninguém, mas o conhecia e comentei com ele que gostava de 'O Auto da Compadecida' e gostaria de fazer. Ele disse: 'é sua'. Escrevi uma carta para ele e falei várias coisas como achava que queria mudar e usar obras da literatura popular, trazer outros elementos. Ele ficou meio relutante, tentei convencer e ele falou: 'faça como você quiser'. Ele só viu quando foi na televisão e gostou. Isso, para mim, foi maravilhoso. Agora, de certa maneira, as pessoas que viram o primeiro filme são uma espécie de Ariano falando: 'vê lá o que vocês vão fazer com o filme' [risos]", disse Guel Arraes.