Brasileiros vão 'tocar o terror' na corrida para o Oscar 2025
É com muito orgulho que dou as boas-vindas aos leitores que chegam nesta página de estreia da minha coluna semanal no gshow. Por aqui, vamos conversar sobre o que está rolando de mais quente nas telonas e nas telinhas. Pode ser um lançamento nos cinemas ou aquela série da qual todo mundo está falando no streaming. Se é audiovisual, é notícia por aqui!
E um dos assuntos mais quentes dos últimos dias para quem ama cinema é a bagunça que “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, já está fazendo na corrida para o Oscar 2025. Afinal de contas, nós sabemos nos divertir como poucos povos mundo afora.
Quer ver só? Duvido que os finlandeses ou os franceses pudessem pensar num concurso de sósias de Selton Mello, que interpreta no longa o ex-deputado Rubens Paiva, justamente o personagem que é a maior vítima da história contada por Marcelo Rubens Paiva no livro publicado em 2015. Só a gente mesmo.
E o que dizer da nossa participação nas redes sociais de Hollywood? Quem passar pelo perfil oficial da premiação no Instagram, o @theacademy, vai notar que o post que traz a foto de Fernanda Torres, estrela do longa, num dos eventos preliminares da premiação, já se aproxima da impressionante marca de 3 milhões de curtidas. O “admin” da conta deve estar até tonto, coitado.
Só para ter um parâmetro de comparação, a publicação que traz a oscarizada Julianne Moore, clicada na mesma festa onde estava Fernandinha, carrega a modesta marca de pouco mais de 40 mil curtidas. Ou seja, o Oscar não contava com nosso entusiasmo nas redes sociais. E não perdem por esperar. Nós vamos ‘tocar o terror’ naquele tapete vermelho, no dia 2 de março.
Sim, digo “vamos”, porque sei que estaremos lá. Nesta altura do campeonato, será muito difícil tirar “Ainda estou aqui” da disputa para Melhor Filme Internacional. O longa que conta a história de Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, tem conquistado um espaço e tanto entre os votantes da Academia. No Festival de Veneza, o longa levou o prêmio de Melhor Roteiro.
E a crítica internacional não tem economizado elogios ao primeiro longa original Globoplay. A revista americana “Variety”, uma espécie de “bíblia” do cinema internacional, descreve o filme como “um retrato comovente de uma família e de um país lacerados”. De quebra, no site “Rotten Tomatoes” a produção conta com 93% de aprovação, perdendo apenas por um ponto para “Conclave” (estreia brasileira prevista para 23 de janeiro).
Tá bom ou quer mais? Quer mais? OK, o ator e diretor Sean Penn caiu de amores pelo filme e ainda foi tietado pelo Selton Mello. Satisfeita?
INJUSTIÇAS
É por essas e outras que deixar “Ainda estou aqui” fora desta disputa seria uma zebra e tanto. Quase tão injusto quanto darem o Oscar para Gwyneth Paltrow em vez de Fernanda Montenegro, em 1999. Sim, faz 25 anos que essa maluquice aconteceu.
Só que é preciso manter os pés no chão e entender que este ano Fernanda Torres terá bem mais do que uma atriz de poucos recursos como concorrente. Pense na exuberância de Juliane Moore e Tilda Swinton em “O quarto ao lado”, do colorido Almodóvar. Ou na espanhola Karla Sofía Gascón, que já aparece nas bolsas de apostas como favorita absoluta pela atuação no francês “Emília Perez”, de Jacques Audiard, que abriu o Festival do Rio este ano.
A coisa anda tão disputada que no Festival de Cannes deste ano deu empate. Todas as atrizes de “Emília Perez” dividiram a láurea máxima da categoria.
Além disso, a própria Fernanda Torres já deixou claro que não devemos depositar muitas esperanças no Oscar, nos lembrando que trata-se de um prêmio da indústria de Hollywood.
Ela está certa.
Mas que teremos bagunça brasileira no tapete vermelho, ah teremos!
PIPOCAS 🍿
Momento 'respect'
Fiquei de cara com o especial “Tributo” dedicado ao Boni, que estreou no Globoplay semana passada. Quando der o play, preste atenção na ‘zoada’ impagável que o diretor Daniel Filho dá na equipe de filmagem na casa do amigo. Trata-se de uma breve e valiosa aula de direção.
Masculinidade?
O ator Daniel Craig, estrela do longa “Queer”, dirigido por Luca Guadagnino e com estreia prevista para o dia 12 de dezembro, parece ter curtido bastante interpretar o protagonista gay inspirado no livro homônino de William S. Borroughs. Em entrevista à revista “New Yorker”, Craig disse que acha “risível a masculinidade de James Bond”.
Melhores do ano
O documentário “Retratos fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho, entrou na lista dos melhores filmes do ano do jornal “The New York Times”.
ATÉ SEMANA QUE VEM! 😉
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