Há exatamente um ano, o Brasil acordou com a triste notícia que Jô Soares havia morrido aos 84 anos. Internado por uma semana em um hospital em São Paulo, o humorista, apresentador, ator, escritor e roteirista teve a morte confirmada pela ex-mulher, Flávia Pedras, dia 5 de agosto de 2022.
"Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem", escreveu ela, na ocasião. Para o público, restou um legado de obras literárias, humorísticos, espetáculos teatrais e também os programas de entrevista, um deles, o Programa do Jô, ficou no ar por 16 anos na TV Globo.
Como forma de celebrar a vida e obra de Jô, o gshow separou cinco, entre vários momentos e histórias marcantes do artista. Chega mais!
Morte do único filho
Em uma das edições mais emotivas da história do Programa do Jô, o apresentador abriu a noite lamentando a morte do único filho, Rafael Austregésilo Soares. Fruto da relação do humorista com a atriz Therezinha Austregésilo, com quem foi casado por 20 anos, ele morreu em 31 de outubro de 2014.
"Sofri a dor, que é o pesadelo de todo pai, a inversão da ordem natural das coisas, a perda do meu filho, o Rafael. Ele esteve no mundo durante 50 anos e foi uma criança especial. Como ele era autista, permaneceu menino até o fim", disse Jô, emocionado.
Jô abre o programa de forma diferente e presta homenagem ao filho, Rafael
Amigos para sempre
Alguns meses após estrear o Programa do Jô, na TV Globo, em 2010, o humorista recebeu as amigas Hebe Camargo (1929-2012), Lolita Rodrigues e Nair Bello (1931-2007). Na memorável entrevista, os quatro se divertiram entre histórias e piadas, algumas delas picantes, como você pode rever no trecho abaixo.
Jô Soares se diverte com Hebe Camargo, Lolita Rodrigues e Nair Bello
Perdão
Jô gostava de ouvir histórias das pessoas, mas não dava muitas entrevistas. Em um desses raros momentos, contou ao canal do YouTube do jornalista Paulo Bonfá que o acaso o colocou frente a frente com o motorista que havia matado a mãe dele atropelada dez anos antes.
"Peguei um táxi no [aeroporto] Santos Dummont, quando cheguei em casa o motorista falou: 'Preciso dizer uma coisa, eu atropelei sua mãe. Só vou conseguir dormir no dia que o senhor disser que me perdoa. E eu disse: 'Meu filho, você está perdoado desde o dia em que socorreu minha mãe e ficou ao lado do meu pai. Você não teve culpa alguma'", recordou, acrescentando que ambos choraram com o perdão.
Conquistador elegante
Jô pode não ter sido considerado um galã, mas, inegavelmente, conquistou muitos corações com charme, inteligência e elegância. E quem diz isso são algumas das ex-namoradas e ex-mulheres do apresentador, com quem ele manteve sólida amizade ao longo dos anos.
De Claudia Raia, que conheceu nos bastidores do "Viva o Gordo" à atriz Mika Lins, a quem dirigiu no espetáculo "Frankensteins", mais de uma década após se separarem, passando pela atriz Therezinha Austregésilo a Flávia Pedras, a Flavinha, com quem foi casado entre 1987 e 1998 e que ficou com boa parte da herança deixada pelo humorista, todas exaltavam a parceria com ele.
Rei dos bordões
Não dá para garantir se Jô inventava os bordões pensando que seria uma boa ideia para atrair o espectador pela memória ou se era algo natural, mas a verdade é que ele criou várias frases de efeito. Quem acompanhou a trajetória dele, deve lembrar de alguns, como "Bocão", dito pelo Dentista Tarado; "Só porque eu sou pequenininho!", de Atlas, um anão que sofria bullying e; "Bota ponta, Telê!", usada pelo fanático por futebol Zé da Galera diretamente de um orelhão.
Porém, o bordão mais conhecido do artista, não integrava a caracterização de personagem algum, era do próprio Jô para o público, e até hoje é lembrado com muito carinho: "Beijo do Gordo".