Saiba o que é golden hour, citado por Viih Tube, e qual a importância do contato pele a pele entre mãe e bebê pós-parto

No entanto, a pediatra deixou a mamãe pegar ele no colo antes de levarem para a outra sala e, assim que Viih Tube entrou em contato com o bebê pele a pele, seus sinais começaram a normalizar.

"Quando colocou ele no meu colo, os sinais dele começaram a voltar. Ele sentiu a minha pele, o calor, o coração que ele ouviu por nove meses na barriga e ele foi melhorando. A pediatra decidiu que ele passaria 3 horas na observação comigo antes de ir para a UTI", iniciou. "E aí, depois, ele mamou, com a pega perfeita, sem desconforto respiratório e não precisou ir para a UTI. Tudo por conta do colo de uma mãe".

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A mãe de Lua explicou ainda que, por conta da complicação que sofreu durante a cesárea com a perda de sangue, ela não conseguiu ter o golden hour.

Mas, afinal, o que é o tão falado "golden hour", qual é sua importância para o bebê e como o contato pele a pele entre a mãe e o recém-nascido pode ser fundamental? O gshow entrevistou a Dra. Mirela Foresti, membro da comissão especializada em assistência ao parto e puerpério da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), para explicar.

R: A "golden hour", a "hora de ouro" ou a "hora mágica" é a primeira hora da vida do bebê. É a partir do momento que ele sai do útero, que passa a interagir com o ambiente, a sofrer as grandes transformações que ele precisa ter para adaptação no ambiente externo. Durante esse período, o contato pele a pele deve ser estimulado quanto mais cedo possível. Isso é orientado pela FEBRASGO, pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pela OMS e todas as grandes entidades, porque é um facilitador do processo de amamentação. E aí, se a gente for falar das grandes vantagens que a amamentação traz, tem a diminuição de internação e de UTI, do ganho de peso e melhor desenvolvimento dessa criança.

R: Em um primeiro momento, posso dizer que o contato pele a pele desenvolve e auxilia no desenvolvimento do apego da mãe com a criança, facilita a interação da mãe com o bebê, favorece imensamente a questão da amamentação. No momento em que o nenê entra em contato com a mãe, ele sente o calor, a proximidade. Ele já tem um vínculo estabelecido dentro do útero, já conhece o batimento cardíaco, isso acalma e prepara a criança. Ele passa por muitas mudanças bruscas logo após o nascimento, já que o útero é um lugar com temperatura estável e, no momento em que nasce, o ambiente geralmente é mais frio. Esse aconchego com a mãe facilita.

R: Existem dados científicos que demonstram que os recém-nascidos que passam por esse processo de colocação em contato direto pele a pele imediatamente após o parto, são mais saudáveis, têm menos riscos de infecções, têm mais chances de serem amamentados e, friso, a amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses de vida fornece melhores condições para o recém-nascido. Nesse primeiro momento, não necessariamente ele vai conseguir mamar de forma efetiva, mas só a proximidade e essas tentativas de sucção já desencadeiam a liberação de ocitocina, que é o hormônio que estimula a produção de leite, que ajuda na contratilidade do útero, já controlando o sangramento pós-parto. A ocitocina atua a nível uterino, fazendo a contratura e diminuindo as chances de hemorragia.

R: É importante a gente lembrar que existem determinadas situações que, a critério médico, especificamente do neonatologista, o recém-nascido vai precisar de cuidados médicos imediatos. Que é o caso de um bebê que nasce com uma depressão respiratória grave, um nenê que nasce extremamente prematuro, que precisa de um aquecimento melhor, ser mais protegido. Então, em determinadas situações, o neonatologista vai determinar a situação em que o bebê não pode fazer o contato pele a pele. Mas eu digo que são exceções, são situações em que se torna realmente necessário o cuidado médico.