Augusto Knob e a esposa revelam que perderam bebê
Luana Abbeg Eidt, esposa de Augusto Knob, da dupla sertaneja com Rafael, revelou no último dia 17 que sofreu um aborto retido quando estava com nove semanas de gravidez, a primeira do casal. Segundo seu relato no Instagram - que pode ser assistido acima -, o feto parou de desenvolver na sexta semana.
Luana, que havia revelado apenas quatro dias antes do anúncio do aborto que estavam à espera do primeiro filho, vem fazendo relatos em seu perfil, pois quer encorajar outras mulheres a falarem sobre o tema, que acontece com diversas pessoas.
O que chamou a atenção dos seguidores e gerou dúvidas foi a respeito do feto ainda estar dentro do corpo da influenciadora e por que ela não pode tirá-lo. Para sanar esses questionamentos, o gshow conversou com o médico Mauricio Lorenzatto, especialista em ginecologia, obstetrícia e ultrassonografia.
O que é o aborto retido?
O médico explica que "o abortamento é síndrome hemorrágica da primeira metade da gravidez", e acontece quando o feto permanece na cavidade uterina sem vitalidade, ou seja, sem atividade cardíaca.
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como a interrupção da gravidez antes de 22 semanas, ou com um feto até 500g (antes de atingida a maturidade), que ocorre entre 15 a 20% das gestações", diz.
Quais os sintomas de um aborto retido?
Luana relatou que sofreu um sangramento vaginal e por isso, foi para o hospital entender o que poderia estar acontecendo. Lorenzatto conta que, geralmente, este sintoma não está presente, assim como as dores pélvicas e cólicas uterinas.
"Os sinais gravídicos desaparecem, com diminuição e/ou desaparecimento da sensibilidade mamaria, diminuição do tamanho uterino", explica.
O que pode causar um aborto retido?
O médico conta que há diferentes causas para acontecer um aborto retido, listando diferentes motivos, tanto para o período embrionário (os primeiros 3 meses de gestação) quanto para o fetal (após o 3° mês). Veja a seguir:
➡️ Período embrionário
- Alterações cromossômicas (genéticas);
- Idade materna e paterna avançadas;
- Insuficiência de corpo lúteo (ovário com baixa produção hormonal);
- Hipotireoidismo;
- Fatores maternos (doenças sistêmicas, fatores imunológicos);
- Infecções (HIV, sífilis, herpes, ureaplasma, micoplasma, clamídia);
- Fator imunológico (síndrome do anticorpo anti fosfolípide);
- Presença de DIU (saiba mais sobre o método contraceptivo aqui);
- Tabagismo (consumo diário de 14 cigarros dobra os riscos).
➡️ Período fetal
- -Incompetência istmo-cervical (colo uterino com dilatação prematura);
- Patologias uterinas (septos, miomas, malformações);
- Gestações com gêmeos (gemelaridade);
- Malformações fetais.
Quanto tempo um feto pode ficar retido após um aborto retido?
De acordo com Lorenzatto, após o diagnóstico do aborto, a mulher deverá ter um acompanhamento médico, pois nas três semanas após a parada da gestação.
"A grande maioria das pacientes apresentam sintomas do trabalho de abortamento (presença de dor pélvica, cólicas, sangramento vaginal e dilatação do colo uterino) ocorrendo a expulsão da gestação".
Há riscos para a mulher se ele ficar por muito tempo no corpo?
Isto é algo que Luana vem relatando nos últimos dias em sua rede social. Com consulta marcada para o próximo sábado (23), o seu corpo está se preparando para um "aborto natural", provocando dores fortes para expulsar o feto.
"Isto não ocorrendo em até três semanas, a intervenção médica pode ser necessária, devido aos riscos elevados de hemorragias e infecções", relata o médico. Este também é um grande receio da influenciadora:
"Estou com medo das próximas horas, próximos dias. Do processo natural não dar certo. De ter que internar", relatou.
Como extrair o feto após um aborto retido?
Outro questionamento dos seguidores da jovem é porque ela ainda não extraiu o feto dias após o aborto. Como explicado no item anterior, seu corpo está em processo de extração natural. Entretanto, se não ocorrer naturalmente, terá de haver intervenção.
"Quando não ocorre o início do trabalho de abortamento espontâneo deve-se proceder o esvaziamento uterino - farmacologicamente (uso de substâncias para dilatar o colo uterino), aspiração manual intrauterina (AMIU) ou Curetagem uterina", conta o médico.
Quais os cuidados após sofrer um aborto retido?
Segundo o médico, a mulher que sofreu um aborto retido deve ser acompanhada para avaliação do retorno espontâneo da menstruação.
Quanto tempo depois de um aborto retido a mulher pode tentar voltar a engravidar?
Mauricio Lorenzatto recomenda que a mulher aguarde no mínimo três meses para tentar engravidar novamente após sofrer um aborto retido.
Quais são os tipos de abortos existentes?
Quando o relato de Luana e Augusto foi postado, muitas pessoas ficaram se perguntando o que era aborto retido. Lorenzatto explica que há outros tipos de abortamentos. Ele os classifica a seguir, listando também como identificar os sintomas:
- Ameaça de aborto: sangramento genital, com ou sem cólica e dor abdominal. Uma ultrassonografia com embrião/feto com atividade cardíaca ajuda a entender a real situação dele;
- Abortamento inevitável: presença de sangramento vaginal, dor pélvica intensa e rotura da bolsa d'água com dilatação do colo uterino, sem a expulsão do embrião/feto;
- Abortamento incompleto: eliminação parcial do embrião/feto, placenta e líquido amniótico. O colo uterino pode estar dilatado e com sangramento;
- Abortamento completo: ocorre a expulsão completa do embrião/feto. A dor pélvica e cólica desaparecem e o sangramento vaginal reduz. O útero diminui de tamanho. A ultrassonografia demonstra o útero vazio;
- Aborto Retido: parada da evolução fisiológica da gestação, associada à ausência da atividade cardíaca embrião/feto sem contrações uterinas. O diagnóstico é realizado pelo ultrassonografia, na qual não se evidencia batimentos cardíacos do embrião/feto que havia apresentado batimentos cardíacos em exame anterior;
- Aborto Infectado: Abortamento associado a infecção da gestação. A infecção geralmente é grave e está mais comumente associada com manipulação inadequada do colo uterino (abortos provocados clandestinamente). Há dor abdominal intensa, febre, secreção vaginal com odor e sangramento fétidos. Nos casos mais graves, a paciente pode apresentar septicemia.