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“Não sei, só sei que foi assim.” Selton Mello retorna a seu papel mais conhecido, Chicó, de O Auto da Compadecida. A comédia de 2000, inspirada na peça de Ariano Suassuna, levou 2 milhões de pessoas ao cinema.

A divertida dupla formada com Matheus Nachtergaele volta à vida, 25 anos depois, na sequência O Auto da Compadecida 2, que estreia em pleno Natal, 25 de dezembro. “A gente viu o menino Selton amadurecer como um dos nomes fundamentais da arte brasileira. É um ator muito econômico, inteligente. Aprendo com ele”, elogia Nachtergaele. “Tenho essa alegria na vida, de ele ser o Chicó do meu João Grilo.”

Neste segundo filme, Selton não precisou realizar preparação de corpo, estudos de prosódia... “Coloquei a roupa e fiz, sem mistério. Eu sou o Chicó”, afirma. A produção traz mais uma vez a direção de Guel Arraes (com quem Selton trabalhou em “Lisbela e o Prisioneiro”) e surge em um momento forte de remakes e continuações, com obras como “Deus Ainda É Brasileiro” e as versões das novelas “Pantanal” e “Renascer”.

Houve um certo receio da equipe em retomar uma história tão popular. “O fenômeno do primeiro se mostrou muito forte, porém a mentalidade do Guel é: ele é insuperável, sagrado e sempre existirá. Trata-se de outro filme agora”, diz o protagonista. “Além disso, as pessoas consideram aqueles personagens seus amigos. É uma nostalgia, uma lembrança gostosa de reencontrá-los.”

Emagrecimento com anfetamina

Pouco antes de gravar o primeiro Auto, Selton vivia um momento difícil de saúde, motivado pelo uso de remédios para emagrecer, algo que perdurou por mais de uma década.

“Virou uma muleta. Precisei perder muito peso para o ‘Lavoura Arcaica’ (2001), virar um esqueleto. Chegou um momento de droga, anfetamina, e comecei a parar de comer. Na reta final, entrei com diurético e só consumia líquidos”, lembra ele, chocólatra inveterado. “Depois do ‘Lavoura’, fiz o Auto. O Chicó é magrinho daquele jeito porque eu estava drogado.”

“Virou uma roleta-russa. Parava, engordava, começava outro filme e vinha a anfetamina. Esse efeito sanfona era um amor pelos personagens e um desamor por mim mesmo.” A conta chegou em “Jean Charles”, em 2009.

“Ali, tomava três vezes a quantidade de anfetamina do início, sem efeito. Aquilo mexendo com a minha mente; eu compulsivo comendo um balde de frango sozinho.” Foi então que buscou ajuda. Hoje, felizmente, Selton se vê estável.

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