Por Globotech — Rio de Janeiro

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Transformação digital na Globo: focos de inovação e a melhoria no relacionamento com os consumidores

O episódio 59 do globotechcast discute a trajetória de transformação digital na Globo. Felippe Paz, Victor Patané e Jorge Morgado conduziram um papo abrangente sobre tecnologia, contando com a presença de Raymundo Barros.

O processo de transformação digital no Grupo Globo

Diretor de Tecnologia da Globo e com uma experiência de 42 anos na indústria, Raymundo foi um dos principais responsáveis pela implementação de inovações digitais na emissora. Ele começou falando da ligação natural entre a mídia audiovisual e a tecnologia.

De acordo com ele, a tecnologia proporcionou a otimização da produção de programas e atrações em diversas áreas, do esporte até o jornalismo em tempo real. Ele descreve a tecnologia como uma viabilizadora das inovações na produção de conteúdo e um produto-chave da indústria da mídia, uma vez que as próprias lideranças da Globo reconheceram a importância de um relacionamento digital com seus consumidores.

Essa decisão foi motivada por grandes inovações, como a chegada do streaming e as altas resoluções de imagem, como o 4K. Como esses elementos despertaram um grande interesse do público, coube à equipe de tecnologia da Globo colocar em prática essa transformação digital dentro dos seus processos.

Os procedimentos para que a emissora se inserisse em um contexto de transformação digital se iniciou em 2019. Contudo, Raymundo destaca que esse processo é contínuo — já que a Globo não é uma emissora nativa digital. Por isso, todo dia as equipes envolvidas são empoderadas para que a emissora, como um todo, vá se adaptando à nova realidade de mercado.

Os grandes marcos

Raymundo mostra algumas métricas que demonstram que a estratégia da emissora tem rendido ótimos frutos. A Globo hoje tem o segundo maior streaming do país, o Globoplay. Já a média de consumo mensal dentro da plataforma é de 40 horas por usuário.

Muito além do sucesso no streaming, uma das grandes conquistas é o fato de que a Globo aprendeu a se relacionar diretamente com o consumidor. Vale lembrar que o cliente do século XXI é cada vez mais digital: por isso, o antigo ecossistema centrado na TV paga e nos anunciantes mudou para a coleta de informações consentidas, por meio do login realizado nos produtos da emissora.

Isso proporciona a vantagem de que a empresa consiga criar produtos cada vez mais personalizados e centrados nas preferências e necessidades do seu público. Um exemplo: 90% da publicidade da Globo é first-party data, isto é, baseada nos dados que a empresa coleta após o consentimento dos consumidores que logam em suas plataformas digitais.

A verdade é que a tecnologia sempre foi uma prioridade na Globo. Enquanto Jorge Morgado relembrou a transição dos primeiros vídeos digitais da Globo para o modelo Globoplay, Raymundo relembrou que a empresa já oferecia vídeos para celular em 1994 — quando a internet ainda era uma novidade no país. Atualmente, o departamento de tecnologia representa 39% de toda a organização.

O momento atual da tecnologia

Raymundo Barros destaca que, mesmo atuando há mais de 40 anos nessa indústria, o momento atual da tecnologia é diferenciado. Isso porque bons profissionais da área têm facilidade de ajudar em outras frentes de negócio, mesmo em empresas nas quais a tecnologia não é o foco principal.

Além disso, a inteligência artificial generativa promete transformar a produção de conteúdo para melhor, e termos de criatividade e em relação às possibilidades de aumentar a escala dos trabalhos. Tudo isso resulta em entretenimento de qualidade para o público.

Os participantes do bate-papo relembram como era difícil programar as entradas ao vivo de repórteres, com todos os equipamentos que eram necessários para que isso acontecesse. Hoje, em vez de uma infraestrutura difícil de transportar, basta ao repórter conectar as câmeras às redes de telefonia móvel — e transmitir o conteúdo de qualquer lugar do mundo, inclusive.

O 5G, que chegou recentemente no Brasil, também otimizará muito as transmissões e a produção de conteúdo do Grupo de Globo. Como a conexão se torna bem mais rápida, eventos como o Carnaval terão uma cobertura diferenciada.

Hoje, grandes eventos geram uma grande carga de trabalho. É preciso pensar, por exemplo, no cabeamento necessário para que câmeras posicionadas no país inteiro transmitam imagens. Com o 5G à disposição, a conexão entre os repórteres e a transmissão ao vivo será facilitada. Raymundo brinca que queria ter 23 anos novamente para desfrutar de todo esse poderio tecnológico de hoje.

Conclusão

Seguindo o seu DNA de reinvenção contínua, a Globo implementou mudanças significativas para viabilizar a transformação digital e a inovação em seus processos. Essas alterações não serviram apenas para melhorar a infraestrutura interna de tecnologia, mas também para personalizar cada vez mais as produções que oferecem para seu público.

Este texto é apenas uma introdução de tudo o que discutiremos neste episódio do podcast, que aborda a trajetória de transformação digital no Grupo Globo. Você poderá conferir um panorama completo de todas as alterações e seus respectivos resultados.

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