O shoulder, corte bovino proveniente da região da paleta, ganha cada vez mais espaço no mercado das carnes. A peça é versátil e vem superando a picanha na lista de preferências do brasileiro na hora de montar o menu do churrasco. Leia mais Estas frutas brasileiras estão entre as mais saborosas do mundo. Você já experimentou?Muito além da picanha: conheça os melhores cortes bovinosCarnes mais caras do mundo podem custar mais de R$ 5 mil; conheça Segundo Rossano Mendonça da Silva, proprietário da The Bife Boutique de Carnes Nobres, a explicação está no preço e na maciez, os dois fatores que os consumidores mais levam em conta. Continuar lendo No estabelecimento, que fica no Rio de Janeiro, a picanha angus sai por R$ 179 (quilo), enquanto a peça de shoulder angus custa R$ 104 (quilo). “De uns cinco anos para cá, essa é uma das carnes mais procuradas por ser um corte de tendência. O custo-benefício permite que se tenha uma peça nobre e que se consiga comprar mais. Antes, todo mundo ficava refém de uma coisa só. A escolha também é por causa do sabor extraordinário”, afirma. O chefe-churrasqueiro conta que é possível encontrar o shoulder ("ombro" em inglês), também conhecido como raquete, na forma "red", sem a capa de gordura, ou com ela presente. A escolha depende da preferência do consumidor. “É por tudo isso que ele está assumindo um pouco o espaço da picanha", diz. "São muitas as qualidades”. Mais Sobre Carne bovina Quais são as carnes que se comem no Natal? Veja os principais cortes Rastreabilidade de carne bovina pode gerar US$ 1 bi no Pará O “boom” do shoulder O aumento na procura da carne em açougues e casas especializadas é recente. Ele começou após as churrascarias e restaurantes incluírem a peça no cardápio. Antes, o shoulder era considerado “carne de segunda”, assim como todos os cortes da parte dianteira do boi , e a recomendação era que se usasse a peça somente para o preparo na panela. Agora, ele ganhou protagonismo. “Não falamos mais em carne de primeira ou segunda, pois se o animal é de primeira, como pode ter uma carne de segunda? O que muda são as características de cada corte. É isso o que as pessoas precisam entender. Alguns têm mais característica para churrasco, e outros, cozinha. E o shoulder chegou para ficar no churrasco”, afirma Silva. Como fazer o melhor shoulder? Como se trata de uma carne versátil, é possível prepará-la em espetos, grelhas, forno e até na air fryer. A dica do mestre-churrasqueiro é fazer cortes com espessura de dois a três dedos (ou 300 gramas) na horizontal. É preciso ter cuidado com a membrana que fica na parte central e que pode deixá-la dura para a mastigação. “A gente trabalha com carnes assim até o ‘ao ponto’. A partir disso, e indo para o bem passado, começa a ficar um pouco mais ressecado. Então, o ideal é ‘malpassado’, ‘ponto para mal’ ou ‘ao ponto’”, diz. Para garantir a suculência, o especialista em carnes opta pelo preparo do shoulder na grelha, já que os furos do espeto podem fazer com que saia líquido da peça nobre. O que influencia na maciez? A característica depende da raça do animal e do manejo que os pecuaristas adotam nas propriedades rurais. No caso do shoulder, as carnes mais saborosas, graças à qualidade da gordura, são as do wagyu, de origem japonesa, e as outras raças de taurinos. Todas elas têm predisposição genética e desenvolvem a maciez naturalmente, o que é diferente nos zebuínos. Mais recente Próxima Preço do boi gordo começa a semana em alta